Capítulo 11

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Eu tô louca pra voltar com uma história inédita pra vocês. Espero que seja ainda esse ano, se minha ansiedade colaborar. Hehe... Um bom final de semana! ♥


Júlia


Nem tudo são flores quando se trata do Henry, principalmente quando percebo que ele só é gentil quando remete ao sexo. Eu, uma tola apaixonada, aceito tudo, inclusive suas migalhas em momentos em que ele decide abrir a guarda.

Como noites atrás, quando deixei claro que queria uma noite com ele, repetir o que fizemos outras vezes. Contudo, com a mesma intensidade que tivemos o sexo, ele me ignorou logo após, indo dormir na sala e deixando um buraco entre nós dois.

Alguns dias e ele simplesmente não tem trocado uma palavra sequer. Um maldito bipolar que não sabe como tratar a esposa. Uma que tem apenas amor para oferecer, por mais que ele não enxergue.

E se visse?

Todos esses dias eu tenho dormido sozinha no quarto, enquanto ele faz de conta que não existo ficando no sofá.

— Está pronta? — Sua voz ressoa da sala, sem nem ao menos se dar ao trabalho de entrar no quarto.

É fim de semana, e como tem dias que Ludmila nos convidou para um jantar, ele decidiu o melhor dia e, apenas assim, abriu a boca para fazer o convite.

O pior de tudo vai ser fazer de conta na frente dos pais dele. Somos um casal por conveniência, nada de amor ou qualquer outro sentimento, eles não sabem que já avançamos alguns sinais. E o melhor é permanecer assim, seria humilhante demais.

Escolho um vestido justo da cintura para cima e com uma saia levemente rodada alguns centímetros acima dos joelhos e o par de sapatilhas para acrescentar ao visual.

Sei que estou bonita quando ele me vê e não consegue esconder a reação ao me analisar dos pés à cabeça, lambendo os lábios que me deixam louca a cada dia.

— Você está... bonita.

Solto uma risada e sacudo a cabeça, saindo do apartamento e não respondendo ao seu comentário. Vou morrer sem entender esse homem.

O percurso até a casa dos seus pais é silencioso. Estou tentando manter minha dignidade para não ter que implorar por atenção ou qualquer outra coisa que venha dele além de desprezo. Já sofro o suficiente para ficar buscando mais.

Quando chegamos somos recepcionados por Ludmila, que me abraça calorosamente. Logo o Fernando aparece e me cumprimenta com um beijo no rosto e vai fazer companhia ao filho, deixando-me sozinha com a esposa.

— Então, conte tudo. Como está a convivência com ele?

— Bem, na medida do possível.

Tento apaziguar o desconforto com um sorriso.

— Sei que ele pode ser difícil, principalmente porque é um rabugento como o avô materno. Meu pai era insuportável, fugia de relacionamentos e tinha pavor de se apegar a alguém.

Alguma coisa parece ficar clara.

— E sua mãe conseguiu arrebatar o coração de pedra?

— Que nada, coitada! O homem era um canalha, que Deus me perdoe. Tinha inúmeras mulheres e iludia todas, tentando mostrar que não era do tipo que acreditava em amor.

— Acho que isso não me confortou. — Brinco, mas com uma pitada de verdade.

— Ele acabou sozinho, vivendo em uma casa e sendo visitado por mim e até pela minha mãe. Mas sabe, acho que ele se apaixonou sim por ela, só nunca foi capaz de demonstrar isso. Era cabeça dura demais.

Compromisso Selado - Completo até dia 31/10/21Onde histórias criam vida. Descubra agora