Capítulo 14

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Bom saber que mesmo depois de tanto tempo por aqui e com essa história vocês ainda aparecem pra prestigiar ♥

***

Henry


Por mais que Júlia tenha ido a faculdade, alegando estar bem, fico preocupado durante a manhã inteira, pensando no que teria acontecido para ela estar daquela forma. Não foi apenas depois do jantar que ela passou mal, mas durante a madrugada também, além de estar pálida e distante em pensamentos.

Já trocamos algumas mensagens, como prometido, para que eu saiba que ela está bem. Nem mesmo sua foto sorrindo consegue me tranquilizar.

Minha preocupação é temporariamente deixada de lado quando a secretária avisa que tenho visita, que nada mais é do que minha sogra, a sanguessuga insuportável.

Ela entra na minha sala com sua nítida arrogância e senta à minha frente, nariz empinado e um cheiro forte de perfume importado.

— O que veio fazer aqui? — Sou ríspido.

— Ora, olha quem está transferindo toda a estupidez para minha filha.

— Isso significa que ela não aguenta mais suas futilidades. — Provoco. — Só diga o que quer e vá embora. Preciso trabalhar, algo que não deve saber o que é.

— Preciso que proíba sua esposa de ir naquele orfanato.

Bem direta.

— Por que eu faria isso?

— Não pode admitir que ela gaste dinheiro com aqueles projetos de marginais enquanto os pais dela vivem praticamente na miséria.

Agora sim ela extrapolou todos os limites da minha paciência.

— Claro, Camila. Não é justo que ela gaste dinheiro com crianças carentes quando vocês dois precisam de um pouco de mordomia, não é?

— Exatamente! Ela se casou para isso, esqueceu?

Além de tudo é burra, sequer é capaz de reconhecer uma ironia.

— Sabe, eu ajudo essas mesmas crianças que você acabou de ofendê-las. Por que iria proibir Júlia de fazer o mesmo?

— Nosso acordo foi...

Bato sobre a mesa, assustando-a.

— Foda-se nosso acordo, Camila! — Altero meu tom de voz. — O que ela faz com o dinheiro dela não é problema seu, nem eu vou impedir a bondade que Júlia tem em ajudar pessoas realmente necessitadas.

— Não pode admitir uma palhaçada dessas. Gilberto vai enlouquecer naquele apartamento e eu também.

— Pois mande aquele encostado vir trabalhar. E sabe, me espanta muito Júlia ser da maneira que é, já que foi criada por dois folgados exploradores e egoístas.

Fico de pé e ela me acompanha, tão irritada quanto eu. Nada de bom pode sair desse confronto.

— Vim para receber meus direitos como mãe da sua esposa.

— Não tem direito algum sobre isso. Sou casado com sua filha e não vou permitir que vocês dois infernizem a vida dela. Meça bem suas atitudes, pois não vou pensar duas vezes antes de cortar qualquer gasto com os dois.

— Você é um grosso mão de vaca.

— Saia daqui! — Ralho com raiva.

Sentindo meu tom ameaçador, ela se vira e sai, caminhando em passos apressados para fora do meu escritório, deixando minha cabeça latejando de dor e raiva.

Compromisso Selado - Completo até dia 31/10/21Onde histórias criam vida. Descubra agora