Daddy Issues | Minsung

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𝐻𝑎𝑛 𝐽𝑖 𝑆𝑢𝑛𝑔 | Point View

𝐶omo diz aquele ditado, se não pode contra ele, se junte á ele!

Já faziam semanas que o Felix me enchia o saco na faculdade na esperança de que eu aceitasse o seu pedido de acompanhá-lo para uma apresentação da banda do seu namorado, ChangBin. Mas não me levem a mal, não é que eu seja um amigo ruim ou que não goste de sair com ele, mas entre música alta e edredom quentinho, eu escolho a segunda opção. E também, querendo ou não, eu não vou muito com a cara desse tal ChangBin.

Não é que ele seja grosso ou mal educado, mas ele não faz muito o estilo do Felix, e nem o meu. Ele parece aqueles malucos do rock, que a gente pergunta algo e responde "minha religião? Rock. Minha sexualidade? Trevas", sabe? Até hoje não sei como o relacionamento dos dois dura quase um ano, mas desde o início até hoje, o Lee tem ficado muito feliz -tirando as briguinhas bobas deles dois -, então eu to feliz também.

Mas voltando ao papo inicial, o ChangBin se afastou um pouco do Felix por causa da banda, ele teve que sair em uma viagem de um mês para tocar em um festival famoso em algum lugar de Busan, e quando voltou, começou a tocar todas as noites 'num bar daqui de Seul que é super cheio, então mesmo de volta, quase não se viu com o Felix. Eles saíram uma noite dessas e o Lix voltou com essa ideia de irmos ver a banda do namorado. Eu ja recusei várias vezes, ja disse para ir sozinho, ou chamar seilá.. a Dahyun, ela é meio maluquinha e gosta dessas músicas tipo Arctic Monkeys e tal.

Eu não gosto dessa coisa de banda, barulho, guitarra, bateria e.. e tudo que se remete a esse tipo de coisa! Desde quando eu, uma princesa, iria me enfiar 'num bar pra ouvir quatro caras gritando palavras que a única coisa que você entende é "satan"? -tá, eu posso estar sendo bem escroto e generalizando, mas é por que eu não gosto, mesmo.

Eu até teria conseguido passar meu sábado assistindo Barbie na Netflix com um balde de pipoca abraçado no meu ursinho de pelúcia Prince, se o maluco do meu melhor amigo não tivesse entrado no meu quarto pela janela -já que meus pais nunca me deixariam sair depois das dez assim, em cima da hora, e já se passavam das onze da noite -, invadido meu closet e jogado algumas peças de roupas na minha cara, me mandando me trocar, porque "nós iriamos na porra daquele show aproveitar as músicas da banda incrível do namorado dele" -palavras do Felix.

Então o único jeito foi eu me vestir, passar um perfume, arrumar os meus cabelos tingidos de preto á pouco tempo, deixando-os repartidos com uma franjinha e ir com esse maluco que eu chamo de melhor amigo para o tal bar.

Agora estamos aqui, no meio da rua deserta, de braços entrelaçados, indo para a desgraça desse show -nem pra pedir um Uber.

Enquanto caminhávamos, parei para analisar os nossas roupas que até agora não tinha reparado. Felix estava com uma camiseta preta lisa por dentro da calça jeans rasgada de cor clara, nos pés uma botina preta e os cabelos loiros bem alinhados em uma franja lateral, com alguns brilhinhos espalhados por sua raiz.