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Harry não era um homem de emoções.

Ele não era um sociopata, era apenas sistemático, seu objetivo era cuidar da própria vida e ele fazia isso bem.
Mas bem, Louis era uma incógnita, ele era como uma árvore na primavera, que se transforma e seca lentamente, em um ciclo vicioso.

O garoto chorava, mas quando secava suas lágrimas, tentava voltar a uma calmaria inexistente.
Era admirável, Styles tinha que reconhecer.

Quando o estudante começou chorar, Harry não fez nada, não era como se tivesse alguma obrigação em amparar o garoto ou coisa parecida. Styles era um homem adulto e quando viu um garoto, seu aluno, na chuva, era óbvio que tinha um dever moral de ajudar.
Mas naquele momento, Styles só queria que o menino voltasse para o parque e o deixasse em paz.

— Louis, por favor, pare de chorar, minha cabeça já esta doente com seu barulho irritante.

O garoto parou de chorar, mas fez um biquinho triste quando ouviu as palavras de seu professor.

Harry se levantou, indo até seu closat e pegando uma calça e uma blusa, jogando em cima do menino para ele vestir.

— você não é um problema, caso seja isso que queira ouvir.

Styles deu de ombros, saindo de seu próprio quarto.
Louis respirou fundo, não era como se ele esperasse um abraço de seu professor, claro que não, não era algo que estava acostumado. Louis só estava exausto.
As roupas de Harry ficavam grandes em Louis, mas eram quentinhas e era isso que importava. O garoto estava pronto para pedir desculpas para seu professor, afinal, o incomodou com seus problemas inúteis.

— Sr:, Styles?

Louis tinha a voz embargada, Harry reconheceu isso, não era como se pudesse reconfortar esse fato.
O professor tinha o celular no ouvido, estava pedindo uma pizza, já que sua ideia de se embebedar no bar e talvez dormir com alguém foi para o buraco.

— Fique quieto, por favor, estou tentando pedir comida.

Louis assentiu como um cachorrinho adestrado, Styles fez um gesto com a cabeça, falando para o menino se sentar no sofá e esperar.

— Boa noite senhor, em que posso ajudar?

Dizia a voz da atendente.

— Quero uma pizza de calabresa e queijo, com borda recheada. Centro, condomínio States, apartamento 28.

Styles desligou ao ouvir a confirmação, olhando para o menino em seu sofá, Tomlinson tinha um olhar de adoração para o professor.

— Eu...eu só queria agradecer o senhor...

Louis disse quando o silêncio ficou desconfortável.
Styles fez pouco caso, sentando no sofá oposto a Louis.

— Você pode ir embora a qualquer momento, não estou te prendendo aqui, depois que comermos posso te levar em casa, até lá, fique em silêncio.

Novamente, Louis confirmou, como um cachorrinho que gosta de agradar seu dono. Harry ligou a TV, passando os canais até encontrar algo que pudesse ver, por fim, achou um documentário sobre o fanatismo político/nazista, que pareceu interessante.

— Eu gosto de história.

Louis disse com um sorriso, como se estivesse feliz em dividir algo inútil como aquilo.

— Uhum, eu também gosto.

Harry resmungou, prestando atenção na legenda do documentário.

— O senhor gosta mais de física né.

Harry suspirou, concordando com o garoto apenas para ele ficar quieto.

— Isso é legal, ser professor deve ser legal, eu quero ser médico.

Pobre garoto que não sabia calar a boca.
Styles poderia o jogar pela janela.
Pouco tempo depois, alguém bateu em sua porta e o professor se levantou para abrir. Ele entregou o dinheiro para o motoboy, dizendo que o homem poderia ficar com o troco e fechando a porta em seguida.
Styles colocou a pizza na mesinha de centro da sala, pegando uma cerveja para ele e uma coca cola para Louis.

— Pode comer, você deve estar com fome.

Louis acenou animadamente, abrindo a caixa de pizza e pegando um pedaço. O menino levou até a boca, puxando com os dentes e fazendo um fio com o queijo.
Styles revirou os olhos com aquilo.
Eles comeram em silêncio, até que...

— Esse é seu sabor favorito de pizza?

Styles definitivamente poderia jogar aquele menino pela janela.

No Smiles :(  [L. S.]Onde histórias criam vida. Descubra agora