ㅤ━━━ Capítulo 9

1K 119 25
                                    

As gotas de chuva caíam, cada uma como um sussurro do céu, tocando as pétalas secas das flores no jardim de Athena. Elas sugavam a água, desesperadas para se manterem vivas, sobrevivendo contra todas as probabilidades, talvez ainda presas a um propósito não revelado.

Pequenas poças se formavam, espelhos efêmeros da rua acima, onde carros passavam, indiferentes ao reflexo de suas existências transitórias. Mas a chuva, antes um mero prelúdio, transformou-se em uma sinfonia de terror. As gotas tornaram-se vermelho sangue, tingindo o chão com poças escarlates, como se a própria terra sangrasse em agonia.

As mãos de Athena tremiam violentamente ao testemunhar a projeção de energia escura que se materializava em uma figura encapuzada, caminhando em sua direção. Os cabelos pretos da figura revelavam-se majestosamente, flutuando no ar enquanto o capuz caía, movendo-se lentamente ao sabor da brisa. A chuva parecia temer tocá-la.

Paralisada, Athena conseguiu finalmente articular uma pergunta:

Quem é você?

Você precisa controlar todo o poder que está prestes a receber, ou a destruição entrará e transformará tudo em ruínas... Você deve ser a salvação, precisa detê-lo... — A voz da figura era um presságio sombrio.

Desviando o olhar, Athena arregalou os olhos. A destruição a cercava; prédios desmoronavam, pessoas gritavam em pânico enquanto corriam.

Quem eu preciso parar? — perguntou, mas a figura misteriosa permaneceu em silêncio, fixando o olhar em um ponto distante.

No meio da destruição, um homem de cabelos brancos emergiu, seus olhos transbordando ódio puro.

A figura misteriosa agarrou o pulso de Athena com força, queimando-a, fazendo-a arfar de dor. Tentando se libertar, ela ergueu os olhos para a mulher, cujos olhos agora brilhavam em um vermelho profundo.

Destrua-o! Mate-o! Ou você morrerá pelas mãos dele!

As vozes estranhas do lugar se uniram em um grito ensurdecedor, arrancando Athena daquele pesadelo. Ela acordou ofegante, sugando o ar para os pulmões, tentando controlar a respiração que parecia ter cessado.

Os objetos de seu quarto levitavam, envoltos em uma energia escarlate que pulsava por todo o lugar. Ela não sentia o colchão em suas costas, percebendo apenas agora que flutuava no ar. Antes de cair de volta na cama, acompanhada pelos objetos que despencavam.

Um toque em seu celular a fez soltar um grito de susto.

— Puta merda, que susto! — exclamou, colocando a mão no coração acelerado.

Seus olhos azuis vibraram em direção ao toque. Era seu celular que mostrava uma ligação. Ela estendeu o braço até a escrivaninha e atendeu sem se importar com quem era.

— Quem é? — murmurou, sem paciência, enquanto calçava suas pantufas azuis.

— Athena... — a voz ecoou do outro lado da linha, fazendo-a revirar os olhos em silêncio, permitindo que a pessoa continuasse. — Eu sei que fiz algo ruim... mas só hoje... pode me ajudar em algo importante?

Ela revirou os olhos novamente, caminhando até o espelho com o telefone no ouvido.

Refletida no espelho, ela viu o quão acabada estava. Olheiras profundas marcavam o espaço abaixo de seus olhos, que transmitiam nada além de cansaço e esgotamento, vazios de brilho. Seus cabelos longos estavam desgrenhados.

Exausta, cansada e com dores demais.

Não dormiu durante a noite, atormentada por pesadelos, flashes de uma infância problemática, acordando a cada minuto com sua individualidade fora de controle.

Quando As Estrelas Se Apagam - BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora