capítulo 18

2 2 0
                                    

Daniela narrando

Daniela: que bom que te lembras !

Dioclécio: não tenho como esquecer!

A gente se resolveu finalmente, e então ele diz que tínhamos que nos reconciliar da melhor forma possível, se é que me entendem.

Infelizmente não foi assim, já que por conta da covid não podíamos estar juntos, o que me deixou triste.

Depois de tanto momento de carinho ele finalmente pergunta pelo que entendi que ele já tinha esquecido: o filho dele!

Dioclécio: como está o meu filho?

Daniela: bem, acerca disso... Eu estou preocupada. A dor na minha barriga se intensifica e agora sangro mais. Estou com muito medo do que possa acontecer com o nosso bebé, eu quero tê-lo. - falei chorando. Só que ele não estava comigo, então não viu isso. Porém, é óbvio que ele notou que eu estava triste.

Dioclécio: vamos nos acalmar, e esperar os resultados. Pensamento positivo amor. - falou para me tranquilizar.

Daniela: é! Você tem razão amor.
Vai dar tudo certo.

A propósito, tive de falar com um amigo para me levar a clínica amanhã, por favor, não te chateies.

Dioclécio: não vou me chatear.

Daniela: ótimo! Se acontecer alguma coisa ao nosso filho, eu não vou me perdoar.- falo já desesperada!

Dioclécio: não diz isso.

Daniela: será sim! Tenho estado submetida a muito estresse.

Dioclécio: se isso acontecer, não vamos culpar ninguém.

Eu sei que nada disso é culpa sua amor.

Facebook off...

Eu sei que ele está ansioso para a chegada desse bebé. É o nosso primeiro filho! Estou tão empolgada e ao mesmo tempo preocupada.

Então comecei a conversar com o meu bebezinho:

Meu amor, a mãe e o pai já te amam muito antes de te ver e estão ansiosos para te ter nos  braços. Por favor, fique comigo, não me abandone! Prometo cuidar melhor de ti minha vida.

Falei já entre os prantos, e acabei dormindo.

(...)

Me levantei cedo pois sabia do combinada com o Ricardo. Eu estava mesmo muito mal, pálida e fraca.

Ninguém em casa deu importância, pois como já disse, os meus pais nunca foram exatamente as pessoas próximas de mim.

Eu estava sozinha nessa. E bom, sabia que podia contar com o Clécio(Dioclécio), mas não é o mesmo já que ele não estava fisicamente ao meu lado.

Enfim, fiz tudo o que podia devagarzinho mesmo já que estava fraca. Ricardo chegou, e fomos a clínica em seguida.

Eu já não estava em mim, doía tanto que eu não ouvia mais o que Ricardo dizia.

Chegando na porta da clínica, eu simplesmente começo a me sentir tonta e apago.

Acho que desmaiei, pois só me lembro de ter acordado no quarto de hospital e estava zonza.

A primeira preocupação foi perguntar pelo meu filho. Eu só precisava saber se ele estava bem. O médico me disse algo que eu não quis escutar.

Médico: infelizmente você perdeu o bebé.

Eu juro que no mesmo instante eu senti que nada mais importava. De repente não ouvia mais nada do que  o médico dizia. Eu não sei se era por que a minha mente tentava processar ou o quê. Eu só sei que no momento não tive mais forças. Foi como uma facada direita na coração.

Eu chorei para me sentir melhor, mas não. Nada me fazia sentir melhor.

Eu queria ter voltado no tempo. Ter falado com os meus pais mesmo que eles fossem do tipo mais ocupados com trabalho e muito escandalosos quando se trata de algo assim.

Eu queria estar com o Clécio, queria ter feito mais para evitar tudo aquilo . Queria não ter sentido tanto medo.

Me senti culpada. Eu fui a única culpada por ter perdido o meu bebé. O nosso primeiro filho.

Depois de algum tempo, o médico se aproximou de mim.

Médico: você queria provocar o aborto?

Daniela: claro que não, eu queria tê-lo.- falo tentando segurar o choro, mas uma lágrima cai ainda assim .

Médico: calma! Você ainda é jovem, e pode ter mais filhos se quiser.

Ele disse um monte de coisas depois e eu não ouvi por que fiquei perdida nos meus pensamentos...

(...)

A História De Daniela E Dioclécio Onde histórias criam vida. Descubra agora