[2]. Um beta oferece abrigo

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[inicialmente eu gostaria de agradecer a todos vocês que adicionaram na biblioteca e lista de leitura! muito obrigada mesmo gente. Em segundo lugar eu gostaria de dar boa sorte para quem retornará as aulas presenciais/ híbridas hoje! Hoje será meu primeiro dia na faculdade e eu estou sentindo um zoológico inteiro no meu ventre! Enfim, somos guerreiros, não somos? Então não vamos temer os estudos e vamos enfrentar essas nova fase de cabeça erguida! Aproveitem o dia   e boa leitura]



🌙



Jimin nunca pensou que voltaria a encarar um alfa, principalmente em um lugar como Hireath que foi criado para proteger seus semelhantes dos híbridos de aromas avassaladores e força desumana.

Mas eis que a vida mostra-se um grande mistério novamente, e vejam só, ele não sentia mais medo como a pouco, pelo contrário, seu lobo, aquele que acreditavam ser inexistente parecia arranhar suas entranhas, uma sensação dolorosa que crescia do ventre e passava por toda sua coluna enquanto parecia esmagar seu coração na intenção de triturá-lo.

Seu lobo queria assumir,  coisa muito inusitada de ocorrer com betas. 

Levou a mão ao coração sentindo-se sem ar e zonzo, a imagem do alfa desfalecido em sua frente o fazia querer chorar. Mas não era de medo dele, e sim de medo por ele. Jamais pensou que sentiria algo assim, e quando percebeu, já estava repousando seus joelhos  rente ao corpo desmaiado, enquanto  trazia o filhote choroso para seu braços.

Seguro-o firme em suas mãos e o observou com cuidado: Não havia aroma na criança, ela ainda era muito jovem para apresentar-se, mas suspeitava que eles vinham do norte, ao julgar pelas vestes do alfa e seu aroma doce.  Os olhos eram miudos e negros, a pele era bronzeada lembrando-o de seu antigo clã, mas encontrava-se pálida, como se o filhote estivesse aos poucos perdendo sua vitalidade. Os lábios eram arroxeados, o que fez seu lobo  se remexer angustiado novamente; o par deveria ter passado por muito sofrimento até chegarem ali, e Jimin jamais negaria ajuda, pois ele sabia por experiência própria como a vida dos exilados poderia ser difícil. Em especial em noite de prata.

Levantou-se com o filhote no colo, ainda escutando seus choramingos; ele estava levemente aromatizado com o cheiro de uva do alfa, mas deveria estar estranhando a falta de calor, ou o aroma sutil.

Betas não possuíam calor corporal tão eficiente quanto os alfas, ou um cheiro característicos que pudesse confortar o filhote; ele sentiu-se mal por isso, mas racionalmente sabia  cuidar de crianças, mesmo que seus instintos não colaborassem.

Carregou a cria para próximo da lareira e a deitou em um pequeno cesto; havia um pouco de leite de cabra em sua cabana, já que com a chegada do inverno rigoroso, era comum que eles guardassem  mantimentos a mais; colocou um pouco para aquecer, e ninou um pouco com o filhote, que por conta do calor já voltava a ter a pele corada como devia de ser.

Quando a criança ressonou exausta, Jimin a deixou quieta no cesto e voltando para a porta, finalmente foi ao socorro do alfa, que ele esperava por Mãe Maya que não estivesse morto.

Com custo conseguiu virar o corpo debruçado do alfa para cima, descansando a cabeça do desconhecido em seu colo; ele ressonava baixo, mas sua temperatura corporal e aroma estavam muito sutis para a presença de um alfa de seu porte. Jimin perdeu-se observando a beleza do outro; a pele era pálida, e uma pinta destacava-se abaixo dos lábios finos e rosados. Os cabelos eram longos e negros, e Jimin sabia que ao norte, em Presa, os alfas não cortavam suas madeixas, pois usavam o comprimento como simbolo de honra. Era algo cultural que parecia muito importante para o povo de lá, mas Jimin era um exilado vindo do noroeste, então ele não entendia, ou ao menos se importava. 

Hiraeth, o conto dos exilados  | JIKOOK | hiatus Onde histórias criam vida. Descubra agora