[6]. Um recuar do mar antes do tsunami

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[inicialmente, obrigada pelas 2 mil visualizações, e pelos quase 100 seguidores (me sigam gente! Juro que sou legal). Em segundo lugar, me perdoem pela demora para atualizar, me veio um insight sobre uma one shot yoonmin e eu acabei focando nela kakakak (agora só falta a capa! logo eu posto ela). Caso gostem desse shipp interajam nesse parágrafo que eu trago mais dele pra vocês.

Por favor deixe seu votinho e o máximo de comentários que conseguir (para ajudar a tia aqui a panfletar a fic).

Sem mais delongas, boa leitura]




#VentoFofoqueiro🌬

Namjoon não conseguiu dormir naquela noite. Ele deitou-se no amontoado de mantas que Coral separou para si e passou a noite observando-a enquanto refletia sobre as palavras da doce moça.

"Sua fé não deveria ser abalada agora"

Ele realmente estava fazendo isso? Duvidando de sua mãe? Desafiando-a? Por um momento não se reconheceu.

Vagou por memórias antigas, ainda da época em que era um pequeno filhote, fugindo de promessas de morte, embarcando em uma floresta densa. Não temera a morte, e sua coragem e honra o levou até ali. Até o topo dos montes dos lobos. Onde o sol nascia todas as manhãs, onde a terra era farta como a de nenhum outro território, onde sua deusa guardiã, Mãe Maya havia reservado pra si.

Namjoon foi o primeiro a chegar em Hiraeth, o primeiro escolhido de Maya. Uma promessa antiga que ainda estava sendo guardada.
Ele construiu a primeira cabana, ao qual habita até os atuais dias, fez a primeira horta, e quando a próxima lua de prata brilhou nos céus anunciando os rituais, ele arriscou-se novamente pela floresta, e dessa vez trouxe consigo outros exilados.
Nunca considerou-se instável, egoísta ou sem fé, mas naquele momento, reconheceu que não era tão sábio como pensava que era, e deixando o orgulho de lado, colocou-se de joelho, e até o sol nascer por entre as colinas, iluminando seu refúgio, ele orou.

🌙

Coral acordou com o cantar de seu galo de estimação, olhou pela janela e deduziu a hora pela quantidade de claridade que chegava até si, iluminando seu rosto sardento.

— Deve ser sete horas. Esse galo sistemático só canta a essas horas. — resmungou sonolenta para si mesma, espreguiçando-se.

Levantou do ninho ainda sem raciocinar direito, e tropeçou no amontoado de cobertores que estavam em seu chão. Só então se recordou dos hóspedes que abrigou.

— Nossa como eu sou burra! — Bateu com a mão contra a própria testa, e por não estar completamente acordada, acabou não medindo a força utilizada, machucando a si mesma. — ai! — reclamou com um bico, enquanto massageava a testa com a mesma mão que usara para bater.

Namjoon que até então estava quieto em seu canto não aguentou o jeitinho genuíno da moça, deixando uma risadinha nasal escapar. As covinhas ressaltaram em suas bochechas, e os olhos encolheram de uma forma muito adorável.

Ele percebeu que Coral estava acordada e por isso decidiu encerrar suas orações por ali, a fim de ser útil à moça. No entanto seus planos não foram bem sucedidos, ao que aparentam a curandeira nem lembrava-se de seus hóspedes.

Hiraeth, o conto dos exilados  | JIKOOK | hiatus Onde histórias criam vida. Descubra agora