Capítulo 3

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Me sentia extremamente disposto quando acordei na sexta-feira de manhã. O que é uma surpresa, se considerar o quão frustrado estava com a vida universitária desde o fim do semestre passado. Até mesmo Taehyung, que normalmente só se importava em reclamar pelas manhãs, pareceu ter notado a diferença no meu comportamento e me questionou se algo havia acontecido. E, bom, algo realmente aconteceu.

Park Jimin aconteceu.

Depois da breve conversa que tive com o mais velho, eu senti uma onda de emoção se apossar de mim, de uma maneira que há muito não sentia e isso me fez ficar extremamente leve. 

Ontem pude confirmar o boato que corre pela universidade de que Jimin tem o dom de suavizar o dia de qualquer um. Mesmo que, na minha situação, eu tenha tido a sensação de que ele suavizou longos meses de cansaço e frustração.

Claro que estou fazendo todo o possível para ser realista e não me deixar levar pela expectativa de uma simples conversa de corredor. Contudo, é extremamente difícil não me empolgar com a ideia de ter feito Park Jimin sorrir depois de meses apenas o observando de longe.

Exatamente por essa razão, de tentar não fazer desse pequeno encontro um grande evento, que não comentei com Taehyung sobre o ocorrido. Conheço meu amigo bem o bastante e sei o quão exagerado e dramático ele pode ser, até mesmo nas situações mais simples, como é o caso, e não preciso de alguém para me empurrar ainda mais em direção ao abismo.

Então, para justificar meu bom humor, eu apenas dei a desculpa de que estava feliz por ser sexta-feira. Isso pareceu ser o bastante para, já que ele logo voltou aos seus resmungos matinais. Depois disso, apenas voltamos a nos arrumar normalmente, mas dessa vez eu estava preso demais nos meus próprios pensamentos para prestar atenção nas reclamações de Taehyung.

No dia anterior, depois de me despedir de Jimin, me senti tão leve que até mesmo consegui progredir no meu trabalho, que era a ideia inicial, mas essa não era a única coisa que rondava minha mente. 

A risada de Jimin continuava se repetindo em minha mente, seu ritmo suave e doce tomavam meus pensamentos e constantemente seu sorriso me vinha nas lembranças. Seu poder sobre mim é incrível, quase de outro planeta, mesmo quando não sei quase nada sobre ele, continuo me apaixonando cada dia mais e sem qualquer alternativa de colocar tudo isso para fora.

Como sempre eu precisei esperar Taehyung terminar de se arrumar para que pudéssemos deixar o dormitório e seguir juntos para o bloco de Artes. Acredito que Tae tenha se acostumado um pouco mais com o novo turno, já que suas reclamações durante o caminho até o prédio têm sido direcionadas mais ao clima abafado do que ao horário.

Nos separamos quando chegamos ao prédio e combinamos de nos encontrar ao fim das aulas e irmos direto para o dormitório, já que estávamos começando a ficar enjoados da comida do refeitório, então iríamos pedir algo de fora. Depois de me despedir de Tae, segui meu caminho em direção às escadas que levavam aos andares superiores, enquanto cantarolava uma música qualquer que era reproduzida no meu fone. 

Já estava alcançando as escadas que levavam ao segundo andar quando senti uma mão pousar levemente em meu ombro esquerdo. Retirei um dos lados do meu fone, esperando encontrar Taehyung querendo falar mais alguma coisa, mas tive uma surpresa ao virar e me deparar com Park Jimin e seu lindo eyesmile direcionado à mim.

— Bom dia, Jungkook-ssi. Se lembra de mim? — ele perguntou, ajustando a alça da sua bolsa estilo carteiro sobre o ombro. Rapidamente tirei o outro lado do meu fone, atravessando o fio do acessório pelo meu pescoço.

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