Capítulo 8

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Depois do almoço, eu, Jimin e Taehyung voltamos juntos para os blocos dos dormitórios. Jimin realmente havia comprado uma barra de chocolate para mim pouco antes de deixarmos o refeitório, mesmo com eu dizendo que não era preciso, e eu fui degustando o doce por todo o caminho que fizemos.

Fui obrigado a dividir uma parte do meu chocolate com Tae, mesmo que estivesse furioso com a ceninha que ele causou mais cedo, já que eu não queria que Jimin soubesse que eu estava irritado, para não dar a ele motivos para desconfiar dos motivos da minha irritação. Meu melhor amigo parecia se divertir com a situação e as encaradas que ele lançava a mim e a Jimin, sempre que embarcavamos em um assunto apenas os dois, fazia minhas bochechas esquentarem.

Quando chegamos à entrada do bloco 15, eu entrei em um conflito interno entre agradecer por não precisar mais de lidar com as piadinhas de Taehyung com Jimin por perto, e a decepção por ter passado tão pouco tempo ao lado do garoto de cabelo rosa. 

Assim que Jimin virou as costas, depois de se despedir de nós, para seguir rumo ao seu bloco, eu me virei para Taehyung com um olhar raivoso, passando reto por ele logo em seguida, indo em direção ao elevador.

— Kookie — cantarolou fazendo uma imitação forçada da voz de Jimin, vindo atrás de mim. Decidi que o melhor era fazer o que eu sempre fazia, e apenas ignorei suas provocações.

— Vamos lá, Jungkook, não seja tão rabugento — pediu ele, passando um dos braços ao redor do meu ombro e me balançando levemente. Permaneci em silêncio, apertando o botão para chamar o elevador várias vezes. — Um ano morando aqui e você ainda não aprendeu que apertar o botão mais de uma vez não faz o elevador vir mais rápido? — Tae mal havia acabado de falar quando um sininho soou, indicando que o elevador havia chegado.

Olhei com deboche para o meu melhor amigo, como se perguntasse: “o que disse?”, e entrei na cabine do objeto, sendo seguido pelo mais velho.

— Vai mesmo ignorar o seu querido hyung? — Tae questionou, fazendo uma carinha de cachorro que caiu da mudança, o que apenas me fez revirar os olhos.

— Você não deveria ter dito aquilo! — exclamei, pressionando o botão do quarto andar. — Ele vai acabar percebendo que estou afim dele, não notou que eu estou tentando ser discreto? — Taehyung ergueu uma sobrancelha, não parecendo me levar a sério.

— Eu não preciso falar nada para ele perceber, você é tão discreto quanto um unicórnio cor-de-rosa — provocou. Cruzei meus braços e bufei, voltando a ignorá-lo. 

Quando chegamos ao andar do nosso dormitório, Tae tirou a sua chave do bolso da calça, para abrir a porta para nós e eu fiz questão de o atropelar ao passar primeiro pelo arco da porta.

— Não sei qual o seu problema, já pensou em simplesmente chamar ele para sair? — Tae perguntou, me seguindo pelo corredor em direção ao nosso quarto.

— Céus, você ainda está falando? — indaguei irritado, procurando um conjunto de roupa qualquer para me trocar e passar a tarde. — Não vou chamar ninguém para sair, eu nem sei se ele gosta de homens.

— Bom, você pode fazer ele gostar — insinuou, com a voz carregada de malícia. — A questão é: você fala que não chama ele para sair porque não sabe da sexualidade dele, mas na verdade você sabe que ele também está afim de você, mas você tem medo.

— Ficou maluco? O Jimin não está afim de mim! — exclamei, ignorando a coceira na língua que senti para perguntar sobre o que o fez pensar assim, eu não queria dar a Taehyung mais razões para seguir com aquele assunto.

Tentei não deixar que a pequena sensação de esperança que crescia em mim se fizesse visível, pois sabia que Taehyung a usaria contra mim assim que pudesse. Não era como se eu não esperasse aquele tipo de atitude vinda dele, eu sabia que, hora ou outra ele iria aparecer para me importunar com aquele assunto.

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