Chapter Nine

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Acordo sentindo um peso em meu peito

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Acordo sentindo um peso em meu peito. Levo minha mão a cintura calmamente, tateando, procurando minha faca que sempre fica na cintura. Não a acho, abro os olhos me demorando um pouco pra abaixar o olhar dando de cara com uma cabeleira loira. Olho ao redor tentando reconhecer aonde estou.

Assim que reconheço tento sair de perto da menina, mas ela se mexe começando a acordar, fico imóvel a deixando dormir mais. Ela abraça mais um ursinho com uma fita vermelha, se aconchegando novamente em meu peito.

Pisco uma, duas, três vezes. Nenhum pensamento borbulhante, nenhuma imagem, nenhuma cena, vozes nada!

Fico encarando o teto, percebendo agora ter uma galáxia pintada e outros inúmeros desenhos. Relaxo o corpo não sentindo nem dor nem o mesmo frio dos últimos dias. Pela primeira vez em muito tempo me sinto em paz.

Tento pensar em todas memórias que voltaram pra mim, nós últimos dias, memórias de criança, de adolescente, mas nunca de adulta. As sensações por ouvir certas palavras, sentir certos cheiros ou passar por certos lugares. Aos poucos vou recuperando um pouquinho de cada vez, moldando novamente um pouco da minha personalidade. Não está tão gelida quanto o dia em que acordei, mas também não está tão acolhedora como essa menina precisa.

O mínimo de paz que eu já consegui em toda a minha vida foi nessa casa. Nem quando eu voltada pra casa da minha mãe de meses em meses, eu sentia algo como sinto agora.

A menina grunhe alguma coisa movendo a cabeça pra se deitar em meu braço. Seus olhos vermelhos se fixam em um ponto a frente e ela pisca algumas vezes, antes de passar os olhos pelo quarto de depois pra mim. Ela sorri e vejo sua banguela

- bom dia mamãe - se espreguiça antes de se jogar encima de mim

- bom dia...Mirai - a chamo pelo nome, com medo de dizer algo errado - dormiu bem? - pergunto e ela move a cabeça concordando

A menina puxa minha roupa pra se aproximar do meu rosto, antes de lascar um beijo em minha bochecha. Encaro os olhinhos pidões esperando alguma coisa vinda da menina

- que foi?

- você não lembra - o sorriso esperançoso morre e um lado de sua bochecha se infla - hoje é meu aniversário - sussurra baixinho fazendo uma carinha triste

- ah...- envolvo a menina em um abraço desajeitado - feliz aniversário - dou dois tapinha em suas costas, antes dela rir me apertando mais - quantos anos...aninhos?

- assim, oh, mamãe - ela levanta três dedos, mas depois resmunga um "não" e levanta quatro dedos

- tudo isso? - finjo surpresa

- É. Papai vai comprar um bolo pra mim - se levanta pulando de cima do puff - e a tia Mina falou que vai me dar um urso bem grande - fala indo em direção ao banheiro - vem mamãe, tem que escovar dente - engulo a seco indo obedecer a menina - mas o tio Jiro me falou que vai me trazer um maior ainda. O tio Uku prometeu me dar uma pista de carrinho, bem grandão. E sabia que o tio Sho falou que é um segredo o presente que ele vai me dar? - a menina puxa um banquinho que tinha embaixo da pia e me pede ajuda pra subir, assim que a coloco ela abre a portinha do espelho e pega duas escovas, uma de ursinho e outra vermelha. Ela me entrega a vermelha e eu pego a pasta, a dela era de morango, mas na curiosidade coloco pra mim também

- ah, jura? - pergunto pra não deixá-la falando sozinha e ela move a cabeça concordando, antes de colocar a escova de dentes na boca

Mirai não para de falar, nem escovando os dentes, depois que terminamos ela me puxou pro quarto dela, que tinha as paredes vermelhas e pretas. Com vários desenhos na parte preta de giz de lousa. Prateleiras com alguns livros infantis, fotos, desenhos e muitos, muitos ursos. Tinham ursos de todos os tamanhos e cores, entendo agora o porque o Bakugou a chama de "Teddybear".

A menina me pede ajuda com a roupa que estava encima da cama, fico meio sem jeito, mas começo a ajudar ela a se trocar. Coloco nela uma meia calça vermelha meio grossa já que hoje está frio. Um vestido preto de manga comprida, mas que é rodado e vai até os joelhos. Ela não quer colocar o sapato branco que estava embaixo da cama, mas me pede pra pentear o cabelo dela.

Faço do jeito que ela pediu e sinto uma sensação diferente de tudo que já tinha sentido antes. Mas só sei que alguma coisa dentro de mim, está me dizendo, pra matar qualquer um que sequer tente encostar um dedo nela.

Assim que terminamos, ela me puxa pela mão até o quarto ao lado

- eu tenho que acordar a tia todo dia - ela resmunga batendo três vezes na porta de madeira - espera aqui mamãe, ela não sabe que a senhora tá aqui então ela pode ficar assustada logo cedo - Mirai solta a minha mão e entra no quarto resmungando alguma coisa

Antes que eu conseguisse processar sinto um peso em meu corpo e dois braços me apertando. Quase caio, mas coloco o pé direito atrás de mim, para nos segurar. Engulo a seco no momento que a garota se afasta de mim, revendo lindos olhos azuis e cabelos castanhos escuros curtos, como os da Yume na última vez que a vi.

- bom dia - Naomi sorri fraco ainda com os braços ao meu redor - eu senti saudade - ela me aperta mais uma vez - vem vamos comer, o Pincher disse que você não come já faz tempo

Sua mão magra segura a minha e percebo que a garota está muito mais magra que o ideal, seus olhos também tem olheiras profundas, mas o olhar que ela direciona a mim, é o mesmo que eu direcionava ao meu pai quando eu era pequena.

Mirai passa pro meu lado, também pegando em minha mão pra me arrastar pro andar de baixo.

Me sento no balcão que separa a cozinha da sala, ao lado de Mirai, enquanto Naomi vai fazer nosso café da manhã

- o Pincher saiu cedinho hoje, junto com o Elsa. Aparentemente tem um vilão bem forte aparecendo, na televisão falaram que ele é um dos foragidos do Tártaro, da época daquela grande destruição - Naomi comenta abrindo a geladeira e pegando ovos

- a tia tá falando bastante hoje - Mirai sorri tentando ficar em pé no banco e se sentar no balcão, a ajudo - ela ficou bem tristinha sem você - seus olhinhos vermelhos fitam a Nao

Sinto uma pontada no meu peito e me curvo pra frente, sentindo as cenas quererem voltar, mas sinto a mãozinha de Mirai em meu rosto acalmando minha mente, ela sorri mostrando a banguela

- você tem quantos anos? - pergunto pra Naomi, enquanto aperto a bochecha de Mirai a fazendo ficar irritada

- 17 - diz sem me olhar, começando a quebrar os ovos jogar em uma frigideira - vou fazer um café da manhã bem forte pra minha aniversariante preferida - Mirai comemora batendo palmas

- você...- tento formular perguntas pra Naomi, mas sinto medo dela ficar triste, então apenas fico quieta, observando as duas conversando.

Mirai falando da festa que vão fazer amanhã pra ela, já que hoje é sexta. E Naomi dizendo que fez um desenho lindo pra Mirai.

Mais uma vez sinto aquela sensação de casa gostosa, mas ainda me sinto deslocada aqui.

Eu sei que sou ela, mas não posso deixar de pensar que tô roubando a vida que ela lutou pra conseguir. E esse sentimento de miséria aumenta toda vez que vejo os olhares de carinho que as pessoas ao meu redor me mandam. Me sinto uma ladra que tem a própria consciência a acusando diariamente, por ter roubado algo de uma pessoa necessitada.

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Eu ia escrever mais coisa, mas n tava conseguindo formular o resto

E tbm eu tô a quase duas semanas sem postar.

Como vcs tão?????

JA SOMOS 2K AEEEEEEEEEEWE

OBRIGADA A TODOS

AMO VCS

♥️♥️♥️♥️♥️

Let Me Be Your Super-Hero - Bakugou KatsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora