A Melhor Amiga Da Minha Irmã

4.3 - Aniversário da Camila.

Na semana seguinte...

C A I O

Eu não aguentava mais, já fazia mais de um mês que eu não via a Liz e não conseguia nem falar com ela, ela tinha me bloqueado de tudo e sumiu daqui. 

A Camila também não fazia muita questão de acreditar na minha versão da história, mas foi ela que me explicou que no dia em que ela e Liz estavam saindo daqui, mandaram no celular da Liz fotos minhas beijando a Bárbara e de verdade eu nem sabia de quando eram essas fotos. 

Desde a festa da Rafa, eu não vi mais a Babi, até o dia em que ela entrou aqui em casa e apareceu no meu quarto. Eu tentei afastar ela de mim diversas vezes e só depois da Liz presenciar a cena dela sentando no meu colo é que ela foi embora.

Às vezes eu penso que foi uma ideia burra pensar que eu e Liz podíamos ter alguma coisa, ela nem sequer deve realmente gostar de mim.

Enfim, todo esse papo do início vem por um ponto específico, o aniversário da Camila. Por que quem estaria no aniversário? Isso mesmo, com certeza a melhor amiga viria. Então eu não penso uma vez em conversar com ela na festa, eu penso o dia TODO sobre isso, várias e várias vezes. Eu precisava pelo menos explicar tudo para ela, mesmo que ela não acreditasse, eu precisava contar a verdade.

Me olho uma última vez no espelho, é, estava legalzinho. Estava vestido com uma calça jeans preta e  uma camiseta vermelha, o básico.

Me despeço da minha mãe e entro no carro, ia ser em uma chácara que a Camis alugou, ela já estava lá com uns amigos, então eu já estava indo.

(...)

O lugar era lindo, muito bonito mesmo, bem iluminado, com muitas pessoas e o som já estava alto.

A primeira coisa que reparo é a Camila, ela estava abraçada com um cara no sofá, e eu não fazia ideia de quem ele era. Eu sei, ela já é BEM grandinha pra essas coisas, então eu deveria parar de bancar o irmão mais velho chato que fica atormentando a irmã, mas agora não era mais sobre SÓ ela, tinha uma criança envolvida.

-Oi. - Falo quando chego perto e ela assusta um pouquinho.

-Caio! - Diz surpresa. - Não sabia que você ia chegar tão cedo. - Agora eles já estavam afastados e eu ia tentar ser bem legal, até porque eu nem conheço o cara ainda.

-Pois é, a mãe pediu pra eu vir ficar de olho na situação. - Era verdade, ela realmente tinha me pedido isso mais cedo, Camila revira os olhos. 

-Não precisa disso. - Ela responde.

-Eu sei, vim mais cedo porque não tinha mais nada pra fazer em casa mesmo. - Acabamos dando risada.

-Prazer Carlos! Você deve ser o Caio irmão da Camila e futuro campeão dos jogos do Brasileirinho. - É, esse cara parece ser legal.

-Futuro campeão eu não sei, mas sou o Caio sim. - Respondo na mesma intonação de brincadeira que ele.

-A Camila me fala muito de você.  

-Carlos! - Ela repreende ele, e damos risada.

-Bom, eu vou ir por as bebidas na geladeira, mais tarde eu passo aqui. - Falo me despedindo e vou para a cozinha.

Guardo meu pacote de cervejas na geladeira e já pego uma para iniciar a noite. 

1, 2, 3, 4 cervejas, eu já estava feliz, bem feliz, ainda eram onze horas, e eu não tinha tomado coragem de sair de um banco que tinha no fundo da chácara, o único trajeto que eu fazia era do banco para cozinha, da cozinha para o banheiro e vice versa. Depois da segunda latinha eu fiquei com medo de ver a Liz e ela me rejeitar de todas as maneiras possíveis.

Entre um tempo e outro aparecia uma galera super animada aqui, ofereciam doses de tequilas, vodka e sinceramente? Acho que hoje eu estava dedicado a destruir o meu fígado, aceitei todas.

O primeiro fardo de seis cervejas tinha acabado e eu pensei que fosse um ótimo momento para deitar, achar um quarto e deitar meia hora antes de continuar a minha noite solitária enchendo a cara. 

Entro no corredor escuro, tudo embaçado e tremido, eu andava completamente torto e sem rumo algum, sempre odiei ficar assim sem meus amigos, era um saco. 

-Caio? - Eu quase não enxergava a Liz pela falta de luz, mas sabia e tinha certeza de que era ela só pela voz. 

-Liz! - Falo e nem sei o quão bêbado soou minha fala.

-Você tá bem? - Pergunta toda embaralhada e ela também devia estar completamente bêbada. 

-Melhor impossível. - Falou e tenho certeza de que ela revirou os olhos, mesmo que eu não veja claramente.

-Eu... - Ela começa a falar mais desiste. 

-O que? 

-Nada, é só que, eu não to conseguindo te ver muito bem. - Fala mais baixo. - Tá sem luz alguma, não dá pra ver nada. 

-É, não dá mesmo, só um embaçado. - Me aproximo dela e consigo até sentir o seu perfume doce.

Sinto que ela também se aproximou quando sua respiração bate contra o meu pescoço e faz todos meus pelos se arrepiarem. 

Estico meu braço levemente até encontrar sua mão e puxar ela para mais perto de mim. 

-Caio... 

-Não Liz, não fala nada não. - Sinto sua respiração contra os meus lábios agora e é como se a festa tivesse parado, como se o som não estivesse alto e nem desse para ouvir as pessoas, éramos só nós dois, como devia ser.

Quando encosto meus lábios no dela, aquela famosa corrente elétrica percorre todo meu corpo e não penso duas vezes antes de abrir a porta do quarto onde eu dormiria e entrar com ela lá.

Em chamas, era assim que eu me sentia, e o fogo se alastrou ainda mais quando ela me jogou sentado na cama e acendeu a luz do quarto, ela estava perfeita. Com um shorts de couro e uma camiseta meia aberta, ambos de cor preta, linda.

Parou na minha frente enquanto balançava os quadris de um lado pro outro no ritmo da música que tocava na festa. Vai jogando a cabeça pra trás e desabotoa a blusa. Deito o corpo na cama ainda com as pernas para fora quando ela se ajoelha na minha frente.

(...)

Estávamos suados, cansados e completamente satisfeitos. Era assim que eu queria passar meus próximos anos, com a Liz.

L I Z 

-Bom dia. - Ouço quase em um sussurro perto do meu ouvido, que faz eu me arrepiar.

Sinto o cheiro de sexo e ouço a voz do Caio ecoando no quarto, isso deve ser um delírio!

Abro os olhos vendo toda a realidade. O que eu fiz?

Dizem que, quando estamos bêbados fazemos as coisas que temos vontade, não é?