2.1 - Puxão De Realidade.

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L I Z

A festa estava bem animada, eu acabei conhecendo umas amigas do Bruninho e elas são muito legais e simpáticas.

Eu já estava meio altinha e todos estavam iguais ou piores.

-Amiga, bora ir no banheiro. - Rafaela diz pra mim.

Ela era uma das amigas, e a mais divertida, a que mais me acolheu aqui. (Foto da Rafaela no Elenco).

-Claro, vamos sim. - Ela dá a mão pra mim e vamos até o banheiro.

Entramos e eu fico apoiada na porta esperando ela, do lado de dentro.

-Você não se importa de eu ficar te chamando de amiga né? Eu tenho esse costume. - Explica.

-De jeito nenhum. - Nego e ela sorri começando a fazer xixi.

-Sabe, desde a hora que eu te vi na pista com os garotos sabia que era gente boa.

-Ah, obrigada, eu adorei você de verdade. - Comento e ela já tinha acabado o xixi.

-Você vai? - Pergunta apontando pra privada e eu nego.

Vamos saindo de lá, mas antes de chegarmos no grupo ela me para.

-O que você tem com o Caio? - Pergunta e eu fico confusa.

-Nada. - Falo rindo e ela me olha desconfiada. - Nós somos tipo irmãos.

-Nem fodendo. - Diz rindo e eu olho perdida pra ela. - Ele não para de te olhar um minuto.

-Não reparei. - Comento.

-Então não perde tempo! - Fala maliciosa. - Essa noite vou ficar com o Bruninho, bom eu acho, tô querendo.

-Vai fundo amiga.

-Já ficou com ele? Me diz aí se é bom, se não for eu nem fico. - Comenta e eu dou risada.

-É bem bom amiga, pode ficar. - Aconselho e ela comemora.

Será que ele estava mesmo me olhando sem parar? Aí, ele é um gostoso mesmo, sem estruturas pra ele.

-Demoraram. - Bruninho fala assim que nós voltamos pra rodinha.

-Não aguenta ficar sem mim né? - Rafa pergunta e ele sorri de lado revirando os olhos.

-Peguei uma ice pra você. - Ouço a voz do Caio no pé do meu ouvido e a bebida gelada encostando no meu braço.

-Obrigada. - Respondo olhando em seus olhos e me perco, um minutinho só, na sua íris.

-Disponha. - Fala desviando nossos olhares e falando no meu ouvido, com o rosto colado no meu.

Será que hoje era o dia da "sentada e tchau" dele?

É melhor não, eu ainda nem me resolvi com a Camis.

Eu me desviei dele e fui dançar com a Rafa, era disso que eu estava precisando desde que cheguei, alguém que bebesse comigo e se divertisse, eu não estava conseguindo ter isso com a Camila, nós sempre saíamos, mas só com um propósito, o Danilo.

Conforme o tempo foi passando, algumas pessoas começaram a ir embora. A festa já estava mais pra uma socialzinha com no máximo trinta pessoas.

Sento no sofá do lado de Caio, no outro sofá Rafa senta com Bruno, conversávamos sem parar e era a melhor vibe que eu tinha sentido desde que cheguei no Brasil.

Por alguns momentos vejo Caio vidrado em cada fala minha, em cada movimento, assim como a Rafaela tinha me avisado.

-Eu não te chamei aqui com nenhuma segunda intenção. - Caio fala baixinho pra mim assim que Bruninho e Rafa engatam em uma conversa interna.

Nós estávamos bem próximos e eu por alguma razão, fiquei nervosa, meu coração acelerou.

Ele senta de frente pra mim e se aproxima ainda mais.

-Caio... - Ele me interrompe.

-Eu não te chamei por conta disso, mas desde que você chegou eu tô louco pra te beijar. - Ele coloca uns fios de cabelo meu para trás da minha orelha e seu toque em contato com a minha pele me extasiava.

Com seu rosto quase colado ao meu, eu podia ver cada detalhe, e eu só sabia apreciar.

-Mas eu só vou fazer isso se você me disser que tá sentindo essa parada, essa energia, vibe, eu não sei como chamar. - Fala rindo, me fazendo rir e eu sinto sua mão na minha nuca. - E se você deixar, lógico. - Complementa se aproximando do meu rosto.

Eu não sabia como responder que queria, e que também sentia essa energia, então aproximei ainda mais nossos rostos e me perdi nos seus lábios.

O beijo dele era calminho e tudo de bom, eu poderia facilmente fazer isso por horas.

Sinto uma ardência no meu couro cabeludo e nossos lábios se separando.

Abro os olhos bem na hora que  Bárbara puxa meus fios e me olha com raiva.

-Você me deixou pra ficar com ela? - Bárbara grita na cara do Caio e ele ainda estava em choque, igual todo mundo.

-Babi... - Ele afasta ela. - Você tá ficando maluca. - Diz levantando.

A festa inteira estava voltada pra nós por cinta do bendito grito de Bárbara.

-Não tô! Eu sabia que essa garota não prestava! - Fala vindo na minha direção e se ninguém tirasse ela de cima de mim, eu iria apanhar.

Quando ela levanta a mão pra bater em mim, eu fecho os olhos com força só esperando o tapa.

-Tá ficando doidona? - Ouço Rafaela gritar e abro os olhos, ela tinha segurado o braço da Bárbara que olhava incrédula pra ela. - Rala daqui. - Empurra ela com brutalidade no sofá que estava sentada minutos atrás.

Suas amigas começam a rodear ela, para irem embora, espero.

-Você tá legal? - Caio pergunta e eu balanço a cabeça positivamente.

-Você é um frouxo Caio, vem amiga. - Rafa me puxa do sofá e me arrasta pro banheiro de volta.

-Ele não teve culpa. - Falo pra ela que dá risada.

-Amiga eu sei, é só um cu doce pra ele ir atrás de você depois.

-Rafa! - Repreendo ela, mas não consigo segurar a risada, essa garota era genial.

-Mas agora é sério, o cabelo tá ok?

-Tá sim, só doeu. - Respondo e ela concorda.

Já estava na hora de eu ir embora, hoje já tinha sido bom demais e ainda sai com um pouco menos de cabelo, hora de voltar pra casa e não fazer mais nenhuma cagada.

-Já vou indo. - Falo assim que chego de volta na sala.

-Não. - Caio fala de primeira, como se deixasse escapar. - Quer dizer, fica aí, agora a Babi já foi.

-Eu preciso voltar mesmo, vou aproveitar o puxão de realidade pra conseguir voltar viva. - Digo e eles acabam dando risada.

Me despeço de todos com um beijo na bochecha e volto pra casa.

A Melhor Amiga Da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora