--Vou pedir o divórcio. – Ela disse e meu coração acelerou. – Já chega. Acabou! – Completou nervosa.
--Fica calma. – Eu disse segurando sua mão. – Tem certeza?
--Sim. Já chega! Quero... Preciso ser amada, desejada como mulher! – Meu coração bateu enlouquecido. Se ela soubesse o quanto eu a amava, como a queria com loucura, e há quanto tempo eu a desejava. – Chega! Decidi que mereço mais! Enquanto fico aqui ao lado dele tentando todos os dias salvar esse casamento, lembrar porque casei, porque o escolhi, podia estar amando e sendo amada! – Meu coração se encheu de esperança. Olhei-a nos olhos.
--Você merece. Com certeza merece ser amada Aninha. – Ela sorriu e seus olhos se emocionaram fitando os meus.
--Oh Paula. Como amo quando me chama assim! Como é bom saber que tenho você. – Ela disse jogando-se nos meus braços. Eu disse o que tinha dito tantas vezes. Talvez agora fosse a hora certa. Talvez desta vez ela conseguisse compreender.
--Te amo. – Ela afastou olhando em meus olhos com lágrimas nos seus.
--Eu sei, também te amo. E vou precisar muito do seu amor e do seu apoio para largar essa relação de uma vez e encontrar o homem da minha vida. – Uma lágrima fugiu dos meus olhos. – Um homem que me deseje, que me ame, que me respeite, que me tome com loucura e me faça feliz! – A abracei para que não visse as lágrimas inundarem meus olhos. Ia começar tudo outra vez.
Eu a amava. A amava desde sempre. Eu sempre estive lá para ela, esperando algo que nunca teria. Eu tinha toda a sua atenção, tinha todo o seu carinho, e tinha todo o seu amor, amor de amiga. Eu podia ter me revelado, podia tê-la feito ver meu amor, ao invés disto escondi meus reais sentimentos por medo de perdê-la. Aceitei vê-la entregar tudo que eu mais queria a outro alguém, várias vezes. E desde então ela tortura-me.
Tortura-me. Exatamente escrito desta forma, pois um "que me torture" seria um modo subjuntivo de dizer que ela possivelmente torture-me, então neste caso, o caso de minha vida altera qualquer grafia. Sem a menor sombra de dúvida, criando esta variação no presente perfeito indicativo, Ana Tortura-me. É fato, não possibilidade.
--Dorme comigo esta noite? Sabe o que eu preciso hoje né? Aquilo que só você pode me dar! – Jogou-se nos meus braços e deitamos no sofá enquanto eu lhe dava aquele meu carinho que ela tanto amava. Dizia sempre que nunca conheceu nada no mundo melhor que meu cafuné, e ele era todo dela. Tê-la assim nos meus braços, seu corpo tão junto ao meu me enlouquecia! Era tão bom quando ela se escondia do mundo enfiando o rosto em meu pescoço, e eu acariciava seus cabelos macios, ao mesmo tempo era algo torturante, tê-la assim tão perto, e tão distante.
Lembrei de tudo que a gente viveu até ali. Depois de vê-la ficar com alguns caras, sofrer com estas relações, vê-la ficar noiva, casar, agora, ela me dizia que ia se separar, e buscaria mais uma vez alguém, que outra vez, não era eu.
Precisava fazer alguma coisa! Mas o que? Não! Sabia que eu não faria nada! Pode até parecer covardia, mas o caso é outro. Sempre amei tanto Ana que este amor forte se negava a perdê-la, por me declarar, por ela não compreender, e assim, eu e este amor em meu peito aprendemos a ficar calados, vendo tudo acontecer. Portanto, sabia que mais uma vez, eu não faria nada que me fizesse perder Ana!
Naquele momento comecei a lembrar de tudo desde o dia que a conheci. Esta é uma longa história.
NOTA INICIAL:
Sentei para escrever um capítulo único, apenas uma cena do cotidiano. Um amor platônico, a tortura de amar alguém que não sabe de seu amor. Do nada a história ganhou corpo. Os personagens tinham mais história do que imaginei, queriam me contar como chegaram até ali. Pensei que isto podia gerar uns dez capítulos... Havia bem mais.
Esta história se tornou a minha maior história. Aconteceu naturalmente, se encheu de sentimento, cenas que realmente consegui viver em minha alma. Belos e doces momentos surgiram, também torturantes momentos de um calor intenso e muito verdadeiro. Esta história aconteceu sozinha e me tomou para si.
As convido a mergulhar em TORTURA-ME, a história mais forte que já escrevi, e com certeza meu melhor trabalho até hoje. Acho que atingi um novo ápice de sentimentos e sensações com este romance. Se entreguem. Entreguem sua alma a esta tortura, e boa leitura.
NOTA DA NOTA:
Esta história vou repostar a pedidos,e reler cada momentinho com vocês, então comentem e contem prazamigas.

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Tortura-me
Romance"--Vou pedir o divórcio. - Ela disse e meu coração acelerou. - Já chega. Acabou! --Fica calma. - Eu disse segurando sua mão. - Tem certeza? --Sim. Já chega! Quero... Preciso ser amada, desejada como mulher! - Meu coração bateu enlouquecido. Se ela s...