Capítulo 10 - Tenho Ciúme

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Naquele dia quando acordei, depois da minha primeira vez, eu me vesti e saí pelo apartamento à procura de Luana. O que encontrei ficaria na minha memória para sempre.

Abri a porta de um dos quartos e o dono da festa dormia de conchinha com outro cara tranquilamente. Fechei a porta com cuidado.

Então abri mais uma porta. A cena era inacreditável! O sol invadia todo o quarto. Luana estava deitada em um colchão no chão, enroscadas nela cinco garotas peladas! Duas delas estavam enroscadas em seus braços, uma delas dormia com a cabeça no meio das pernas dela, outra dormia por cima dela com o rosto escondido em seu pescoço, e a última estava encolhidinha enroscada em uma de suas pernas. Não era só! Seu rosto, que era a única parte dela que eu conseguia ver estava muito, muito arranhado!

Depois de eu me assustar, e acordá-la gritando seu nome. Depois de algumas das garotas correrem ainda meio bêbadas pensando que eu era a namorada dela. Depois disto tudo descobri que Bruna apareceu na festa. Luana estava agarrada com a amiga da Lílian, então começaram uma disputa idiota de longe.

Bruna agarrou um cara e uma garota ao mesmo tempo, se atracou com eles e quando olhou de volta Luana já beijava e se alisava com quatro garotas. Então Bruna foi até lá e avançou na sua cara igual uma onça. Arranhou ela toda e tiveram que levar Bruna dali. Quando Luana saiu da festa Bruna estava na porta e pulou nela outra vez. Ela deu trabalho aquela noite! Ela era a quinta garota, a que dormia sobre Luana. Nunca saberemos como ela acabou na cama com Luana e as garotas. Nenhuma das duas conta. Aquela seria a última noite delas.

Cheguei em casa e encontrei meu pai louco da vida na sala. Ele falou sério se controlando.

--Onde você estava Paula?! Achamos que estava na Ana e ela apareceu aqui tarde! Você não atende o telefone! Liguei pras suas amigas e ninguém sabia de você! Não ia sair com elas?! – Respondi irritada.

--Eu saí com a Luana Papai, e deu um rolo lá! Depois juro que explico! Estou estressada! Quero tomar um banho e dormir! – Já estava no pé da escada quando ele chamou.

--Espera Paula! Não pensa que vai se livrar de explicar! Sabe que pode sair, mas não pode sumir! E devia ligar para Ana. Ela veio ontem e hoje te procurar. Parecia ansiosa. – Bufei e respondi.

--Tá bem Papai! Eu vou explicar, trancar a porta do meu quarto e não estou pra ninguém! Estou irritada e por favor não quero ver ninguém! O que aconteceu foi que Bruna deu um ataque daqueles com Luana! Sabe bem como são! O senhor mesmo viu Papai! Elas tem um namoro maluco e brigam! A Luana está toda arranhada! Ficamos na casa de um amigo dela, o dono da festa. Eu estava segura. Acho que deixei meu telefone em casa! Pronto! Posso subir agora?! – Ele me olhou em dúvida.

--Não está em casa nem pra Ana? – Completei.

--Pra ninguém! Nem pra ela. – Subi as escadas. Tomei um banho longo e deitei no quarto escuro.

Devem estar se perguntando agora, se afirmei que minha primeira vez foi algo bom, porque eu estava tão aborrecida, e porque evitava Ana naquele momento. Se me perguntassem naquele dia eu não saberia responder, hoje eu sei, e nem era um motivo só.

Minha primeira vez podia até ter sido doce, especial, mas tudo que eu pensava depois que acordei, é que não foi com a garota que eu amava.

Outra coisa que me irritava era que enquanto Ana devia estar beijando seu "namoradinho" ou nos braços dele fazendo talvez até mais, eu estava com uma garota pela qual não tinha sentimentos. Isso me fazia sentir uma idiota. Ela estava com alguém que gostava, e eu?

Não. Eu não era daquele jeito! Eu havia entregue minha primeira vez sem nenhum amor.

Digamos que mesmo assim não estava arrependida com o que aconteceu, com minha atitude. E tudo que martelava em minha mente era: "Devia ter sido com Ana". E sabe do que eu não precisava naquele momento? De Ana me contando como foi seu encontro!

Tortura-meOnde histórias criam vida. Descubra agora