Encontro 2.0

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Pov: Harry

Estava uma brisa fresca nessa manhã, acordei com o barulho de roupa se mexendo e conversas rápidas entre Simas e Dino como "Bom dia". Ron continuava dormindo, e eu nem me dei o trabalho de me levantar, hoje era o dia onde iremos para Hogsmeade, ou seja, fodeu.

Deitado olhando pra cima, eu tentava pensar em uma desculpa em não ir para lá, mas todas as ideias eram inúteis. Eu poderia falar que estava me sentido mal, mas além de ser uma desculpa sem criatividade Hermione provavelmente falaria para eu ir na ala hospitalar antes que fossemos. Eu estava encurralado, não sabia como sair dessa situação, por que tem que ser tão difícil falar com ele? Encarar ele? É como se alguém desligasse meu cérebro toda a vez que eu ia falar com ele e ativasse o botão de pânico, como eu conseguiria ficar sozinho com ele?

Eu sei que da outra vez eu consegui de certa forma falar com ele, mas nem falamos sobre o assunto! Nos distraímos e falamos sobre outras coisas, e nem ao menos falamos como nos sentimos! Afinal, como eu me sinto? Porque eu imagino que essa conversa talvez seria a conversa mais constrangedora que já teria tido na minha vida? O que eu faço? Se fosse com, sei lá, a Cho ou Gina (que são garotas que eu até me dou bem de certa forma) pelo menos eu saberia o que fazer ou falar, mas o Malfoy? Do que eu iria falar? Sobre o quão babaca ele foi durante esses anos? É claro que não.

Finalmente me levanto e me troco para ir tomar café da manhã, "por favor, que eu quebre algum osso," pensei "por favor! Qualquer coisa para eu não ter que ir!"

Todos os alunos já estavam prontos no Saguão de Entrada, esperando para serem liberados por Filch. Ron foi se juntar com Gina e Hermione, que já estavam lá, me mandando um "boa sorte" e foi se encontrar com as garotas. Olhei em volta e vi Malfoy encostado na parede de pedra, olhando para os próprios sapatos. Ele estava sozinho, não vi nem sinal da Pansy nem Crabble e Goyle, ele estava só. Meu nervosismo aumentou, não sabia se iria se juntar a ele ou ficasse longe, mas não tive que pensar muito no que fazer, por que logo em seguida eu fui empurrado por alguns alunos para perto dele (não consegui quem eram, mas provavelmente me empurraram de propósito).

Agora eu estava lá, do lado dele, meu coração quase saindo da boca. Ele me olhou e rapidamente desviou o olhar, constrangido. Demorou um pouco para Filch finalmente nos liberar e, quando liberou, eu e Malfoy entramos na fila juntos. Ele usava um suéter verde de tricô, uma calça jeans e tênis, enquanto eu usava um casaco de veludo, cachecol e uma calça preta. Estava fazendo um frio aconchegante, perfeito para um chocolate quente. Fomos andando até fora, caminhando em silêncio. Quando passamos pelo estádio de quadribol, Malfoy fez um barulho que soava um "puts!".

- Que foi? – perguntei, olhando na direção do estádio.

- Aquele cara da Corvinal acabou de levar um balaço no meio da fuça com tudo, com certeza quebrou o nariz.

- Nossa. Bom, isso é normal no quadribol.

Foi uma curta e constrangedora conversa, não tinha muito o que falar sobre, muitas pessoas quebram os narizes ou ossos no quadribol, eu mesmo já quebrei.

Chegamos finalmente em Hogsmeade, os alunos iam se separando e entrando em lojas ou pubs. Eu e Malfoy ficamos apenas andando pelas ruas, sem saber o que fazer. Minha cabeça ficava pensando sem parar em assuntos, mas nada era bom, não tinha nada para falar, além de....

- Desculpa por isso, eu não sei o que deu na Pansy esses dias.

- Ah, não, tudo bem. Eu também não esperava que a Hermione falaria com alguém como a ela, elas não se gostam afinal.

- Né? Tipo, a Pansy ta muito estranha esses dias, parece minha mãe. Não sei se é um problema na família ou sei lá, por que ela nunca foi assim...

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