You And I 「𝑺𝒊𝒚𝒐𝒐𝒏▪︎𝑯𝒆𝒚𝒏𝒂」(G!P)

|Sina>23<|

Gente, Esse é tipo um Flashback da Sina...

Pov's Narradora

De bruços, cabelos espalhados pelo travesseiro, o lençol cobrindo até abaixo da cintura, dando visão ao moletom cinza que cabia duas dela, uma mão debaixo do travesseiro servindo de apoio para sua cabeça, os lábios entreabertos por onde uma respiração ritmada e suave passava... Em sua mente? Ela era uma super-heroína que estava salvando crianças das garras do grande dragão de duas cabeças... Ela estava vencendo, estava feliz por isso, até que...

— ACORDA LOGO GAROTA. – Uma voz grossa surgiu em meio ao seu sonho, despertando-a rapidamente. — Eu estou com fome, vai fazer meu café. – Resmungou o homem alto e rechonchudo ao abrir a porta do quarto.

Sina sentou na cama e olhou ao redor sem entender o que estava acontecendo, franziu o cenho e encarou o homem a sua frente, reconhecendo ser seu pai e no mesmo instante se desesperou, levantou da cama em um pulo e começou a ajeitar seu cabelo.

— Estou esperando, não demore muito. – Disse autoritário e a garota apenas assentiu várias vezes.

Correu até o banheiro paraescovar os dentes e desceu as escadas para fazer o café, deixaria para tomar banho depois, conhecia seu pai o suficiente pra saber que ele não teria paciência de esperar que ela terminasse seu banho. Entrou na cozinha e encheu uma chaleira com água, colocando no fogão para deixar ferver. Abriu o armário e pegou o pote com o pó de café e um pacote de biscoito, já que era a única coisa que tinha para comer, colocou algumas colheres de café dentro do coador e esperou até que a água estivesse quente o suficiente para terminar de fazer o café.

Equilibrou a xicara de café e o prato com biscoitos sobre a bandeja e se dirigiu até a sala, onde seu pai estava jogado na poltrona velha com as pernas apoiadas na mesinha de centro enquanto assistia ao jornal.

— Aqui papai. – Disse com a voz mansa e colocou a bandeja sobre as pernas do homem.

— Demorou. – Resmungou e olhou para a bandeja. — Que droga é essa? Como você espera que eu me sustente com algumas bolachas velhas? – Perguntou raivoso, a veia do pescoço e da testa saltadas.

— Desculpa Sina, papai. – Abaixou a cabeça e encolheu os ombros.

— Desculpa Sina, papai. – Debochou da garota —  Você é uma imprestável. – Jogou a bandeja longe, fazendo com que o prato e a xicara quebrassem em vários pedaços. — Você deveria ter morrido no lugar da sua mãe, pelo menos ela não era louca. Agora limpa logo essa bagunça.

Com lágrimas nos olhos e o coração apertado, a garota se abaixou para recolher os cacos de vidro do chão, mas acabou se ajoelhando encima de um pedaço do prato e sentiu a ardência em seu joelho que a fez gritar de dor.

— O joelho de Sina dói. – Disse chorosa olhando para o corte e olhou de forma suplicante para o pai que nem ao menos olhou para ela e continuou assistindo TV.

— Se você não fosse retardada saberia que não é pra se ajoelhar onde tem vidro.

— Sina não é retardada. – Repetiu baixinho a frase que sua mãe sempre dizia quando o pai lhe chamava daquela forma.

Sina sabia que ele não iria ajuda-la e nem deixaria que ela saísse sem limpar a sujeira da sala, então segurou o choro, ignorou a dor e continuou a limpar o chão. Quando finalmente conseguiu tempo para cuidar do seu joelho, viu que o mesmo estava com um corte aberto e o sangue seco que ia até o seu pé. A garota sentiu as lágrimas escorrerem novamente, ela queria sua mãe e sua avó ali com ela.