Capitulo 4

804 57 9
                                    

"Não são as armas que matam e sim as pessoas."

Todo mundo tem medo de algo, algumas pessoas tem medo de altura, outras de escuro, outras de aranhas. Algumas tem medo da morte, outras, do matador. E eu? Eu tenho medo do matador, que neste caso se nomeia como Anônimo.

- bom, como eu disse, conheço alguém que pode nos ajudar com esse caso.- diz Claire sentada de frente para mim na cama ao lado, com as pernas cruzadas, estou na mesma posição.

- e quem seria?...- pergunto.

- Joey.- ela responde e pausa. Levanto minha sobrancelha direita.

- liguei para ele hoje cedo e ele irá nos encontra na biblioteca do campus, as 20:00 da noite.

- certo... E a Angel?- pergunto.

- bom... Ela saiu com o Larry.- ela responde com um sorriso no rosto.

- eles estão?... Você sabe o que.- pergunto com uma pequena risada.

- é... Não sei.

Nos deitamos, ficamos olhando para o teto branco do nosso quarto e a pequena faixa de luz que o sol deixava nele, fico imaginando como tudo isso foi acontecer de um dia para o outro, eu acabo de entrar na universidade e já estou nessa emboscada? Como alguém tem a coragem de matar pessoas? E o que eu tenho haver com isso? O que esse (a) tal de Anônimo quer? Isso não pode ficar pior.
***
São quatro horas da tarde e acabo de sair da minha aula, não recebo nenhum sms de Anônimo desde manhã, graças a Deus.

Saio da sala de aula e vejo todos andando pelos corredores de um lado para o outro, tenho a idéia de ir para o vestuário feminino na quadra, para ver se eu encontrava algo.
Após ter decido as escadas, abro a porta branca de ferro que da diretamente para a quadra que está totalmente vazia, as luzes apagadas, não havia ninguém ali. Atravessei a quadra para o fundo dela onde havia o vestuário, já estava ficando incomodada com o barulho que os meus tênis faziam no piso de madeira. Ao chegar perto da porta do vestuário que estava com uma faixa bem pequena aberta, respiro fundo e a empurro, ela range e faz eco por todo o espaço vazio. Não há mais nada ali, o chão estava limpo e todos os armários trancados, entro lentamente e em silêncio, encontro o interruptor na parede a minha esquerda, porém, a luz não acendia. O lugar estava somente iluminado por uma faixa de luz que vinha das pequenas janelas estreitas que havia bem no alto da parede direita. Me aproximo do fundo do vestuário e encima do banco de madeira havia uma camiseta, me curvo para pega-lá e ouço algo atrás de mim, me viro rapidamente e não vejo ninguém. Olho novamente para a camiseta, minha pele arrepia e o lugar fica frio, sou arremessada para a parede direita e bato minhas costas nela, alguém vestido todo de preto com um capuz e uma mascara se aproxima de mim, chegando mais perto e me deixando encurralada na parede. Ela coloca seu antebraço direito em meu pescoço me impedindo de sair e tirando o meu fôlego, não consigo gritar. Com a outra mão ela segura uma grande faca de cabo branco e detalhes pratas, uma lágrima quente escorre em meu rosto. Olho para baixo e levanto meus joelhos dando uma joelhada forte em seu estômago, ele se curva e eu saio indo para o outro lado o observando, ele se vira e vem se aproximando com a faca, eu chuto sua mão rapidamente fazendo com que a faca voe, me lanço para cima dele e seguro sua mascara, quando a tiro...

"HÃHH" suspiro fundo quase perdendo o fôlego, acabo de acordar de um pesadelo.

- oi.- levo um susto ao ouvir a Angel na cama de trás sentada com as pernas cruzadas e o seu celular em mãos.

- oi.- respondo, limpando o suor de minha testa e observando que eu estava com a mesma roupa que havia usado na aula, pois quando saí vim direto para o quarto e me joguei na cama.

- você estava meio incomodada quando dormia.- Angel diz.

- sim, eu sei o porque.

- pesadelos, não?

- exatamente.- respondo, ficamos em silêncio por um segundo.

- Afinal, Claire está te esperando na biblioteca, já são dez para as oito. - Angel fala.

Me lembro de que iríamos falar com Joey hoje, olho para a janela e vejo que já está escurecendo. Me levanto e não faço questão de trocar de roupa, já estava boa. Peguei meu celular e fui para a porta.

-Você não vem?- pergunto para Angel.

- não, irei sair daqui uma hora com o Larry.- ela responde.

Dou um pequeno sorriso e vou.

Ando pelos corredores e encontro a porta da biblioteca, ajeito o cabelo como de costume e entro. Sigo o corredor reto até o fundo onde havia as mesas da biblioteca, observo Claire com um vestido verde claro até o meio de sua coxa resplandecendo a sua beleza, e logo ao lado dela observo um homem alto, cabelos loiros e olhos castanho, um homem lindo, sentia o cheiro de seu perfume a um metro de distância.

- Olá.- digo para o homem que provavelmente seria Joey e estendo a mão direita para cumprimenta-lo.- prazer, Lucy.

- Olá Lucy.- ele retribui o cumprimento com um sorriso maravilhoso no rosto.

- bom... Vamos começar?- diz Claire com as mãos para trás e balançando o corpo, ela estava a disfarçar e quebrar o clima que estava entre mim e Joey.

- sim.- ele responde e se senta na mesa, onde havia um notbook da Apple prata, ligado. - bom, um Serial Killer, certo?- ele pergunta.

- sim... E segundo ele, ou ela, sou a queridinha.- respondo e me sento em sua frente.

- precisamos que nos ajude a encontrar pistas, para sabermos o que ele quer, e quem ele é.- diz Claire.

- certo. Preciso que me respondam algumas perguntas sobre as duas vítimas, para saber se há alguma relação entre os fatos.- diz Joey, ele fita seus olhos em mim.- Quantos anos elas tinham?

- Steff tinha dezenove.- Claire responde.

- a garota do vestuário, Julie, tinha dezoito.- respondo.

- certo. Elas eram novatas?

- Julie era, mas Steff não, já estudava aqui á dois anos. - Claire responde.

Enquanto respondíamos, ele digitava em seu notbook, o que provavelmente seria as respostas dessas perguntas. Ele para de digitar e olha para mim.

- qual curso elas faziam?

Nesse instante olho para a Claire que estava em pé ao lado dele, e ela responde: Steff cursava medicina.
Engulo seco, olho para ele novamente e ele fita seus olhos castanhos para mim.

- e a Julie?- ele pergunta, me encarando.

Respiro, olho para Claire e de novo para ele, engulo seco novamente e respondo:

- Também.

AnônimoOnde histórias criam vida. Descubra agora