Capitulo 8

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•Lucy narra•

Recebi uma mensagem de Claire dizendo para eu ir urgentemente ao hospital, largo o celular no banco passageiro e acelero, chegaria ao hospital em torno de 20 minutos.
Me deparo com as viaturas da polícia e do FBI enfrente ao local, suponho que Joey esteja aí. Claire está sentada em um banco na recepção do hospital, vejo as gotas de suas lágrimas caindo na bolsa de couro marrom que estava encima de seu colo.

- o que houve?- pergunto.

-minha médica... Alice.- ela pausa- encontrei ela morta no chão de seu consultório.- se derrama em lágrimas.

Não sei o que dizer nesse momento, minha garganta cria um nó a ponto de me engasgar e a raiva começa a tomar conta de mim, creio que, Anônimo tenha feito isso.
Olho para o relógio em meu pulso e vejo que já são 01:10 da madrugada. Avisto Joey encostado no balcão fazendo algumas perguntas para a recepcionista, encosto em seu ombro.

- como ela está?- ele pergunta para mim e olha para Claire.

- nada bem, estou me corroendo de raiva, Anônimo é um...

- calma.- ele diz e segura meu braço.- vamos fazer de tudo para encontrar esse (a) psicopata.

Balanço a cabeça como um "sim" e dou um sorriso de leve, me sinto confortável quando encosto minha cabeça em seu ombro.
Está ficando frio aqui, vou para o refeitório do hospital onde havia uma máquina de café expresso, duas mulheres e um homem estavam assentados em uma das mesas ali presente, eu podia sentir a tristeza daquelas pessoas exalando no ar.
Pego meu café que acabara de ser feito, olho para aquelas pessoas e deduzo que sejam a família de Alice, me aproximo.

- olá.

- olá.- todos responderam juntos.

- hm... vocês eram íntimos de... Alice?- pergunto sem jeito, mas eu precisava tirar informações, me sento ao lado deles.

- sim, eu sou a mãe dela.- uma das moças responde.- ela é sua tia, e esse é meu marido.- ela diz apontando para ambos. - e você querida? É da polícia? Tem muita aparência de ser.- ela diz sorrindo.

- não não, sou amiga de Claire.- respondo, observo a expressão deles com um pequeno sorriso.

- Alice era uma pessoa boa, nunca me deu problemas quando criança... Ela estudava muito, e nem queria saber de namorados.- mãe de Alice diz rindo. - e a família dela sempre foi maravilhosa, sempre apoiou ela no trabalho como médica.

Nesse instante meu corpo arrepia e me lembro da hipóteses de que Anônimo poderia estar atrás de pessoas no ramo da medicina.

- a filha dela é um amor, ama brincar comigo, e sempre que Alice vinha me visitar a sua esposa me trazia tortas de frutas que eu adorava. - ela diz com um sorriso imenso.

Engulo em seco e tento não me constranger, pelo fato dela ter falado sobre a esposa de Alice com uma naturalidade. Ouço alguém chamando meu nome atrás de mim, era Joey, ele estava encostado na borda da parede.
Me levanto e dou um sorriso para as pessoas que estavam ali na mesa, como um "tchau."

- o assassino não deixou nem se quer uma pista.- Joey fala enquanto caminhamos para a recepção.

Havia muitas pessoas ali, policiais, funcionários, família e amigos de Alice, reparo em uma mulher alta de cabelos curtos com uma criança segurando em suas mãos, essa mulher esperneava de tanto choro, eu sentia mais vontade ainda de desabar.
No momento todos elevam a sua atenção para a televisão que estava ligada, observo Claire se levantando e vindo até mim.

" Garota desaparecida."
" A universitária Angeline Still está desaparecida desde esta manhã, seu celular foi encontrado enfrente a uma casa abandonada em Exfield, a FBI estará investigando mais sobre o caso, se por ventura a encontrarem ligue para a polícia."

Claire simplesmente desaba ao ouvir a notícia, é muita tragédia para um dia só, não me contenho e começo a chorar também, Joey nos abraça.

- escute, vá para o campus e dê um calmante para Claire, faça ela dormir, após isso se arrume e me encontre as 2:30 no estacionamento, vamos para Exfield. - Joey me diz.

Não posso recusar, preciso ir atrás de minha amiga e do idiota desse assassino.
***

Dito e feito, Claire já estava dormindo e estou esperando Joey, está nevando lá fora e quase não sinto os dedos das mãos. Após Joey chegar entro no carro, graças ao meu bom Deus que o ar quente está ligado.

- teremos uma longa viajem, chegaremos lá um pouco antes do sol nascer e faremos uma parada no caminho.- Joey diz.

Somente concordo com a cabeça e seguimos enfrente. Fico observando as luzes que se localizam nas laterais da estrada que praticamente não tem fim, até eu adormecer.
Sou acordada com o Joey fechando a porta do carro, ele acabara de entrar, com dois lanches em suas mãos e duas latas de red-bull.

- se alimente e tome isso, precisamos de energia. Chegaremos em 20 minutos.

Olho para o relógio no painel do carro, marcava 5:20 da manhã, como o lanche como se não houvesse amanhã, eu realmente estava faminta. Depois de tomar o energético desperto de vez e vou acordada o resto do percurso.

Chegamos, o relógio marcava 5:40, realmente chegamos um pouco antes do sol nascer, 20 minutos antes. Observo aquela casa abandonada e me arrepio, mas me convenço de que sou uma garota forte e vou enfrentar tudo o que vier.
Descemos do carro e observo Joey recarregando uma arma, ele a joga para mim, quase a deixo cair.

- uma hora eu ia te emprestar.- ele diz.

Seguro a arma com confiança e entramos na casa, Joey também segurava uma pistola, a casa estava escura e o cheiro era terrível, poeira para todos os lados e madeiras jogadas no chão. Olho para Joey e ele grita; "Alguém?", ninguém responde. Faço uma expressão de alívio, mas, começam a vir gritos do porão, olhamos para o chão abaixo de nossos pés, era um grito masculino.
Ligamos a lanterna do celular e fomos a procura da porta para o porão, piso em algo que range e fica meio oco, era a porta.

- Joey aqui!- exclamo.

Ele se aproxima e abre a porta, descemos rapidente, os gritos só ficavam mais próximos. Fomos ao fundo do porão, meu coração acelera, minha pele arrepia e sinto um nó em minha garganta, ali estava Larry amarrado em uma maca, uma corda que pegara fogo está posicionada em cima dele com 4 facas apontada para sua barriga, vejo um cronometro marcando 3 segundos restantes, percebo que daqui a 3 segundos a corda será solta e Larry morrerá, grito e tento correr até ele, mas, já era tarde...
Vejo as manchas vermelhas de sangue em sua camisa azul marinho, minha mão fica molhada após eu encostar em seu peito que escorria sangue, eu somente conseguia chorar e gritar até não ter mais forças, e o sol começava a nascer.

AnônimoOnde histórias criam vida. Descubra agora