Capitulo 6

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Dou um sorriso para ele e me levanto, vou até o banheiro, escovo os dentes com a escova descartável que havia na segunda gaveta da pia. Coloco meu vestido e vou para a varanda da sala, Joey continua deitado.
O dia está lindo, o sol iluminando os prédios comerciais de vidros e aqui do décimo terceiro andar da para ver a times square. Pego meu celular que estava na minha bolsa e volto para a varanda, não há nenhuma mensagem, dou graças a Deus. Continuo observando aquela cidade enorme cheia de edifícios e bem movimentada ás 9:10 da manhã, quando meu celular vibra.

"Estava com saudades? Pois eu estava. E agora para animar as coisas e começar o dia bem... Você tem 10 minutos para ir até a lanchonete da sétima rua, ou então ela morrerá." Após ler a mensagem, uma imagem chega, uma garota com um pano em sua boca e uma corda amarrada em seu pescoço. "Que comecem os jogos.- Anônimo."

Depois de tudo o que esse assassino vem fazendo, não tenho dúvidas de que esta garota está a ponto de perder a sua vida na lanchonete Carly's na sétima rua. Sinto meu coração acelerar e estar a um centímetro de pular pela minha boca á fora. Pego meus sapatos que estavam no chão e minha bolsa, vejo Joey saindo do quarto e vindo para a sala somente de boxers.

- o que está havendo?- ele pergunta.

- não tenho tempo, uma garota irá morrer daqui alguns minutos na sétima rua, Anônimo está passando do limites e eu preciso salvá-la agora.- digo correndo para a porta e abrindo-a. Desço pelas escadas de incêndio, eu não tinha tempo de esperar o elevador, quando saio para fora do apartamento sinto o asfalto quente na sola dos meus pés descalços, me lembro que eu estava sem carro mas a rua é somente daqui a três quadras, se eu correr chego em exatamente cinco minutos.
Quando estou correndo feito louca pela calçada, penso o quão, seja lá quem for o Anônimo, está me assustando. E agora a vida de uma pessoa está em minhas mãos, corro mais rápido.

Ao chegar na sétima rua não vejo movimento algum, nenhuma pessoa passando por ali, por incrível que pareça pois estou bem no centro de Nova Iorque. Chego enfrente á lanchonete e ela está fechada por um portão de metal, droga. Jogo meu salto contra o portão e sinto algo vindo lá de dentro, aproximo meu ouvido e ouço alguém tentando gritar, mas algo estava impedindo, sim, havia uma garota ali. Vejo um carro vindo em alta velocidade até mim, percebo que é Joey. Ele para o carro em minha frente e desce ás pressas.

- eu imaginei que estaria fechada.- ele diz e olha para o chão na parede ao lado, haviam canos de metais espalhados. Observo ele pegando um dos metais e dando um passo para trás do portão que estava fechado por um cadeado, em questão de segundo ele lança o metal contra o cadeado e o quebra de uma vez, ele realmente era forte.
Abrimos o portão juntos e entramos na lanchonete, não havia ninguém, mas ouvimos os gritos abafados vindo dos fundos. Fomos até uma sala que seria a dispensa da lanchonete, porém ela era grande e havia uma garota amarrada pelo pescoço por um corda, mas ela segurava a corda e não sofria o risco de se enforcar, uma barreira de chamas de fogo separava ela de mim e de Joey, provavelmente fizeram uma linha de gasolina no chão e ateou fogo.

- fique calma, vamos tirá-la daí, segure a corda.- eu digo. Olho para a parede esquerda e vejo um extintor pendurado.- corre Joey, ali!- digo e aponto para o extintor.

Eu já estava começando a soar por causa das chamas, e imagino a situação da garota do outro lado. Nesse instante Joey começa a apagar o fogo, eu corro para o balcão da lanchonete e pego uma faca que havia em uma das gavetas. Volto para os fundos, Joey acabara de apagar o resto de chama que havia ali, corro até a garota, mas, eu precisava de um banco alto para alcançar a corda. "aqui." Ouço Joey falar e trazendo um banco. Ele segura as pernas da garota e eu subo no banco, demoro alguns segundos para terminar de cortar a corda.
A garota começa a chorar depois que eu á solto, ela abraça Joey e soluça de tanto choro, me aproximo dela e também recebo um abraço, ela estava soada e quente, mas eu não me importava, estava quase na mesma situação.
Ouvimos uma viatura da polícia parar enfrente a lanchonete, deve ter percebido o portão arrombado e a fumaça saindo pelas janelas.

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