Capitulo 10

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Acordo com a claridade invadindo o quarto, sinto o peso do braço de Joey encima da minha cintura, ele dormia como um anjo.
Levanto- me devagar e vou fazer minha higiene matinal, sinto um frio terrível após levantar da cama, estava nevando lá fora e as ruas ficavam puro branco.
Sinto vontade de tomar um chocolate quente para me aquecer e logo vou para a cozinha. O celular de Joey estava encima do balcão junto ao meu, ambos são iguais, pego o café e começo a preparar ele na cafeteira, o cheiro fresco começa a inundar o apartamento. Ouço um dos celulares vibrarem no balcão atrás de mim, solto levemente a jarra, suspiro fundo, minha pele se arrepia aos poucos, fecho os olhos e torço para que não fosse o meu... Me viro e vou até o balcão, onde o celular de Joey estava com um novo sms. "Érika" dizia.

" Jo...começo os estudos amanhã, talvez nos encontramos pelas ruas de NY, depois me conte sobre a volta do emprego... xx."

Confesso que meu sangue ferveu no instante, essa menina ainda manda mensagens para ele? Por que ele não me contou?...Ele só pode estar me usando para se esquecer dessa...

- bom dia linda.- ele diz se aproximando de mim, dou um passo para trás.- o que houve?

- a tal da Érika que supostamente é sua "ex" te mandou um sms, vocês ainda mantêm contato?... Descobri da pior forma.- digo e solto o celular no balcão.

Me dirijo até o quarto e percebo que ele me segue.

- me desculpa Lucy, não queria que você pensasse que ainda tínhamos algo, ela simplesmente fica me enchendo mandando men...

- ELA SABE DO SEU EMPREGO! você voltou dias atrás, você já estava tendo algo comigo e mantinha contato com ela, contando as "novidades"...- debocho e me exalto.

- tente me escutar.- ele diz.

Dou de ombros e coloco o meu casaco, me arrumava enquanto discutíamos, pego meu celular no balcão e vou para a porta;

- está tudo um caos, me deixe ir.- digo e vou embora.
***

O campus está completamente em silêncio, maioria dos alunos vão visitar suas família aos fins de semana, porém, eu estou só, deitada na cama.
Meu celular toca, alguém estava me ligando, era minha mãe.

- oi mãe.- digo tentando disfarçar a voz de choro.

- filha... Como estou com saudades, como vão as coisas por aí?

- vão...- penso no anônimo, nas mortes, na depressão de Claire, na briga entre mim e Joey...- bem.

- que ótimo filha, já estou preocupada pelo fato de você estar longe, imagina se as coisas não estivessem bem por aí? Eu iria te buscar agora!- ela diz. E bem que eu queria voltar para casa, abraçar a minha mãe o mais forte possível.

- bom, todos estão com seus pais agora, e eu... Estou aqui no quarto sozinha.- digo tentando engolir o choro.

- ah filha... Não se preocupe, assim que você se formar vamos nos rever novente, eu te amo muito, e olha... Tente se divertir, se distrair e pegar vários gatinhos.- ela diz aos risos, fico envergonhada com o jeito que minha mãe fala, mas dou risada junto a ela.

- pode deixar mãe, te amo muito.

- um beijo meu amor, preciso ir, te ligo.

•ligação encerrada•

Me deito novamente e tento não chorar de novo, tento me esquecer de tudo...
***

Já são 20:30, e o silêncio permanece, os alunos costumam voltar para o campus as 23:00 horas. A biblioteca está vazia, poucas luzes iluminavam o lugar que por sinal era grande, e somente o abajur de minha mesa estava ligado para que eu pudesse ler.
Fico tão concentrada em minha leitura que me assusto quando um livro cai de umas das prateleiras dos fundos. Tento não me desesperar e me levanto lentamente, continuo ouvindo barulhos vindo da ultima estante da biblioteca, ando lentamente olhando dentre cada corredor... Ao chegar na ultima estante me deparo com um garoto, que por sinal, tinha uma aparência ótima, ele se assusta ao me ver.

- desculpa, me assustei ao ouvir o livro cair no chão.- digo.

- eu que peço desculpas, não reparei que mais alguém estava aqui.- ele diz recolhendo o livro do chão e se levantando.- sou Kevin.

- prazer, Lucy.- sorrio.

- ah... Muitas pessoas do campus te odeiam... Me desculpe.- ele diz.

- não se preocupe, eu sei disso.

- sua família também mora longe e não tem como visita-los?- ele diz revirando os olhos, como uma pergunta retórica, como se ele imaginasse que não era verdade.

- exatamente.

- sério? Pensei que era somente eu.- ele diz sorrindo. Admiro seu penteado como um "topete" e o brilho do loiro de seus cabelos.

- pois não é...- digo me sentando na mesa, ele faz o mesmo.

- eu fico meio apavorado com essas mortes que ocorreram aqui no campus...

Engulo seco quando ele diz aquilo, não gosto de lembrar que há um serial killer matando jovens por aí, e ainda por cima, mantém contato comigo.

- também fico, e disseram que o FBI ainda não descobriu quem é esse... Ou essa assassina.- digo.

- bom... Lucy, foi ótimo falar com você, mas agora preciso ir, tenho que estudar para amanhã. Te vejo amanhã?

- claro, nos falamos.- sorrio, e observo ele indo embora.
***

Acordo ás 11:00 horas, vejo Claire sentada em sua cama mexendo no celular.

- bom dia.- digo meio desesperada e vou abraçá-la.

- descansei um pouco esse final de semana, graças a Deus.- ela diz.

- que ótimo.- digo.

- não encontraram nenhuma pista sobre a Angel...- ela fala abaixando a cabeça.

- relaxa, os policiais e o... Joey estão fazendo de tudo.- digo suspirando.

- hey, o que está acontecendo?

- o que?

- você suspirou para falar o nome do Joey, aconteceu algo?- ela pergunta.

- sim, brigamos, mas é meio complexo então depois explico. Vamos almoçar.- digo tentando me animar e puxando ela da cama.

Descemos para o refeitório, estava nevando lá fora, porém, dentro do campus era um pouco mais aquecido, por isso coloquei uma calça jeans escura e um moletom preto do campus, sim, tínhamos 6, Claire possuía 3 e eu também.

- e o Anônimo?- Claire pergunta comendo seu pedaço de pão.

- não "apareceu", faz uns dois dias que ele não me "aterroriza".

- menos mal...

- talvez ele queira me...

- cale a boca!- ela quase grita.- ninguém vai te matar aqui não, você está sobre nossos cuidados e... se ele quisesse fazer algo, ele já teria feito.- ela completa.

Levanto as sobrancelhas e volto a comer meu purê de batata. Praticamente 50 por cento do refeitório eleva a atenção para a entrada do lugar, onde havia uma garota alta, loira, vestindo uma leggin preta, salto alto azul e jaqueta de couro. Ela praticamente seduzia os garotos ali presente com o seu batom vermelho escuro nos lábios. Ouço pessoas dizendo "ela é nova aluna." "Ela veio fazer Direito." "Será que é filha da diretora?" Etc.
A garota se aproxima do balcão onde havia maçãs e da uma mordida em uma delas, até para morder aquela garota "sensualizava".

- quem será essa daí?- diz Claire abrindo a boca com uma expressão de surpresa no rosto.

Volto meus olhos para a garota onde um menino se aproxima dela e a cumprimenta dizendo;

- Oi Érika.

AnônimoOnde histórias criam vida. Descubra agora