saturday night

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PATRICK DEMPSEY

— Ei, você. – Encontrei Ellen na saída da aula de sexta-feira, na cantina.

— Oi. – Seu lado tímido respondeu, enquanto eu ainda discutia mentalmente como cumprimentá-la. Nós estávamos saindo fazia dois meses, mas a insegurança por não saber como nos definir me tornava receoso. Acabei optando por um beijo em sua bochecha. Sentei ao seu lado, retirando seus vários livros de cálculo da cadeira, e os juntando com os meus vários de literatura. Ellen cursava Engenharia da Computação, enquanto eu fazia Literatura e Cultura Europeia com Filosofia.

Alguns dizem que somos completos opostos, ou que deveríamos trocar de cursos entre nós para ficar tudo certo. Preconceito idiota.

— Parece que terá um final de semana bastante cheio. – Disse, apontando para os seus livros. Ela sorriu de lado.

— Você não está assim tão diferente de mim. – Ela retrucou, aproximando-se mais de mim. A temperatura de -7 graus não estava muito convidativa para se isolar. Passei meu braço sobre seus ombros, trazendo-a ainda mais para perto. Era como se nossos corpos tivessem uma ligação, como se meu corpo fosse feito para proteger o dela. — Patrick... – Ela começou, meio sem saber como continuar. — Será que você pode me beijar agora? – Olhou-me, com um sorriso nos lábios.

I was made to keep your body warm
But I'm cold as the wind blows, so hold me in your arms...

Sem pensar, ou hesitar – de novo –, meus lábios já estavam sobre os seus. Era como se o mundo parasse apenas para que eu pudesse apreciar seus lábios suaves, seu hálito refrescante e com gosto de cappuccino. Quando separamos nossas bocas, encarei seus olhos brilhantes, olhos que me faziam apaixonar mais a cada dia, olhos que transmitiam toda paz, segurança e aqueciam meu peito.

Eu sorri.

— Você não precisa pedir.

— Você que hesitou quando chegou. – Rimos juntos, aproximando nossos lábios novamente. A química que nos envolvia era palpável. Era difícil manter minhas mãos longe dela, era tanta atração, que tinha que fazer um esforço imenso para não sermos presos por atentado ao pudor.

Apenas a abracei mais forte, deslizando minha mão por seu braço, querendo mantê-la aquecida.

— A gente podia sair hoje, ou amanhã... Ou só ficarmos em casa, assistindo qualquer coisa. – Perguntei, meio inseguro. Eu parecia um completo adolescente perto dela. Ellen olhou para os livros, depois para mim. Voltou seu olhar para os livros, suspirou e se aconchegou mais em meus braços.

— Não sei, Patrick.

— Você é muito nerd, sabia? – Sorri, enquanto beijava seus cabelos. Ellen se virou para me dar um tapa no braço.

— Ei, nada a ver! Eu só preciso colocar a matéria em dia.

— Então quer dizer que nem prova a senhorita tem? Estou sendo trocado por números, o quão humilhante isso pode ser? – Fiz meu drama básico.

— Ell, preciso falar com você! – Uma amiga da Ellen surgiu do nada, parecia agitada, nervosa.

— Oi, Kate, você está bem? – Ela perguntou, preocupada.

— Sim, sim! As meninas irão se encontrar lá em casa, vamos!

Suspirei e a soltei. Ela me deu um breve beijo.

— Te mando uma mensagem.

— Vou ficar te esperando. Vamos ser bem justos nessa divisão. Sexta é noite das garotas, sábado a noite é minha. Não quero desculpas. – Passei meus braços por sua cintura, trazendo-a mais para perto de mim. Kate parecia incomodada. Ignorei sua atitude e apenas selei meus lábios lentamente nos de Ellen. — Estarei esperando, não esquece. – Ela apenas sorriu e saiu com a ruiva.

***

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