Capítulo 4

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— O que aconteceu? — levanto a cabeça assim que Lucas tira os fones do meu ouvido no meio do intervalo.

Lucas é meu melhor amigo desde quando entrei para esse colégio, na época foi o único que não se importou quem eu era, só quis fazer amizade e falar com alguém que não perguntava de cinco em cinco minutos de onde você veio, é muito mais fácil.

Desde então não nos separamos, trabalho, duplas em sala e prova, sempre fomos nós dois e por mais que Lucas seja bem conhecido pela escola, é fácil ser amigo dele e ainda assim me manter escondido.

— O diretor viu uma discussão entre Talia e eu e como ontem não tivemos uma punição, hoje tivemos.

— Então você vai ter que ser dupla da burra da sala a partir de hoje? — perguntou enquanto se sentava no banco do meu lado.

As vezes eu acho que Lucas quem deveria ter birra com a Talia, desde antes de eu vir para essa escola, Lucas conta o quanto detestava ela. Nunca entendi muito bem o que aconteceu entre os dois, mas envolvia o antigo melhor amigo do Lucas.

— Vou e não acredito que ano que vem consiga mudar.

— Podemos tentar, mas só daqui um ano. — Lucas pega o celular no bolso e começa a ver algo no Instagram dele.

Volto a ouvir minha música ignorando o resto do mundo a minha volta, música não me ajuda a ficar calmo, mas com ela consigo pensar com mais clareza.

Depois da pequena discussão que tive com o meu pai ontem, não falei com ele mais. Hoje ele deixou um bilhete na minha porta avisando para eu pegar um carro para vir a escola. Não gosto quando essas coisas acontecem, mas não é fácil me controlar quando o "assunto proibido" vem a tona.

— Ei! Olha isso aqui — diz Lucas virando o celular para que eu pudesse ver a publicação que ele acabou de ver — Esse príncipe está sempre se metendo em alguma confusão, não duvido que quando chegue a hora ele abdique do trono em nome de uma das irmãs mais novas.

A publicação contava o último feito do príncipe herdeiro de Portugal. O príncipe Alberto nunca fica fora das câmeras por muito tempo e dessa vez foi por ter sido visto em uma balada mal vista pela coroa portuguesa, dizem que lá é onde os jovens vão para usarem drogas proibidas sem muita preocupação.

Não gosto de ver qualquer tipo de coisa que envolva eles, mas como não posso contar o real porquê de não gostar, simplesmente controlo o máximo da minha raiva e respondo qualquer coisa que faça algum tipo de sentido.

— Não ligo para o que a realeza faz ou deixa de fazer — respondo levemente nervoso e volto a prestar atenção na minha música — Eles só querem chamar atenção.

— Tem quem discorde. Mas enfim, não vamos mais fazer os trabalhos do ano juntos e agora tenho que pensar em algo que funcione para minha nova dupla — ele diz revirando os olhos — Pelo menos as notas dela são altas.

— Obrigado pelo apoio — digo ironicamente e segundos depois ouvimos o sinal soar indicando o recomeço das aulas — Vamos voltar para o inferno.

Nos levantamos rindo e andando em direção a próxima aula e a minha tortura.

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