uma única noite

Dia 1

No dia seguinte, você suspira, temendo sua suspensão na escola.

- Por favor, pai, não me faça ir! - Imploro.

- Kie, você conhece as regras. Você comete o crime, você paga a pena.

- Mas pai o JJ que começou.

- Eu acredito em você, querida, mas... Você tem que aprender a sair por cima nessas situações. Não importa o que aconteceu, você não vai faltar na escola. Não pode deixar suas notas caírem enquanto se inscreve nas faculdades! Tente ter um bom dia, Kiara, ou pelo menos um dia produtivo, e... - suspirou - por favor, não se meta em mais problemas.

- Tudo bem, pai... vou tentar dar o meu melhor.

- Faça melhor do que "tentar". - Disse autoritário.

- Ok, ok. Eu vou me comportar.

- Essa é a minha garota. - Papai sorriu pra mim.

Quando você chega à escola, sente que seus pés estão se arrastando pelo caminho.

"Eu posso fazer isso. Eu só tenho que encontrar uma maneira de passar o dia inteiro presa em uma pequena sala com o JJ Maybank. Quem eu quero enganar? Isso vai ser um desastre!"

Você entra na sala de aula, seus ombros estão tão pesados que com certeza você vai ficar com uma bela dor nas costas. E, claro, lá está ele.

- "Garota nova" - Zuou assim que me viu, me fazendo revirar os olhos.

- JJ, eu tenho um nome, sabia? - Cruzei os braços.

- Ah, eu sei! E não se preocupe, eu posso voltar a usar "Garota do taco" - O sinal toca, sinalizando o início oficial das aulas. Um sorriso pequeno surge nos lábios de JJ. - Melhor se sentar "Garota nova". Não queremos ter problemas, não é? - Ele tem razão. Eu tenho que sentar em algum lugar. E então, para minha surpresa, JJ da um tapinha no assento ao lado dele. - Venha, então.

- Você não pode estar falando sério.

- Por que não? Você realmente quer ficar sentada em silêncio o dia inteiro? Pelo menos assim, temos algo pra conversar.

- JJ, caso esteja muito claro... eu não gosto de você. - Tentei ser o mais clara possível.

- Não significa que não podemos nos divertir. O que você me diz, Kie?

- Aff, tá bom - Caminho até a mesa ao lado dele, praticamente desabando na cadeira.

- Não parece tão torturada, nós vamos nos divertir. - Sorriu convencido.

- Eu duvido. Olha, estamos suspensos. Então, pelo menos, vamos tentar fazer nossas tarefas, ok? Não quero que você me distraia das minhas responsabilidades. - Disse ríspida.

- Você está dizendo que não pode se concentrar na sua lição porque está pensando em mim? - Soou convencido.

- Isso é uma ilusão da sua cabeça. Não pense por um segundo que só porque passamos uma noite juntos... eu te vejo de uma forma diferente agora.

- Acho que você está em negação, Kie, mas não se sinta mal. A maioria das meninas me acha inesquecível. - Disse todo convencido.

- Não se iluda! - Me alterei e ele soltou uma risada - Vai ser três dias muito mais longos, se você não parar de tentar me irritar.

- Quem disse que eu estava tentando te irritar? Ouvi dizer que que resolver antigos ressentimentos faz bem. É o que estamos fazendo. Você sabe, resolvendo nossas diferenças.

- JJ, isso é impossível. Você e eu nunca vamos nos dar bem.

- Mesmo? Não foi isso que você disse na outra noite no hotel. - Sorriu.

- Isso não é justo. Eu nem sabia que era você! - Cruzei os braços feito uma criancinha emburrada.

- Sim, eu não pensava que existiriam cervejas suficientes no universo para me fazer esquecer da "Garota do taco". Talvez seja àquele clichê "opostos que se atraem", sabe?

- Aquele noite foi confusa. Eu mal me lembro do que aconteceu - Menti.

- Como você quiser, Kie. Mas a maioria das pessoas concorda que é mais fácil me amar do que me odiar.

- Me dê uma razão para te amar, JJ Maybank.

- Ah, eu poderia te dar centenas de razões para me amar, Kie. Mas que tal eu te dar uma centena de razões pelas quais eu poderia amar você.

- Nossa? - Entrei em choque.

- Você gostaria de ouvir, Kie?

Sinto o calor subir pela parte de trás do meu pescoço e sei que estou ficando constrangida.

- Diga porque eu poderia te amar, JJ.

- Você deve estar procurando por uma razão, já que está curiosa. - Falou com um sorriso ladino

- Só estou interessada em saber se você tem alguma qualidade - Dei de ombros.

- Que tal o fato de eu ser diabolicamente bonito? Soou convencido.

- É isso que você acha?

- Você não? - Engulo em seco, evitando brevemente o olhar dele.

"Quem eu quero enganar? Ele é tão bonito que me deixa com raiva."

- Você... está na média, eu acho. - Menti.

- Acho que nós dois sabemos que estou acima da média - Meu rosto se contrai de aborrecimento.

- Sério? O quanto você é imaturo? - Me irritei.

- E isso não é encantador? O que a propósito, é outro motivo para me amar.

- Ugh, eu não consigo lidar com isso. - Revirei os olhos enquanto JJ sorri, rencostando-se na cadeira enquanto joga a cabeça para dar risada.

Organizo meus livros sobre a mesa e construo uma barreira para bloqueá-lo. Depois de um minuto, alguns aviões de papel vindos do lado do JJ sobrevoam a barreira.

"Três dias inteiros disso. Eu não vou aguentar"

Depois de mais algumas horas cansativas, o sinal do almoço finalmente toca.

"Graças a Deus! Toda essa raiva e frustração reprimidas me deixaram com fome."

Assim que me levanto de minha mesa, o diretor aparece.

- Tudo bem. Kiara e JJ, vocês têm 45 minutos para o almoço. Vocês acham que podem se comportar se eu permitir que vocês comam com os outros alunos? Caso contrário, vocês podem almoçar aqui.

- Eu me comportei a manhã toda, Diretor.
- JJ desliza os aviões de papel embaixo da mesa com o pé.

- E você, Kiara? - Me olhou.

- Eu gostaria de comer com os outros alunos. Não discutiremos na frente de ninguém. Eu prometo.

- Está bem, então. Vocês dois podem comer no pátio com os outros alunos. Mas quero que vocês se sentem juntos.

- O que? Mas por que? - Pergunto incrédula.

- Porque preciso garantir que vocês passem coexistir pacificamente entre os outros alunos. Caso contrário, não há lugar para vocês aqui na Kildare.

"Entendi. É um teste. Talvez se eu fizer minha parte e terminar o almoço sem matar o JJ, o Diretor considere reduzir nossa penalidade."

- Tudo bem por mim. JJ e eu vamos sentar juntos no almoço.

- Hã? Você está se sentindo bem, Kiara? - Falou fingindo medir minha temperatura.

- Eu estou bem. Quero ir almoçar.

- Aham. - Apenas concordou.

Eu e JJ saímos da sala e seguimos pelo corredor em completo silêncio. Perto dos armários, percebo um grupo de garotas olhando na nossa direção com0 falcões.

- Não me diga que você tem um fã-clube?

- Elas não estão olhando para mim. Elas estão olhando para você.

- Por quê?