Os humanos são 50% bananas. O que eu quero dizer é que os humanos têm o DNA 50% semelhante ao das bananas. Talvez essa seja a explicação para eu ser tão patética. Provavelmente minha parte banana seja mais dominante que nas outras pessoas — ou talvez seja só a combinação da minha parte banana com a minha parte coala.
O lance é que, como a maior banana estre os humanos, eu não podia perder a oportunidade de ser patética naquele período de aula vaga deixada pela professora Elaine, que já faltou no primeiro dia letivo do ano.
Tendo tido um garoto como melhor amigo a maior parte da vida, eu não costumo chamar a Mari para ir ao banheiro comigo como a maioria das meninas faz com as amigas. Como uma espécie de consolo para a minha solidão, vi o Igor passando pelo corredor quando saí do banheiro.
Não resisti à tentação de dar uma olhada nele e em aonde ele ia. Não é como se eu fosse uma psicopata perseguidora ou algo assim, ok? Mas não é todo dia que eu o via andando sozinho por aí. Não mesmo. Ele sempre está acompanhado das Vespas-do-Mar. Então talvez fosse o universo me dando uma chance. Agora ele podia me notar e falar comigo longe dos outros e perceber que eu sou a mulher da sua vida.
Como a nossa classe era a única sem aula naquele horário, os corredores estão bem vazios. E apesar disso ele não pareceu me ver enquanto caminhava apressadamente. Eu parei de segui-lo quando ele virou em um corredor que não dava em lugar nenhum. Tipo uma rua sem saída perto do jardim dos fundos. Normalmente só os funcionários responsáveis pela manutenção andavam por ali.
E, veja bem, não é como se ele parecesse perdido nem nada assim. Na verdade, agora ele parecia desconfiado e começou a olhar para os lados. Rapidamente me encostei na parede. Alguns instantes depois, arrisquei dar uma olhada e ele estava a alguns metros, mexendo no que parecia ser o quadro de energia do prédio. Prendi a respiração e arregalei os olhos ao vê-lo tirar um alicate pequeno do bolso de trás do jeans e cortar um cabo.
Sem pensar duas vezes, saí dali e comecei a andar rápido de volta para o pátio, onde estava a minha turma. Quando alcancei a porta de saída, vi as luzes do corredor começarem a apagar e em seguida os gritos eufóricos dos alunos em aula quando as luzes das salas também apagaram. Ficou o maior breu. Saí para a luz do sol do pátio, indo diretamente para perto dos meus amigos.
Eles estavam falando sobre as consequências de uma possível viagem no tempo — às vezes eu me pergunto porque ainda sou amiga dessas pessoas, aí eu lembro que não tenho muita opção —, mas nem tentei me envolver na conversa. Não deixei de ver quando o Igor apareceu meio desconfiado à princípio, mas correu na direção da Vespas-do-Mar animadamente. O restante do grupo já fazia uma algazarra repentina. Bem, pelo que eu estava entendendo, eles tinham arquitetado um plano para derrubar a eletricidade de toda a escola!
E pelo visto, tinha funcionado mesmo. Porque todo o prédio parecia estar no escuro. E o que foi realmente espantoso: uns trinta minutos depois, a diretora decidiu dispensar todo mundo, já que a escola não tem um gerador ou algo assim e estava mesmo impraticável continuar as aulas normalmente sem luz, internet, computadores e, claro, ventiladores ou ar-condicionado naquele calor de mais de 30°C.
Provavelmente, até os alunos do período da tarde ficariam sem aula, já que o problema já havia sido descoberto e seria necessário chamar um eletricista para consertar a bagunça e devia demorar um pouco.
Bem, aparentemente, oamor da minha vida havia alterado o dia de todos ali. Todos.
O lance de eu tervisto só podia ser obra do destino.
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Oi, oi!
Não sei se tem alguém acompanhando aqui, mas se tiver, me desculpa pelo sumiço. E agora desculpa pelo capítulo curto. Andei doente um tempinho e um pouco desanimada, mas agora estou tentando voltar a postar toda semana.
Votem, comentem... adoro saber o que vocês estão achando :D
Bjs
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Fiksi RemajaSer a garota excluída que se apaixona pelo cara popular. Liza estava ciente de que isso era um tremendo clichê. Mas chantagear o cara popular para que ele fingisse ser seu namorado não devia ser tão comum assim. E descobrir que os populares não são...