Sala de estudos

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● Jeong Yunho;

— Uau, Jeong Yunho. Acho que a cada dia você fica mais burro. Como pode zerar a prova? — Wooyoung brincou, olhando para o quadro das notas com os estudantes bem na entrada da escola, com os reclassificados, os remanejados e os que estão presos no mesmo lugar.

— Disse o cara que tirou 0,1. Não se ache gostoso não. — Falei revirando os meus olhos.

— Ainda é mais que você! — Ele me mostrou a língua.

— CARAS! — Olhei para trás, me deparando com um Seonghwa mais do que ofegante. Sua cara estava vermelha como um tomate - como se tivesse corrido uma maratona - e ele claramente estava tendo dificuldade para respirar. Tivemos que esperar ele se recompor por um momento para terminar. — VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR NA TRETA QUE ESTÁ TENDO NA SALA DE ESTUDOS!

— Do que você está falando?

— Alguém se trancou lá!

— Como alguém se trancaria lá? — Jung questionou, claramente intrigado pela fofoca.

— Ei, seu idiota. Os caras da Icarus tem a chave para entrar.

— E porque caralhos alguém da Icarus se trancaria lá, se é o direito deles estar lá em primeiro lugar? — Questionei com o cenho franzido. Essa história não faz sentido nenhum. Tenho certeza que aumentaram a história até chegar nesse ponto, não é possível.

— É simples: a pessoa caiu de turma. Não pertence mais a Icarus, usem o cérebro, idiotas!

Alguém da Icarus caiu de classificação? Eles nunca caem. Estudo aqui desde que me conheço por gente e nunca vi uma pessoa sair de lá.

Fui até a lista dos remanejados, colocando o meu dedo em cima do papel e descendo com o meu dedo até achar...

Seo Dak-Ho, turma Icarus — remanejado para a turma Kairos. 

— Que porra? Ele foi remanejado? — Murmurei para mim mesmo. Não, isso nem faz sentido. Foi um erro? — Ei, para onde é a sala de estudos mesmo?

— Cacete, você não sabe nem onde é a sala de estudos? Puta que pariu, hein.

— Cale a boca e apenas me mostre para onde é, porra. — Ordenei ao mais baixo de nós três, que deu um passo para trás e apontou para a frente.

— Vá reto e suba até o último andar. Todas as salas ficam lá, alguma coisa de som e sei lá o que. 

Fui para lá no mesmo instante. Quase cai quando subi a escada, mas não me importei. Derrapei na virada do corredor, mas também não me importei. 

Que porra é essa? 

Quero dizer, nunca vim para esses lados porque não há motivo, mas isso daqui é literalmente uma prisão. É completamente assustador, parece que você está em um cárcere privado ou que você é um animal. 

A parte da frente é trancada com uma espécime de portão com catraca para passar e há até mesmo uma guarita — acredito que para verificar a entrada e saída dos alunos —, é terrível. Não sei como podem achar isso bonito ou motivador. 

Seja lá quem fica tomando conta da guarita não estava e daqui pude escutar a movimentação no corredor. Pulei a catraca e me deparei com mais uma porta trancada, dessa vez, com senha. Para a minha sorte, estava aberto. No mínimo uma pessoa passou e deixou aberto. 

Há um tumulto e uma comoção enorme no corredor. Os professores estão batendo na porta de vidro e mandando o aluno em questão sair e os alunos estão reclamando que o aluno está atrapalhando o estudo dos outros e que deveria cair fora de uma vez se não pertence mais a classe. Deixei um suspiro escapar da minha boca, pensando que se continuasse nesse ritmo meia noite chegaria e eles ainda estariam discutindo uma forma de abrir a maldita cabine de vidro.

━ highschool days; jeong yunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora