Minha vida inteira fui sozinho, para que preciso disso?

37 11 0
                                    

● Jeong Yunho;

Entrei dentro da cafeteria — quando ainda era cedo e ela nem estava aberta ainda — e usei as minhas próprias chaves para abrir a mesma. Tranquei a porta de novo e abaixei a ''barra'' de proteção. Sinto que preciso falar com a senhora Jung.

Bati na porta da casa duas vezes — não fiz tanto barulho assim, afinal, não queria escutar reclamações do meu amado amigo — e não demorou muito para ela abrir a porta.

— Oh! Yunho, o que te trouxe aqui? — Dei uma olhada em volta, um pouco constrangido. — Você e Wooyoung marcaram alguma coisa? Aigoo, vou lá acordar aquele menino! Ele ainda está dormindo!

— Não, não! Eu na verdade... — Como posso introduzir isso? Não irei mentir, eu nunca acreditei realmente nela sobre essas coisas de espiritismo – acho que é espiritismo, não me questione -, é um pouco hipócrita da minha parte aparecer e querer agora que isso me interessa. — A senhora... poderia... como eu posso explicar...

— Você quer uma sessão? — Concordei com a cabeça. Ela abriu um sorriso e me deu espaço para entrar, dizendo: — Venha, então. Pode entrar, não se sinta acanhado.

— E-Eu preciso pagar para a senhora antes, não? — Tirei uma boa quantia de dinheiro do meu bolso, mas ela me deu um peteleco de leve na minha cabeça.

— Eu não aceito dinheiro pelas sessões que eu faço, você deveria saber disso! Quem realmente tem o dom, não deveria cobrar.

— Mesmo? — A senhora concordou com a cabeça e fez sinal para eu me sentar no sofá, e assim eu fiz. 

Ela ficou em silêncio por um tempo. 

— Ah... eu entendo, vocês dois... — Ela olhou para mim, parecendo um pouco hesitante em continuar a falar. Não acho que será um enorme choque para mim, de verdade. Tenho uma mentalidade até que forte para as coisas. — Vocês dois tem muitas mágoas da vida passada que acabaram trazendo para essa...

Vida passada? Nós dois nos encontramos antes? Essas coisas realmente existem? Que tipo de mágoas temos? Um com o outro ou com as pessoas em volta de nós dois?

— É por isso que vocês se aproximaram tão rápido, também. Os sentimentos de vocês são intensos por causa da outra vida. — Arqueei uma das minhas sobrancelhas. Sei que como estou fazendo essa sessão com ela deveria acreditar totalmente, mas isso faz sentido? — É uma pena que o resultado sempre será o mesmo.

— O que a senhora quer dizer com isso?

— Não posso te falar mais nada além disso, meu bem. Há coisas que não devemos falar. — Ela acariciou o topo da minha cabeça e abriu um sorriso fraco e amarelo. — Apenas dê tempo ao tempo, o tempo cura qualquer coisa, ou pelo menos nos faz esquecer um pouco sobre elas. Se você precisar de ajuda no futuro... não hesite em me chamar, tudo bem?

— Está bem... — Falei um pouco confuso ainda com todos esses sentimentos no meu corpo. Como posso explicar? Sinto que me tornei mais consciente dos meus próprios sentimentos e mais sensível depois de ter essa conversa com ela. Parece que me tornei mais consciente sobre os meus arredores, também. É muito, muito estranho. — Desculpa incomodar.

— Não precisa pedir desculpas. Você nunca é um incômodo, Yunho. — Ela arrumou o cabelo atrás da minha orelha e levantou. Meu olhar foi atrás dela. — Irei acordar o Wooyoung, assim você não tem que ir sozinho para a escola. Só espere um pouco.

— Não precisa, deixe ele dormir um pouco mais. Eu estou acompanhado. — Falei, me referindo a Gyeong-Hui. Ela foi quem ficou comigo ontem à noite, me sinto mal de sei lá, dar um pé na bunda dela. Levantei e arrumei a mochila nas minhas costas de novo. — Obrigado.

━ highschool days; jeong yunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora