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Deitada sobre o colchão  macio e lençóis de seda finos Julie se sentiria nas nuvens, a situação séria completamente diferente se ela não sentisse todo corpo pesado e a cabeça explodindo de dor. Nós últimos minutos desde que acordou ela mantém os olhos fixados no teto, ela sabe que não está em casa, o lustre de cristal é resposta suficiente e Molina não consegue deixar de pensar que ele pagaria pelo menos quatro parcelas do seu aluguel.

Ela não consegue raciocinar bem, os olhos doem a impedindo de olhar para os lados e descobrir mais do cenário que se encontra, talvez esteja em um hotel, sabe que não tem dinheiro para isso, mas não deixa de ser uma opção.
Tomando coragem e ignorando a dor desagradável nos músculos ela se senta na cama, o movimento rápido faz sua visão escurecer, e ela se mantém firme se impedindo de cair para os lados.

Ela encara as paredes brancas com detalhes de marrom almond, e algumas móveis ali, poltronas, Tv, entre outras coisas sem relevância, notando a falta de itens de decoração pessoal que deixam o quarto sem vida; pelo menos uma conclusão boa ela tira, aquele é um quarto de hóspedes.

Julie fixa seus olhos na janela que vai do chão ao teto ao seu lado esquerdo e segue até ela, sente o estômago embrulhar mas continua seguindo. A vista de toda cidade e incrível, mas esta a metros do chão causam calafrios na sua espinha. Desde que caiu da árvore aos seis anos, sente-se apavorada a mínimo de altura possível, ela corre ao direção contrária e senta na cama novamente.

Como sair desse quarto? É um pensamento insistente, não sabe onde está, não lembra de nada desde que saiu daquele restaurante. Espera, talvez esteja na casa de Luke? Mas que porra ela iria fazer ali, eles não transaram era óbvio, Julie ainda usava o vestido da noite anterior, e no fim ele foi realmente sincero, não fazia o tipo "Aproveitador".

Julie vai até o banheiro, ignorando todo luxo a sua volta, ela lava o rosto na pia e tenta fazer o máximo para que a imagem de garota acaba desapareça, e em poucos minutos está descendos a escadas luxuosas.

Julie não se considera alguém covarde,   mas está em um lugar desconhecido causaria medo em qualquer um, ela sente o coração bater mais rápido e o estômago não para de embrulhar.

Não é preciso chegar até o fim das escadas para que seus ouvidos ouçam gritos raivosos, "merda" é tudo que ela consegue pensar.
Mas ela já está ali, não tem mais pra onde fugir o máximo que se pode fazer é entrar na sala, e deixar se vista pelos donos das vozes.

Assim que seu corpo se faz presente na sala, ela ver Luke sentado no sofá com os braços apoiados nos joelhos e a cabeça baixa. Ao seu lado suas mulheres, um loira alta e magra e a outra com longas tranças e pele escura. A primeira a notar sua presença é a garota loira, sua expressão é de choque, mas logo é substituido por um sorriso, tentando passar a Julie o máximo de conforto possível.

Ignorando os dois discutindo na sala, a loira se aproxima de Julie a puxando pra outro cômodo. O lugar tinha um grande piano, poltronas e algumas estantes com livros, uma decoração meio rústica. A loira imediatamente puxa Julie pra se sentar com ela e parece aflita.

- Sinto muito, isso vai demorar um pouco, Flynn está muito brava. - Julie não é capaz de formular nenhuma frase, e apenas se deixa levar pela confusão. - Sou Carrie, irmã do Luke. Você está bem, Julie?

- Sim... Não me lembro de muita coisa sobre ontem.

- Não tem o que lembrar, você chegou dormindo.

Carrie solta uma risadinha, e Julie ri envergonhada.

- Você sabe onde estão meus saltos? Eu gostaria de ir pra casa...

- Isso não...

A frase de Carrie é interrompida pelos dois que antes discutiam na sala se fazendo presente. O olhos de Luke pousam sobre Julie, e ele coça a cabeça meio envergonhado, mas sorrir pra ela.

- Bom dia, Julie.

- Ah, oi... Bom dia.

O olhar de Julie é atraído para a garota morena a sua frente, sua atenção continua firme ao tablet que carrega. Carrie se levanta e se põe ao lado dela, a cutucando.

- Julie, essa é Flynn. Empresária dos meninos. A perdoe pela falta de educação, ela está com a cabeça cheia.

- Sinto muito, é um prazer conhecer você, Julie. Espero que esteja se sentindo bem. - Flynn diz desviando os olhos do aparelho.

- Ah sim, obrigada. Mas eu realmente gostaria de ir embora agora.

Do canto da sala Luke engole em seco nervoso, mas seus movimentos não são notados por Julie.

- Julie, querida. Não acho que seja o momento de você ir embora... - Carrie diz.

A testa de Julie se franze em confusão e ela olha pra todos no cômodo esperando uma explicação.

- Ontem a noite... Você e o Luke foram perseguidos por alguns paparazzis, eles pegaram o momento que o Luke te trouxe pra casa no colo e a saída de vocês do Bestia. - Quem explica é Flynn, agora sentada ao lado de Julie no sofá. - Foram só algumas horas pra desenterraram sua vida toda.

- O quê? Como assim? - a voz de Julie se eleva, surpresa.

- Acho melhor você ficar longe do celular por alguns dias. - Luke diz, e no mesmo instante Julie tira o celular da bolsa. - Julie, não faz isso. - ele tenta se aproximar.

- Fica ai, ou eu juro por Deus que o próximo lugar que esse celular vai está é no meio da sua cara.

Com a ameaça Luke se afasta com as mãos erguidas.

- Eu gostei dela - Flynn sussurrou pra sua esposa.

Os olhos de Julie passam por todas suas redes sociais, as mentions ligadas ao seu nome, fotos suas com Luke, fotos de paparazzis na porta da sua casa e até algumas desenterraradas no seu ensino médio. E matérias ligadas a uma possível rivalidade com Victoria Caro.

- Eles estão na minha casa, na minha casa! - seus olhos continuam descendo pela tela do celular. - Estão me chamando de vadia aproveitandora.

- Sinto muito... - a voz de Luke sai como um sussurro antes de se jogar no sofá, em seguida puxando seus cabelos nervoso.

Carrie e Flynn vão até a cacheada tirando o aparelho de suas mãos.

- Vamos dá um jeito, querida.

Flynn limpa uma das lágrimas que escorrem da sua face, e Carrie a abraça de lado.

- Você está segura aqui.

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Notas: OH GNT ESSE CAP SAIU NA GRAÇA DE DEUS DEPOIS DE QUATRO MESES. E EU NÃO TENHO MAIS NADA ESCRITO.

Play Pretend | JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora