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KAT'S POV

"Sim, estou bem."

Segurei o telefone perto do ouvido enquanto ouvia a minha irmã na outra linha...Não me entenda mal, eu amo minha irmã, mas ela pode ser um pouco paranoica às vezes.

"Tem certeza? Quem está com você? Onde você está?"

Revirei os olhos enquanto ela continuava a tagarelar.

"Estou em um hotel agora... e estou sozinha."

Expliquei a ela uma meia verdade.Ela suspirou em frustração.

"Por favor, volte para casa."

Eu balancei minha cabeça em desacordo.

"Eu gostaria muito, mas não posso. Eu não posso encarar ninguém agora, principalmente ele. É só... Muito cedo."

"Tudo bem. Você poderia ao menos me dizer onde você está? E assim eu e a mamãe não vamos ter que nos preocupar tanto com você."

Ela perguntou desesperada, e eu estava prestes a responder quando de repente ouvi a porta da frente abrir, e eu o vi entrar. Ele estava segurando uma sacola de plástico, eu sorri imediatamente, e ele sorriu de volta.

"Kat, você está aí?"

Ela perguntou. Sua voz soou em meus ouvidos e eu saí do meu torpor.

"Sim, sim. O que você estava dizendo?"

"Eu estava perguntando onde você está!"

Ela falou um pouco mais irritada do que frustrada agora. Eu mordi meu lábio inferior em nervosismo, minha mente estava perturbada, decidindo se eu contava ou não a ela. Escolhi não dizer nada.

"Me desculpa Mitch, a ligação está cortando, preciso ir, tchau."

Desliguei antes que ela pudesse interferir.

- Era a sua irmã? - Ele perguntou, o que me assustou um pouco. Eu me virei para ver ele de frente para mim, e revirei os olhos.

- Era sim, e você deveria parar de fazer isso!

- Parar de fazer o que? - As sobrancelhas dele se juntaram em confusão.

- Me assustar assim. - Respondi como se fosse óbvio e ele soltou uma pequena risada.

- Vou manter isso em mente... - Ele deu as costas e virou de repente - Por sinal, por curiosidade, o nome da sua irmã é Mitch?

- Sim, Mitch, como o furacão... - sorri ao lembrar dela - Por quê?

- E você, o Katrina? - Disse ele quase como uma afirmação achando graça.

- Minha mãe é metereologista a ok? De verdade. - Eu dei uma risada.

- Eu gostei - Ele sorriu de volta.

- Ah, pode me chamar de Kat.

Ele assentiu.

Eu olhei ao redor do quarto e avistei a sacola de plástico.

- O que tem aí? - Perguntei curiosa.

JOE'S POV

- Bem, você não come nada desde ontem, então eu comprei algo para você comer. - Eu cocei a minha nunca em nervosismo.

- Obrigada... - ela sorriu genuinamente mas logo em seguida seu rosto estava com uma incógnita.

- Joe. - falei assim que percebi qual era a pergunta - Fique a vontade. - eu desviei o olhar.

Ela andou até a mesa, pegou o pacote de comida chinesa e abriu a caixa. Seus olhos brilharam de alegria.

- Obrigada, de novo.

Balancei a cabeça mais uma vez. Eu sentei no sofá e vi ela comer do outro lado do quarto. Me senti confortável, um pouco engraçado, nunca tive ninguém comido assim antes. Sempre fui só eu.

- Você não vai comer? - Ela abaixou o garfo e olhou pra mim em questionamento.

- Não estou com fome. - Eu balancei a cabeça.

- Como não? - Ela perguntou sem acreditar.

Eu suspirei sem paciência.

- Nada, só termine de comer.

- Ah... - Ela murmurou baixinho e continuou a comer.

KAT'S POV

Terminei de comer, joguei a caixa e a sacola no lixo do banheiro, e perguntei um pouco hesitante.

- Onde eu vou dormir?

- Na cama.

- Ok... E você? - questionei.

- No sofá. - Ele respondeu enquanto pegava travesseiro e o lençol.

Eu sentei na beira da cama e o vi arrumar o sofá. Ele forrou um lençol e o travesseiro com forros brancos, e deitou-se sem dizer ao menos uma palavra. Eu soltei um pequeno suspiro de frustração. O silêncio entre nós era inevitável, mas de alguma forma eu sentia uma pequena vontade de que ele se abrisse comisso e não se fechasse completamente, porque mesmo o conhecendo por apenas um dia, teve algo que fez-me apegar a ele.

- Joe? - chamei-o, mas ele sequer se mecheu - Às vezes você precisa baixar sua guarda, você não pode afastar todo mundo. - Eu disse antes de apagar as luzes.

JOE'S POV

Eu ouvi a sua voz suave chamar meu nome, mas eu não me mexi. Foi melhor, fechei os olhos e tentei adormecer, mas as suas últimas palavras ecoaram na minha cabeça repetidamente.

Ela está certa, eu não posso afastar todo mundo, mas também não posso deixar as pessoas muito perto de mim, é melhor assim. Eu consegui me virar sozinho até agora, por quê mudar isso agora?!

Uma bala com o meu nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora