Uma bala com o meu nome

~ 6 ~

KAT

Eu não sabia o que fazer... Olhei pra ele, e não tinha nenhuma expressão em seu rosto. Eu estava esperando alguma reação, ou que ele tivesse alguma ideia do que fazer. c

Então, comecei a entrar em pânico e coloquei a marcha no ré. Quando eu ia dar a volta, ele me parou colocando suas mãos sobre as minhas no volante.

- Não. Continue dirigindo. - ele disse com os olhos fixos na estrada.

- O que? Você ficou doido?! - eu perguntei confusa.

- Confie em mim!

Ainda com uma interrogação e medo enorme na cabeça, eu assenti. Joe começou a ir para o banco de trás onde tinha um grande cobertor e uns travesseiros que eu havia pego antes de sair "fugida" de casa, dirigindo que nem uma doida por aí.

Ele me olhou, e deu um breve sorriso antes de se abaixar dentre as coisas. Eu respirei fundo, e olhei para estrada por uns segundos, e então segui com o carro, tentando afastar toda angustia que se formava dentro de mim.

O policial fez sinal para que eu encostasse... Coloquei meu melhor sorriso, abaixei e abri a janela.

- Algum problema, senhor? - Minha voz saiu calma, mas minhas mãos tremiam em minha perna.

- Não, só precisamos verificar o carro antes que passe pelo limite da cidade. São ordens. - afirmou - Carteira de motorista, por favor.

Peguei a carteira dentro do porta-luvas e entreguei em suas mãos. Ele observou por um tempo a carteira e assentiu, me devolvendo.

- Chequem o carro. - deu a ordem.

Meu coração ia sair pela boca.

- Isso realmente é necessário? - perguntei ainda tentando sorrir.

- Foi o que eu disse ante, não foi senhorita? - ele falou ironicamente com um olhar sério.

JOE

Ouvi vozes do lado de fora, uma da Kat e uma do guarda. Eu fechei meus olhos, podia sentir as pequenas gotas de suor frio escorrendo pelo meu rosto. Para ser honesto, não era assim que eu imaginava que tudo ia acabar. Eu não deveria ser pego quando estivesse com ela. Ela não deveria estar aqui.

Foi um péssimo plano. Ouvi as portas do carro destrancarem, o som da porta se abrindo. Respirei fundo esperando o pior acontecer.

KAT

- Espere! - de repente eu gritei. Os guardas pararam e me olharem em confusão.

- Há algum problema? - O policial que deu a ordem se aproximou e me encarou.

Eu abri a boca pra falar, mas nada saia. Droga! Eu não conseguia pensar em nada, a ansiedade veio martelando e eu só consegui olhar para baixo.

- O que está acontecendo? - Uma voz, um pouco conhecida, falou atrás de mim. Virei, e reconheci o policial que havia me abordado mais cedo.

- Nada, senhor... Estávamos apenas checando o carro dela.

- Está tudo bem, eu conheço ela. Deixem-na passar.

Eu deixei escapar um suspiro de alívio, e me aproximei dele.

- Obrigada... De novo. - Falei e fui em direção ao carro, ele veio atrás.

- Só tenha cuidado por aí. - Ele falou e piscou um olho.

- Pode deixar... - Assenti.

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