~ 7 ~

14 2 5
                                    

KAT

Eu liguei o chuveiro e a água caindo parecia a objetificação de vida. Eu fiquei parada só sentindo a água morna percorrer todo o meu corpo, e me perdi em meus pensamentos.

Quando me dei conta, a Stefani veio na minha mente. Fiquei me perguntando quem é essa mulher, porque diabos ela mora no meio da floresta sozinha e qual é a "conexão" dela com o Joe... Não que me preocupasse, só era curiosidade.

JOE

Stef escorou seus dois braços no balcão da cozinha, e me encarou profundamente.

- O quê?

- Tem algo que eu deva saber? - questionou

- Não, está tudo bem. - respondi em hesitação. Não estava pronto pra contar pra ela sobre tudo que aconteceu, nem sei se ela acreditaria.

- Pelo amor de Deus - falou quase pra si mesma e riu em ironia e disse com a voz firme - Faz mais de um ano que eu não vejo você Joe. E aí você aparece agora, do nada, na porta da minha casa, com uma garota riquinha  que eu não sei onde você foi encontrar, dizendo que está tudo bem? Eu deveria mesmo acreditar nisso?!

Continuei calado. Ela não estava errada.

- Eu não sou idiota, Joe!

- É complicado. - Passei a mão no cabelo e não consegui encara-la.

Senti seus olhos sobre mim. Stef me conhecia muito bem, e lia muito bem as pessoas também, ela sabia que não estava tudo bem, mas também sabia que quando estivesse pronto pra falar eu falaria.

- Tudo bem... Mas e a garota?

- É só uma companhia. Nada demais. - respondi desconversando.

Ela abriu um sorriso esperto.

- Nada ainda.

Revirei os olhos e sorri.

- Não é desse jeito...

- Por sinal, devia ver se está tudo bem lá em cima. - ela aconselhou.

Eu assenti e levantei da bancada indo em direção ao andar de cima, parei no meio e olhei para minha amiga.

- Obrigado novamente Stef. É muito bom te ver de novo.

- O mesmo. - sorriu.

KAT

Desliguei o chuveiro e tirei o excesso da água dos meus cabelos, e me sequei um pouco com a toalha.  Fiquei me observando por um tempo no espelho... Eu tinha sardas pela bochecha e nariz, cílios grandes e uma boca aceitável para o meu rosto. Nunca tive a autoestima inabalável como a minha irmã, mas também não me sentia o tempo inteiro ruim. Me achava basicamente normal.

- Oi, tá tudo bem aí? Precisa de algo? - estremeci um pouco com batidas repentinas na porta do quarto. Tinha deixado a porta do banheiro entreaberta.

- Só um minuto! - pedi

Peguei as roupas que Stefani deixou para mim em cima da cama, e vesti. Elas caíram perfeitamente em mim. Destranquei a porta do quarto e dei de cara com o Joe. Ele estava meio estranho.

Uma bala com o meu nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora