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KAT

Meus olhos se abriram enquanto a luz do sol atravessava as cortinas que iluminavam todo o quarto. Soltei um bocejo cansado e esfreguei os olhos.

A noite anterior tinha sido boa... ele finalmente se abriu e isso me fez sentir uma espécie de alívio. Um sorriso se espalhou pelo meu rosto enquanto eu levantava da cama e seguia para o banheiro me organizar. Sempre gostei de começar os meus dias com um bom banho gelado, sempre aumentava a disposição e a sensação de bem estar.

Me organizei, coloquei mais de uma das roupas da Stefani, e segui para o andar de baixo.

Desci as escadas e a vi preparando o café da manhã, enquanto me aproximava dela lentamente.

- Bom dia! - Falei alegremente

Ela meio que estremeceu, olhou pra mim de um jeito estranho e afirmou com a cabeça. Fiquei ali parada com um sorriso meio torto e um pouco sem jeito, quando resolvi falar novamente.

- Ahm... Obrigada por me deixar usar suas roupas, elas couberam perfeitamente...

Ela afirmou mais uma vez com a cabeça e voltou a atenção de volta para a comida. 

Revirei os olhos, argh! Era tão difícil assim tirar uma palavra dessa mulher? Era irritante, de verdade. Ela colocou as panquecas na mesa, e pegou sua bolsa que estava pendurada na cadeira ao meu lado.

- Você vai à algum lugar? - tentei novamente. 

- Vou ao mercado. - falou e me analisou por um tempo - Gostaria de ir?

A expressão surpresa em minhas sobrancelhas não foi difícil de notar.

- Ah... Claro, por que não... - falei, mas permaneci sentada. 

Ela riu um pouco da minha reação. 

- Se está preocupada com o Joe, acredite, ele não vai se importar. Na verdade acho que ele vai gostar se você sair um pouco... E, eu não mordo. - piscou

- Eu gostaria muito. - falei quando senti o alívio de tensão no ambiente.

- Então, vamos.

Fomos no meu carro, rapidamente chegamos à cidade, em um mercadinho pequeno. 

- Então, como você e o Joe se conhecem? - perguntei enquanto passava para ela uma sardinha enlatada para o carrinho. 

- Desde sempre, nós crescemos juntos. Meus pais e os pais deles eram melhores amigos... - Ela hesitou um instante, e eu sabia o por que, continuei calada enquanto andávamos para a sessão das frutas. - Os pais do Joe morreram quando ele tinha 7 anos, e o tio dele o adotou. Mas há seis anos atrás, ele ficou doente e não resistiu. Desde então o Joe meio que sumiu, mas algumas vezes ele dá notícias e passa pra ver como eu estou. 

- Entendo... Sinto muito... Pelo Joe - falei um pouco sem jeito. Ela assentiu. 

- Ele passou por muita coisa sabe? Ele não conversa muito com outras pessoas sobre isso, ou qualquer coisa devo dizer, a não ser comigo. Acho que ele sabe que consigo entendê-lo só de olhar. Sabe? Sempre foi nós dois... - Ela me analisou - Acho que quando vi você com ele, senti uma espécie de ciúmes, talvez. - disse enquanto colocávamos as compras na mala, antes de entrarmos no carro novamente.

- Ciúmes de mim? - perguntei sem jeito pra saber se tinha escutado direito. 

- Patético, né? - ela riu um pouco envergonhada. - Quero dizer, eu nunca vi ele com mais ninguém, além de mim. Bem, com exceção do Dylan, o melhor amigo. 

Assim que ouvi o nome eu meio que paralisei, engoli seco. Foi então que percebi que ele não havia contado nada para ela. Ela não sabia. 

- Tudo bem? - questionou com minha mudez repentina. 

Uma bala com o meu nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora