Meu Desastroso Encontro de Um Dólar

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— A Samantha?! Sério? — Cindy praticamente berrou na cantina, tomando o papel das minhas mãos e passando os olhos pelo mesmo umas mil vezes.

— Fala mais alto, idiota. — Repreendi, pois o olhar de choque dela me estressou um pouco.

— Puta que pariu. — Alice, meio que querendo rir, puxou a cadeira e se sentou colocando a bandeja com o lanche a sua frente.

— Ai, calem a boca. — Tomei o papel das mãos de Cindy e voltei a olhar para ele. O nome de Samantha não era o único como pretendente para o meu encontro de um dólar, mas era o primeiro e junto de seu nome estava o número de telefone da garota. Beleza, o nome dela não era o único, porém era só para ele que eu conseguia olhar, como se não soubesse nem ler os nomes dos outros garotos logo abaixo.

— Cara, é muito azar ela ser o primeiro nome na sua lista. — Alice disse atacando o sanduíche a sua frente. Seu tom de voz era divertido, ela adora rir da minha cara.

— Também não fala assim da menina. — De repente Cindy assumiu uma postura mais defensiva. — Uma vez ela me deu cola na prova de matemática e estava errado, mas pelo menos ela tentou ajudar.

— Se eu quiser sair com ela não há nada que vocês possam fazer para me impedir. — Eu dobrei o papel e guardei em meu bolso.

A verdade é que eu tinha amado que Sam era a primeira candidata como meu encontro de um dólar. Samantha Fraser é tida como um tipo de esquisitona aqui na escola, tudo isso porque ela costuma dançar sozinha aleatoriamente a qualquer momento. É sério, a garota é uma máquina de dança. Alguns passos são meio estranhos e ela costuma dançar muito enquanto faz qualquer coisa, literalmente qualquer coisa. Ela também fala consigo mesma mais que o normal e é muito desastrada, tipo muito. Uma vez ela derramou um copo de café inteiro em Alice e nem percebeu e nem pediu desculpas, minha amiga rancorosa guarda mágoas até hoje. Eu, no entanto, acho isso adorável.

Tá bom, vou explicar.

Sam tem esse jeito... único, vamos dizer. Ela vive escutando música no fone de ouvido na sala de aula e às vezes se empolga e começa a chacoalhar a cabeça como se fosse uma baterista de uma banda de heavy metal tendo uma convulsão, e eu só falto morrer de rir. Uma vez ela me pegou rindo dela e só sorriu para mim e voltou a ser uma doida varrida. Foi ali que eu passei a meio que ter uma admiração por ela (?) Talvez eu só ache ela muito engraçada. Talvez eu adore o jeito como ela tira fotos horríveis, mas mesmo assim ninguém tira ela da equipe de fotografia do jornal da escola porque ela é a única pessoa que quer preencher essa vaga.

Tudo bem, talvez eu seja muito muito afim dela.

Também sou profissional em observar como todo santo dia ela aparece com um machucado diferente nos braços ou nas pernas por conta de alguma queda que ela levou na pista de skate. Ela é péssima nisso, mas sempre que os alunos se reúnem na pista atrás da escola ela tenta algumas manobras, todo mundo fica rindo e ela como uma boa idiota, gosta de fazer graça. Mesmo que ano passado tenha quebrado o braço fazendo uma manobra super arriscada. Eu fiquei bastante preocupada quando isso aconteceu e foi a partir dali que a gente se falou pela primeira vez.

É uma história meio longa então vou tentar resumir. Sam quebrou o braço em um ângulo bem estranho que fez com que ele ficasse levantado para cima no gesso. Uma vez eu estava andando atrás dela no corredor enquanto falava com Alice pelo celular e não vi quando Sam parou de andar e dei de cara no gesso dela. Ela gritou e todo mundo no corredor olhou para gente. E dá para acreditar que teve algum imbecil descarado que disse ao diretor que eu bati nela? Fomos chamadas, Sam desmentiu a história e eu pedi desculpas por quase ter quebrado o gesso dela com o meu nariz.

— Tudo bem, Geena. — Foi o que ela disse. Dá para acreditar que a idiota errou meu nome? Dá, porque, bem... é de Sam que estamos falando. Quando contei a Cindy, ela e Alice passaram uma semana me chamando de Geena Johnson. E sim, eu odeio essas imbecis.

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