Meu Maior Desejo

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— Você fez um desejo no seu aniversário? Antes de assoprar as velas?

— Sim.

— O que você desejou?

— Eu desejei ser feliz.

— Sam! Não era pra você me contar, eu tava brincando quando perguntei.

— Acha que agora porque eu contei não vai se realizar?

— Claro que vai, meu amor.

****

Oi, galera. Tudo bem? Muito que bem aqui tá tudo uma MERDA.

Sim, eu estou a ponto de surtar. Minhas mãos estão suando tanto que escorregam de vez em quando no volante e minhas pernas parecem tremer por vontade própria, meu coração não se acalmou desde que James nos deu a notícia de que minha Sam está em um hospital agora, onde provavelmente também esteve pelos últimos três dias. E eu não sei como reagir ou como me manter calma, minha cabeça já formou diversos cenários que podem explicar tudo que aconteceu e isso só piorou meu estado ainda mais.

Parece que minha garganta está sendo invadida por uma sensação avassaladora de agonia e impotência, está atravessando minhas entranhas e se espalhando por todo corpo. Nem sei mais dizer se estou respirando e me pergunto como ainda não vomitei de tanto nervosismo.

— Será que dá pra você ir mais devagar? Eu quase derrubei meu celular! — A voz de James parece distante, mas ele está bem atrás de mim, sentado no banco de trás do meu carro que agora mais parece um foguete quase atingindo sua velocidade máxima.

Com os olhos frenéticos consigo ver Alice fincando as unhas da mão machucada (que agora possui uma luva ortopédica) no banco do carona ao meu lado e percebo que talvez eu possa causar um acidente porque já não sou boa motorista quando uso a velocidade normal, então imagine se eu quiser dar uma de Dominic Toretto pelas ruas de Seul.

— Não me manda ir devagar! — Eu quase grito enquanto troco a marcha e reduzo a velocidade do carro consideravelmente.

— James, põe no viva-voz. — Cindy pede se esticando ao lado dele para olhar o conteúdo no celular que ele segura.

— Me fala onde você viu ela. — A fala de James quase sai embolada quando ele faz o pedido à Sehun, que está do outro lado da linha.

— Cara, ela passou andando no corredor na hora que meu fisioterapeuta veio me examinar.

— Ela tava bem? Tava ferida? — Cindy pergunta e eu prendo a respiração por um segundo longo demais antes de receber a resposta.

— Não sei... Ela tava andando normal, mas acho que a roupa dela tava meio suja sangue? Tipo, sei lá, não deu pra ver direito. Mas ela passou pelo corredor várias vezes, eu até tentei chamar ela, mas ela nem ligou. Ei, quem foi que perguntou isso?

— É a Cindy. — James responde.

— Oi, Cindy!

— Oi, Ryan.

— Como assim suja de sangue?! — Eu consigo perguntar depois de um tempo, meu coração batendo tão forte que consigo sentir minha caixa torácica balançando.

— A blusa dela tinha umas manchas vermelhas na manga. Foi só isso que eu vi. — Ryan parece tão afobado quanto nós.

— Você virou na rua errada, era na outra. — Alice exclama ao encarar o GPS no painel, o qual eu não estou dando a mínima atenção.

— Inferno! — Fecho os olhos em pura frustração, fazendo um retorno rápido com o carro e quase batendo numa placa de PROIBIDO ESTACIONAR perto de uma lanchonete. Quase.

O Encontro de Um Dólar Onde histórias criam vida. Descubra agora