Minhas Enormes Confusões

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Deena: ela tá dormindo agora, mas tá melhor sim

Meu ex-gogoboy: certeza?

Deena: sim

Bloqueio meu celular depois de responder James e o jogo pela cama. Havia acabado de acordar com as mensagens dele, vendo que já estava quase na hora do jantar. A luz da lua já entra um pouco pela janela, iluminando parcialmente meu quarto escuro. Eu ouvia minha mãe conversando com meu pai no andar de baixo, ele provavelmente acabou de chegar do trabalho e a casa silenciosa faz com que qualquer barulho feito seja perfeitamente audível até daqui de cima.

Sam ainda dormia pesadamente na cama sem nenhum sinal de que iria acordar e eu fiquei sentada durante alguns minutos enquanto bocejava e pensava em exatamente nada, encarando a parede do meu quarto em estado vegetativo. Sempre fico assim logo que acordo.

Depois que recobrei os sentidos completamente fui ao banheiro lavar o rosto, encarando minha cara completamente amassada e com marcas dos lençóis espalhadas pela minha bochecha e minha testa. Eita que o sono foi bom.

Quando saí do banheiro vi que meu celular já vibrava na cama e o peguei enquanto me sentava, percebi que eram só algumas mensagens de Alice e Cindy sendo idiotas no grupo.

Cascão: como q faz pra ser um agente do fbi?

Lice: não posso te contar se não me demitem

Dando uma risadinha muda eu volto a bloquear meu celular sem nem me incomodar em responder e encaro Sam ressonando tranquilamente no travesseiro. O sorriso em meu rosto só se alarga quando a vejo mexer um pouco os lábios cheios, como se estivesse mastigando alguma coisa. A franja se dividiu em sua testa, fazendo-a parecer ainda mais jovem. Tão linda até dormindo.

Senhor, até quando vou ficar parecendo uma boiola assim?

— Dee, já acordou?

O barulho da porta do meu quarto se abrindo tira minha atenção de Sam e eu me viro para encontrar meu pai parado no batente com a mesma expressão de sempre: o rosto calmo e imperturbável, as linhas de expressão demarcando alguns pontos de sua pele ao redor da boca e os óculos de armação preta descansando delicadamente em seu rosto.

Ainda bem que eu não estava numa posição comprometedora com Sam.

— Oi, pai. — Dou um sorriso meio apreensivo, aguardando a reação dele com a vista de Sam deitada em minha cama. Mas ele apenas a olha por alguns segundos antes de se voltar para mim. Provavelmente mamãe já conversou com ele sobre toda a situação.

— Ela ainda tá dormindo? — Ele sussurra apontando o dedo para Sam. Não, ela tá acordada, pai.

Segurando minha língua, eu apenas concordo com a cabeça.

— Venham comer. — Meu pai sussurra mais uma vez, colocando a mão perto da boca e fingindo que está colocando algum alimento nela. Concordo com a cabeça enquanto ele vai se afastando lentamente e fechando a porta do quarto.

Encaro Sam novamente e estico o braço, passando a mão por seus cabelos macios até encontrar seu ombro fino, dando um aperto leve seguido de uma sacudida.

— Sam.

— Hmm. — Ela murmura ainda de olhos fechados, enfiando a cara no travesseiro.

— Sam. — Aperto seu ombro com mais força e todo seu corpo fica rígido em um instante, me assustando um pouco. No segundo seguinte ela abre os olhos com um certo susto, o peito subindo numa respiração intensa e depois baixando com alívio. Faço uma careta. — O que foi?

O Encontro de Um Dólar Onde histórias criam vida. Descubra agora