XIII - Eu sou a princesa e vocês devem obedecer às minhas ordens

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No dia seguinte, marquei uma reunião com o Conselho de Sthorm e esperava conseguir a ajuda para Maya. Já tinha vários argumentos preparados e estava confiante de que ia ganhar a causa. Antes de me reunir com os conselheiros, tomei café sozinha com Thomas, que com certeza percebeu que eu e Maya tínhamos uma certa proximidade.

— Então, amor — ele começou. — Como vocês se conheceram mesmo?

— Já te contei — respondi sem muita vontade.

— Foi encontrar ela ontem?

Olhei para Thomas. Tentei ler as entrelinhas do seu olhar e percebi que ele estava mais preocupado do que qualquer outra coisa. Fiquei me perguntando o porquê, mas resolvi não expor isso para ele.

— Sim — resolvi ser honesta. — Eu e Maya temos uma longa história. Queria saber como ela estava. Algum problema?

Ele suspirou e disse:

— Você poderia ter me contado a verdade. Queria conhecer ela, já que todos falam super bem dessa incrível guerreira.

Dei uma leve risada.

— Ainda terá tempo pra fazer isso, meu bem — falei.

Ele sorriu e assentiu. Fiquei me perguntando se ele ficaria animado daquele jeito se descobrisse o que eu e ela tivemos no passado. Resolvi não dizer mais nada e terminamos o café em silêncio.

Fui até a sala de reuniões e os conselheiros já estavam todos em seus devidos lugares. Sentei ao lado dos meus pais e esperei os comandos para iniciar a reunião. O rei Liam se levantou e começou a falar:

— Bom dia. — Todos retribuíram. — Estamos aqui hoje como um pedido da princesa para avaliar nossos recursos e como podemos ajudar uma pessoa que fez muito por nós.

Meu pai olhou para mim e eu entendi que era a minha vez de falar. Levantei da cadeira e comecei a caminhar pela sala enquanto mostrava os meus primeiros argumentos:

— Todos sabem sobre a guerra contra Forbes e como Maya me ajudou. Se não fosse por ela, nenhum de nós estaria aqui hoje para contar a história. Acham mesmo que não devemos ajudar Solder?

Xavier, o chefe dos conselheiros, tomou a palavra.

— Alteza, eu entendo o que ela fez por Sthorm, mas ela era só uma guerreira, fazendo nada mais que o seu trabalho. Ela estava cumprindo com suas obrigações.

— Sei disso, mas não esqueça que ela nem é sthormiana e mesmo assim agiu como se fosse e nos ajudou a recuperar o reino. Ela era a única que sabia como destruir aquela arma gigante. Ela quase se explodiu pra nos salvar — enfatizei. — Enquanto isso, guerreiros de Sthorm nos traíram. Carlos e Nate são exemplos.

Vários conselheiros se mexeram desconfortáveis em suas cadeiras. Olhei para os meus pais e eles me lançaram um olhar de apoio.

— Mesmo assim, não tem como simplesmente fazermos uma doação para um reino distante como Solder — Xavier disse. — Precisamos de algo em troca.

Resisti ao impulso de revirar os olhos e continuei a minha fala:

— Maya sempre fez tudo por nós sem nunca pedir algo em troca. Ela fez tudo porque sim, era a obrigação dela, mas porque ela acreditava em Sthorm, nos meus pais e em mim. Agora, ela vem até nós com um pedido e vocês querem recusar? Nós precisamos ajudar.

Os conselheiros trocaram olhares e pediram um tempo para tomar as decisões. Eu aceitei e fui falar com meus pais.

— Vocês estão do meu lado? — perguntei com cautela.

Meu Lugar - A Coroa & A Espada IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora