caçada

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-meu deus onde você estava? te procurei pela praia toda- Kie perguntou me puxando pra a igreja abandonada.

isso tá pior do que eu me lembrava, ela quer que eu entre aqui? eu estava pronta pra ir embora quando acabo me deparando com uma fila enorme pra entrar.

-mas que porr...- nem pude terminar de expressar a minha confusão porque fui interrompida.

-Mareena Routledge, mas que surpresa- o cara que estava na porta recebendo o dinheiro falou enquanto impedia a minha passagem.

e logo o reconheci. Topper.

-já vi que a noite vai ser longa- falei revirando os olhos.

-tô contando com isso- sorriu sarcástico enquanto saiu do meu caminho- pra você é de graça, gata- fez sinal pra que entrássemos.

não pude evitar sorrir, que babaca.

por dentro a igreja estava quase que em perfeito estado, a música tocava alto e esse lugar cheira a álcool e drogas e um pouco de sexo. não acredito que só passaram a organizar as festas aqui quando eu fui embora.

os desgraçados transformaram uma igreja antiga e sem uso e fizeram dela uma boate. ou seja lá o que isso for.

tinha gente nos dois andares que a igreja possuía, e tive medo da estrutura desmoronar sobre minha cabeça.

-de quem foi a ideia disso?- gritei por causa da música alta ainda incrédula com a genialidade.

-parece improvável, mas foi uma aliança- respondeu.

pogues e kooks, como isso é possível? eles alguma vez já trocaram duas palavras sem acabar em briga?

-vem, a galera tá ali- Kiara apontou pros 3 patetas e a Sarah.

-olha elas aí, já tá quase na hora- meu irmão falou.

-na hora de que?- pergunto.

e como se tivesse escutado minha pergunta alguém se pronuncia nos auto falantes, dando uma pausa na música, fazendo todos pararem pra ouvir.

-atenção meninas, está na hora de procurarem abrigo nas sombras- essa voz não me era estranha- escondam-se bem e não olhem para trás porque se alguém pegar vcs...

não, não, não.
procuro na direção da voz e então lá esta ele, 2 andares acima, me encarando com o microfone na mão.

seus olhos indecifráveis como eu me lembrava. eu diria que ele não mudou quase nada mas as tatuagens no seu corpo me diziam o contrário.

ele também ficou mais alto e mais forte se é que isso era possível, e o cabelo... ele arrumava de um jeito diferente agora.

-...seus gritos não serão ouvidos- completou- que comecem os jogos.

então como se a Prada estivesse em liquidação todas as meninas começaram a correr para os andares acima, como se suas vidas dependessem disso e a música alta voltou a preencher o lugar.

que porra era...
a compreensão me inundou quando vi os meninos parados, como caçadores encarando suas presas. merda.

-esconde-esconde, sério?- perguntei com desdém enquanto Kiara e Sarah me puxavam pra sabe se lá onde.

-fazemos isso a uns 2 anos, já virou tradição- Sarah explicou.

-eu não me lembro de ter voltado pra quarta série- sorri sarcástica.

-na quarta série você podia pedir pra parar Mare, aqui você não pode- Kie falou.

pera aí, em que tipo de jogo doentio eu tinha me metido?

DIABOLIC- Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora