tesouro

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Mareena
3 anos atrás...

era sexta a noite, eu estava no final do meu turno, me preparando pra ir embora, Rafe havia me chamado pra sair. bom, na verdade me obrigado.

mas eu não iria obedecê-lo. não mesmo. ele me ignorou por semanas depois que voltamos de Nassau, depois que ele me beijou.

pra ser sincera se eu soubesse que esse beijo me custaria tantas noites mal dormidas eu teria evitado. eu estava ao ponto de arrancar os cabelos esperando o próximo passo dele.

e como se não bastasse ter que vê-lo em casa, ele vem aqui quase todas as noites. o que ele espera que eu faça? que me jogue nos seus braços e confesse meu amor? não.

essa parte eu deixo pras garotas que ele trás, uma por noite, e elas fazem muita questão de se jogar nos braços dele.

eu tô cansada de ter que lidar com as merdas dele. quer saber? foda-se o Rafe.

quando ele fala algo ninguém tem a audácia de discordar. afinal, quem ousaria contrariar a palavra dele? bem, eu sim, porque Rafe dita as regras. e eu costumo quebrá-las.

sorri pegando o caminho mais longo pra casa.

...

Rafe

-faz uns 20 minutos que ela foi embora- a balconista falou.

-tem certeza, Julie?- perguntei de novo.

-absoluta, Rafe- respondeu- espera... você não tá saindo com ela né?- pergunta num tom divertido. e eu ri pra disfarçar.

-não... não viaja, meu pai pediu pra vim buscar a amiga da minha irmãzinha, só isso- falei tentando me convencer de que era só isso.

Julie assentiu e eu me despedi, dei a volta na minha moto, subindo nela logo em seguida. e sorri lembrando do real problema aqui. Mare.

a filha da puta foi embora, sabendo que eu viria pega-la. eu admiro isso nela. é nítido que ela me quer mas não vive por aí tentando me agradar. ela não quer e nem precisa da minha aprovação.

eu a respeito, porque ela não da desculpas esfarrapadas para fazer o que quer, para conseguir o que deseja. o mundo respeita pessoas que não anseiam por aprovação.

ela realmente poderia parecer uma vilã se quisesse, talvez fosse um charme mas era perigoso.

...

Mare

-olha só quem resolveu aparecer- JJ falou vindo na minha direção.

-deixa ela JJ, sabe que ela não quer sujar os sapatos novos no Cut- meu irmão falou.

-qual é gente? eu passo dois dias sem vir aqui e vocês fazem esse drama- zombei e eles riram.

-papai tá te esperando lá dentro- John b avisou e eu assenti entrando em casa a procura do meu pai.

-pai- chamei.

-aqui, peixinho- falou do escritório.

esse era o apelido que meu pai me deu quando eu tinha 5 anos. e nem era difícil de adivinhar o que significava. eu passava 25 horas do dia na água.
era realmente um sufoco pra me tirar do mar.

hoje em dia eu não entro tanto como antigamente. no entanto ele nunca parou de me chamar assim.

-queria falar comigo?- perguntei sendo puxada pra um abraço.

-quantos segredos você consegue guardar?- meu pai perguntou.

-mais segredos?- perguntei e ele riu trancando a porta atrás de mim.

-espero que você não grite- falou e eu apenas esperei que ele continuasse.

-eu encontrei o navio- falou.

-você o que?- perguntei histérica- e o ouro? estava lá?

-eu... eu não sei- meu pai falou- tudo que eu sei é sua localização exata, mas preciso de um equipamento pra localizar o ouro.

o olhei confusa.

-um drone de mergulho?- perguntei e ele assentiu. puta merda.

-você não tá me zuando né?- fiz outra pergunta.

-porque eu te zoaria, peixinho?- meu pai perguntou.

meu pai achou 400 milhões em ouro?
cacete.

-não pode contar pra ninguém, nem mesmo pro seu irmão- falou e eu assenti- eu vou cuidar de tudo, vou dar um jeito de conseguir o drone.

...

ainda é cedo, o papai já foi dormir e eu estou vendo tv.

mas reviro os olhos quando escuto barulhos na cozinha. as vezes eu esqueço que não é possível ter paz no castelo.

resolvo procurar a origem do barulho, e acabo encontrando um garoto loiro me encarando.

-só vim pegar uma cerveja, gata- JJ fala levantando as mãos.

eu ri alto, minha risada estranha acabou arrancando um sorriso dele, que segundos depois abaixou o olhar pro meu pijama colado.

-mas agora eu quero pegar outra coisa- fala vindo na minha direção.

claro que JJ não perderia essa. ele enlaçou minha cintura com suas mãos. e me beijou, seu beijo era intenso e cheio de desejo, nós temos química, isso é fato.

mas ele não é Rafe. não. JJ não faz meu coração disparar e bater mais forte como se eu estivesse em uma maldita montanha russa. ele não me assombrava.

DIABOLIC- Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora