OUTER BANKS,
NORTH CAROLINA.
sexta, 6 de julho 22:57Mareena
minha mãe sempre me disse pra tomar cuidado com o mar ou acabaria me afogando.
"o mar não faria isso comigo né?"
quão ingênua eu era por pensar assim.estou com água até o pescoço, afundando cada vez mais. embora eu esteja a milhões de quilômetros da água.
fazem 3 anos que eu não entro no mar, 3 anos que não coloco meus pés na areia, 3 anos que a vida que eu conhecia foi deixada pra trás. deixou de existir, assim como a garotinha que eu via no espelho.
agora não sei direito o que vejo quando olho pro meu reflexo por essa janela minúscula do avião.
uma fênix surgindo, das cinzas as chamas.
estou voltando. e desta vez não vou correr, então a pergunta que fica é: o que eu farei? qual será meu próximo passo? bem eu não sei.
tudo que eu sei é que sinto falta da adrenalina percorrendo o meu corpo, do meu coração tentando pular fora do peito, e de alguém que não me tratava como se fosse feita de vidro.
eu só precisava experimentar isso mais uma vez.fui tirada dos meus pensamentos por uma senhora idosa que se sentou ao meu lado.
-ah, oi- sorriu pra mim.
-oi- falei dando um sorriso amarelo.
-pra onde está indo querida?- perguntou tirando material de tricô da bolsa que carregava.
-outer banks "o paraíso na terra"- ironizei e ela riu.
-soube que faz jus ao nome- comentou.
-sim realmente faz- concordei por fim enquanto suspirava olhando o relógio no meu pulso.
faltava 1 hora, apenas 1 hora de distância me separava dele.
minha ansiedade poderia me fazer pular do avião ou simplesmente não pegar a balsa pra ilha, ficar no continente e arrumar um hotel barato pra passar a noite e amanhã eu compraria uma passagem de volta.
não de volta pra aquele lixo de lugar onde a minha mãe me enfiou quando eu tinha apenas 14 anos, mas poderia ir além. quem sabe pra califórnia, onde eu poderia sentir a brisa do mar,
onde eu poderia me sentir em casa.isso é exatamente o tipo de coisa que eu faria antes. eu fugiria pra não ter que lutar pelo que eu quero.
mas eu precisava voltar, preciso saber quem eu sou, preciso sentir alguma coisa. porque na maior parte do tempo, eu já não sinto mais nada. eu estou implorando por mais uma chance de me sentir viva.
eu já tenho idade suficiente pra voltar e já passou da hora de conseguir respostas, e além do mais, eu poderia ir do everest a mumbai mas só me sentiria em casa aqui e com ele.
um nó na minha alma diz que não importa pra onde eu vá ou o que faça, sempre estaremos conectados nesta porcaria de mundo esquecido por deus.
bufei sentindo às lágrimas se formando nos meus olhos. eu choraria de novo. por ele, sempre por causa dele.
quantas vezes a mesma coisa poderia partir meu coração? não importa mais. vou acabar com isso, de uma vez por todas. e todos vão cair, um a um.
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DIABOLIC- Rafe Cameron
Fiksi PenggemarSempre me disseram que era melhor permanecer na luz, mas eu gostava das sombras, amava me perder na escuridão. O nome dele era Rafe Cameron. O irmão mais velho da minha melhor amiga. Ele é lindo, forte e totalmente assustador. Rafe é mau, eu o obse...