Capítulo 3

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Eduardo

A noite passada havia rendido muito. E eu dizia isso com base na mulher nua dormindo ao meu lado.

Não que meus finais de semana nunca rendessem, como por exemplo, há uma semana, que eu tive a chance de sair com duas de uma vez. Mas eu gostava de me vangloriar de vez em quando.

Eu ainda estava em um estado dormente, quando a campainha do meu apartamento tocou. Para ter a passagem liberada direta, tinha a possibilidade de serem duas pessoas.

Virei de lado, passando um braço pela cintura da mulher que nem se mexeu. Se fosse Beto à porta, ele certamente iria embora, pois sabia que eu nunca estava disponível em um sábado de manhã.

Mas a campainha continuou insistindo. Levantei bufando, colocando uma calça e um moletom que estavam jogados em um canto do quarto, passei as mãos pelo rosto, levando os cabelos para trás e desci as escadas.

Caminhei lentamente até a porta, que continuava zunindo um barulho insistente por cada canto do meu apartamento.

Segurei a maçaneta, pronto para abrir a porta, mas antes respirei fundo, já imaginando quem poderia ser a segunda pessoa depois de Beto.

Assim que abri passagem, um homem de terno – como sempre – passou por mim, entrando sem minha permissão.

— Bom dia para você também, pai — usei de ironia para cumprimentá-lo.

Ele parou um pouco mais à frente, virou-se na minha direção e me encarou de cima a baixo.

— Boa tarde, Eduardo. — Olhei para o relógio no meu pulso, constatando que já passava de meio dia. Bom, mas como eu ainda não havia almoçado, era um bom dia da minha parte. — Noite agitada ontem?

Ele foi adentrando ainda mais pela sala, enquanto eu o seguia.

— Como sempre.

Abri a boca, bocejando, e passei novamente as mãos pelo rosto, em uma tentativa falha de me manter um pouco mais disperso.

— Você está aproveitando a vida muito bem, não é?

Enquanto ele ia falando, foi puxando algumas roupas que estavam em cima do sofá para o lado.

Eu tinha uma pessoa que trabalhava comigo na semana, e ela conseguia manter a casa muito bem organizada, mas a julgar pelo tipo de roupa que meu pai estava segurando, julguei que elas foram deixadas ali na noite passada, e pela mulher que dormia sobre a minha cama.

— Foi o conselho que eu mais ouvi nos últimos anos, decidi segui-lo.

Meu pai jogou as roupas de lado, acomodando-se com uma postura impecável e me olhou novamente de cima a baixo.

— Eu gostaria de falar com você vestido decentemente.

— O senhor vem na minha casa em um sábado de manhã e quer exigir a roupa que eu esteja? Sinto muito, mas vai falar comigo assim, ou não vamos conversar.

Joguei-me no sofá ao seu lado, sentando-me em uma posição que me deixava de frente para ele. Eu poderia estar sendo um babaca, mas não deixaria que ditasse suas regras na minha própria casa.

— Já que é assim, vou ir direto ao assunto. Fiquei fora por uma semana, e ontem quando voltei para a empresa, descobri que mais uma secretária sua foi embora.

Ele soltou uma respiração funda quando falou a última frase. Como se aquilo fosse culpa minha...

Meu pai era o CEO de uma das maiores empresa de construção do país. E eu era o seu codiretor, além de engenheiro. Ele havia herdado a empresa do pai, e transformado no império que era hoje, e isso o deixava muito orgulhoso. Pelo menos era o que ele sempre me dizia.

Grávida do meu Chefe MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora