Pov: Sam e Celaena quando ele teve aparição em Herdeira Do Fogo.
─ Levante.
Levante.
Levante.
Levante.
A palavra ecoou nos becos e extremidades de sua alma, trazendo-o a realidade novamente.
Não poderia ser descrito a dor que sentiu quando aqueles demônios mostraram a Celaena aquela imagem.
Ela sendo ricocheteada por ele.
Ela se sentia culpada.
Ela carregava aquele fardo.
Ele falhou com ela.
Ela carregava uma culpa que não era dela.
Ele queria protegê-la como não pôde fazer anos antes. Ele queria protegê-la de seus monstros, queria mostrar a ela que não precisava se tornar um monstro para derrotar um. Ele queria livrá-la de toda aquela dor que ele mesmo provocou.
Não mais. Não faria os dois carregarem tanta culpa.
Eles não eram culpados se o mundo não era justo com almas sem escolhas.
O amor deles bastava.
Levante.
Já fazia um tempo em que a fase de sua vida tinha chegado ao fim. Ele se lembra de como foi cada som de osso se partindo, mas lembrava de mais ainda do que dizia quando era despedaçado:
Eu sou Sam Cortland e não terei medo.
Ela é Celaena Sardothien e não terá medo.
Não carregue essa culpa, Celaena.
Ela precisa de mim.
Ela precisa do meu amor.
Eu preciso dela.
Não se culpe, não se culpe, não se culpe...
Eu amo Celaena Sardothien e não terei medo.
Demorou em perceber que a culpa não fora dele. Era difícil ver a verdade escondida entre as linhas de uma tapeçaria quando você só olhava pela perspectiva da culpa.
E era assim que Celaena via.
Levante.
Seus olhos finalmente encontraram os de Sam. A malicia, a arrogância e o charme que fazia Celaena ser a Celaena.
Entretanto, aquele olhar...
Era culpa. Era medo. Era luto.
Ele queria sair dali, sair e abraça-la até que o mundo fosse esquecido. Queria falar que estava tudo bem, que ele nunca havia a deixado e que nada daquilo era culpa sua. Queria que ela sentisse o tamanho de seu amor.
E, como se suas orações fossem ouvidas, ele viu um lampejo de esperança nos olhos dela.
Levante.
Tudo que ele podia fazer era mandar suas forças para ela. Mandar seu amor, sua paixão para o coração que queimava. Queria falar que ele nunca teve medo.
Ele sorriu.
Ela o encarou de onde estava no chão, e ele viu seus olhos se encherem de outra coisa:
Amor.
Eles sabiam. Ambos sabiam que aquela palavra - levante - não era apenas nesse sentido. Ele pedia para que ela continuasse, pedia que pudesse ver que não era culpa sua, e que nunca foi. Para que ela continuasse vivendo com aquele amor ardente no peito, que encontrasse alguém que lhe proporcionasse as mesmas sensações.
Eu não terei medo. Você não terá medo. Eu estou aqui, Celaena, e sempre estarei.
Se ela estivesse se afundando, ele seria quem daria a mão a ela para se apoiar. Ele queria fazer isso, e tentava ao máximo fazer com que ela percebesse seu gesto.
E ela percebeu.
Com os olhos de Sam, ele lhe mostrou a história dele. A história dos dois.
Não demorou para muitos fazerem o mesmo. Todos seus entes queridos, toda sua história sendo contada.
Não através da dor, mas sim da força de todo aquele amor. Levante.
Deve ter demorado mais do que pareceu para eles, mas o jovem viu quando ela se deu o espaço para o perdão. Quando a história dos dois se firmou em seu coração.
Não se culpe, não carregue esse fardo.
Com um último olhar que prometia um mundo melhor, ela afastou os demônios. Internos e externos.
Com um último olhar para Sam, ela falou silenciosamente:
Eu não terei medo.
E, naquele dia, Celaena deu a ele tudo, e ele recolheu todos os pedaços, prometendo para ambos um mundo melhor.
Ele a amava, e ele sentia o amor dela em cada batida do coração.
Minha garota.
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Tog - One-shots
De TodoAlgumas ones para apaziguar a saudade da Corte que mudou o mundo. Não tem ligação uma com a outra, são todas independentes. !spoiler de toda a saga¡