Capítulo 19: A farsa.

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As primeiras semanas de volta a Hogwarts foram difíceis. Potter havia adotado com ele essa atitude que Draco não gostava.

Ele quase não tinha falado com o garoto de olhos verdes desde a véspera de Ano Novo. Potter só falava com ele se necessário, e (deliberadamente) encontraria desculpas para não passar tempo com o Trio Dourado se os Sonserinos estivessem lá.

Ele se viu em um dilema. Se ele dissesse a verdade, Potter falaria com ele novamente (o que era uma coisa boa), mas estrategicamente falando... Weasley pensar que Draco estava apaixonado por Theo era a melhor coisa que poderia acontecer com ele. O ruivo havia parado de escrever naquele caderno idiota e se Draco não continuasse com a farsa, ele iria começar sua pequena investigação novamente.

Draco teve que admitir que Theodore era a escolha mais lógica para explicar o Hanahaki. Se ele negasse a teoria de Weasley, eventualmente seu amigo somaria dois mais dois e a vida de Draco estaria acabada. Bem... Ele já estava morrendo, mas pelo menos poderia morrer com dignidade.

Ele não teve chance com Potter; seu único conforto era estar perto dele, da maneira como estivera nos últimos dois meses. E Weasley disse que acabaria mudando de ideia... Então Draco simplesmente seguiu em frente.

Ele sempre teve essa queda por Theo. Era realmente insignificante comparado ao que ele sentia por Potter, mas estava lá. Ele realmente odiava admitir. O loirinho sempre achou o moreno lindo, Pansy até costumava provocá-lo por ficar olhando de vez em quando.

Também havia algo sobre a maneira como ele tratava Draco... e não, ele não quis dizer quando alguém os estava observando, porque Theo realmente ficava na defensiva e dizia merdas idiotas o tempo todo. Ele quis dizer o jeito que ele era quando eles estavam sozinhos, os presentes que ele deu a ele em seu aniversário quando todos estavam dormindo, a maneira como ele rastejava para a cama de Draco quando tinha um pesadelo, e coisas como o que ele fazia por ele no hospital... Procurando soluções, quebrando regras só para vê-lo seguro; mesmo que eles estivessem neste limbo de amizade agora.

Draco sempre teve suas dúvidas com Theo. O que ele disse no fim de semana de Hogsmade era verdade: bastardos homofóbicos tendiam a assustar garotinhos que ainda estavam no armário. O moreno deixava bem claro, todos os dias, que tinha nojo da homossexualidade e só gostava de garotas. Mas então, ele iria tratá-lo assim... ele não se importava se Draco o abraçasse durante o sono e, honestamente, ele simplesmente não conseguia entender como alguém tão homofóbico podia ficar tão confortável com o afeto de seu melhor amigo gay. Essas foram todas as suas razões para colocá-lo na lista com os pontos de interrogação; ele realmente não sabia.

As semanas se transformaram em um mês e meio e o Dia dos Namorados chegou. Potter ainda o estava evitando. Ele não o tratava mal se o visse, mas... Draco notou a diferença com antes; ele não sorria mais calorosamente para ele e não o procurava se tivesse algum problema, nem mesmo para falar sobre Ginevra. O garoto loiro não conseguia entender como chegou a um momento de sua vida em que desejava que aquele cicatriz contasse a ele sobre sua paixão estúpida pela irmã Weasley.

Ele estava com a doninha do lado de fora, a coisa nojenta de pombinha amorosa que estava acontecendo no Salão Principal era demais.

"Você está enviando algo para ele?" O ruivo perguntou curiosamente. Ele olhou para ele como se tivesse perdido a cabeça. "Eu só acho que talvez você pudesse abordá-lo anonimamente, pelo menos." Draco bufou.

"Ele saberia que sou eu." E isso apenas colocou um sorriso presunçoso no rosto de Weasley.

"Sim, porque você tem essa conexão estranha que só vocês dois podem entender."

E Draco quase chorou porque isso se aplicava a Potter também. Ele tossiu algumas vezes ao lado de Weasley.

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Pétalas de Sangue [TRADUÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora