Pétalas de Sangue [TRADUÇÃO]

Capítulo 22: Alto (em Felix felicis)

Draco odiava a Sala Precisa. Ele odiava que funcionasse para todos, mesmo que o que eles estivessem fazendo fosse totalmente estúpido e o maior erro de suas vidas. Ele odiava que Theodore nunca o deixasse entrar na sala com ele.

Draco se viu andando na frente da sala, como todas as noites desde que o garoto saiu do hospital, pensando no que precisava.

'Preciso entrar na mesma sala que Theodore Nott acabou de entrar. Preciso entrar na mesma sala que Theodore Nott acabou de entrar. Preciso entrar na mesma sala que Theodore Nott acabou de entrar.'

A porta se recusou a se apresentar diante dele. Assim como no quinto ano, quando ele quis avisar o promotor idiota sobre a vinda de Umbridge. Ele odiava o que significava então e odiava o que significava agora: nem Potter nem Theodore querem sua ajuda estúpida, Draco. Pare de ser patético.

Valeu a pena o tiro. Ele se virou e começou a caminhar em direção às masmorras. Amanhã, todos voltariam das férias da Páscoa e Draco sabia que Theodore deixaria de estar perto dele. O loiro sabia muito bem que o problema eram as pessoas vendo-o conversando com um 'traidor de sangue', Theo precisava dele por perto, mas ele não estava disposto a arriscar tudo só por falar com o menino de olhos cinzentos no café da manhã.

Os únicos olhos que o moreno não se importou foram o Blaise, Pansy ou até mesmo o Vincent e Greg. Draco sabia que era porque eles eram 'seu povo'. E ele não quis dizer em um 'eles são sangue puro como nós', não. O garoto loiro queria dizer que eles eram seus amigos sonserinos, eles eram os únicos a defender os códigos de amizade dos sonserinos: você nunca trai seu povo. Nem mesmo se suas escolhas forem ruins, nem mesmo se você se separou; você se lembra daquelas coisas que os tornaram amigos naquele momento de suas vidas e tenta estar presente para elas.

Pansy adorou o código. Ela costumava recitar no segundo ano quando pensava que Draco ou Theo eram herdeiros de Slytherin. Ela apenas os abraçava muito, dizia que podiam confiar nela, que talvez ela não concordasse com o que estavam fazendo, mas era irrelevante. Ela queria que eles estivessem seguros e tivessem alguém em quem pudessem confiar. Draco e Theo costumavam rir até que sua barriga doesse em resposta. 'Honestamente, Pans. Você acha que se eu fosse o herdeiro da Sonserina, você NÃO saberia? Eu provavelmente diria isso a cada pessoa que encontrasse.' (aquele era Draco)'Sim, Pansy. E você não acha que eu estaria agindo um pouco mais suspeito? Estou literalmente com vocês dois a cada hora de cada dia. Quando eu teria tempo para libertar o monstro? Além disso, eu cubro minha cota de monstros com sua cara de troll todas as manhãs.' (Isso, é claro, era Theo).

Então Theodore confiava nos Sonserinos para calar a boca sobre tudo, sobre o que ele estava fazendo, sobre ele passar o tempo com Draco... E em troca, havia um acordo implícito de que o moreno não falaria sobre eles também. Ele não iria mencionar a ninguém que Pansy e Blaise eram amigos do trio dourado agora, porque ele vivia pelas regras do código da Sonserina também.

Draco havia quebrado o código quando foi ver o diretor. Ele se sentiu meio culpado por isso, mas o fim justificou os meios: ele precisava ajudar e não poderia fazer isso de boca fechada. O garoto loiro estava feliz que Theodore não o odiasse por isso. Quando ele chegou ao seu quarto, Blaise estava lendo um livro em sua cama. Ele nem tirou os olhos do livro para falar.

"Sem sorte?" Draco gemeu enquanto se jogava na cama.

"Eu odeio isso, porra."

"Eu sei, Dragon." Seu melhor amigo disse em uma voz calma.

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As férias da Páscoa acabaram e isso significava que o castelo estava novamente cheio de gente. Ele se esforçou ao máximo para evitar os Grifinórios durante todo o dia. Ele pegava longos caminhos para as aulas e se por acaso um deles estivesse por perto, o garoto loiro se viraria e andaria na direção oposta.