Capítulo 11

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OS RAIOS de sol que incidiam no quarto envolviam a cama em um calor aconchegante, onde

Marley se encontrava deitada. Ela abriu os olhos, mas no mesmo instante escondeu o rosto sob

as cobertas. Tateou à procura de Chrysander, mas encontrou apenas o lugar que ele ocupara

vazio.

Com a testa franzida, sentou-se na cama e olhou ao redor, mas ele não se encontrava em

lugar algum. O ruído inconfundível do helicóptero lhe chamou atenção, fazendo-a se levantar e

caminhar até a janela.

Chrysander se encontrava parado com Roslyn a uma curta distância do helicóptero,

tocando-lhe o braço com uma das mãos. A mulher anuiu e, logo depois, se encaminhou ao

helicóptero com o corpo inclinado para a frente. Marley não pôde evitar o suspiro de alívio.

Observou por mais um instante, antes de virar-se e se apressar na direção do toalete.

Tomou uma ducha rápida, envolveu o corpo com o robe e voltou ao quarto para se vestir.

Chrysander a aguardava.

Marley o encarou com expressão nervosa, ajustando o robe ao corpo.

– Eu a deixarei à vontade para que se vista – disse ele, conciso. – Enviarei a srta. Cahill

para acompanhá-la pela escada dentro de meia hora.

Sem dizer mais nada, Chrysander se retirou do quarto, deixando-a boquiaberta. Uma

pontada de dor lhe percorreu a espinha. Ele agira como se mal pudesse esperar para se afastar

dela. Depois da noite anterior, certamente aquele não era o tipo de comportamento que Marley

esperava.

E enviar Patrice para acompanhá-la? Se estava tão determinado a não permitir que ela

descesse a escada sozinha, então devia ao menos realizar a função pessoalmente, em vez de

atirá-la aos cuidados da enfermeira como se ela fosse uma tarefa indesejada.

Curvando os ombros, Marley entrou no closet para escolher uma roupa. Tinha preocupações

suficientes sem ter de acrescentar um homem mal-humorado e rabugento a elas. Qualquer que

fosse o motivo para aquele estado de espírito, ele podia muito bem superá-lo.

Todas as sensações cálidas e flutuantes da noite de amor evaporaram enquanto Marley

deixava o quarto. Não ficaria parada como um cachorro obediente, esperando as ordens do

dono. Era ridícula a insistência de Chrysander em que a ajudassem a transitar por escadas

como se ela fosse uma criança.

Marley havia descido metade dos degraus quando viu Chrysander parado ao sopé da escada

com a mandíbula contraída e a raiva faiscando no olhar. Ela hesitou por um instante, mas

apertou o corrimão e continuou a descer.

Desafiá-lo em algo tão insignificante a fazia parecer infantil e um pouco mesquinha, mas no

momento não se importava nem um pouco em irritá-lo.

Sustentou-lhe o olhar, desafiadora enquanto descia os últimos degraus. Os lábios de

TraiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora