A comoção foi geral, logo os guardas em prontidão retiraram o Jung do cavalo e o levaram correndo até a área interna do Palácio e alguns funcionários logo conduziram o cavalo para os estábulos, restando apenas o povo e Yoongi.
O rei respirou fundo se segurando para conseguir arrumar os pensamentos. A figura ensanguentada e pálida de Hoseok estava lhe tirando qualquer controle possível, mas tudo só piorava quando a imagem de um longo corte de espada na barriga do amado lhe invadia a mente. Não importava nada, nenhum protocolo de coroação importava agora, não quando seu Jung Hoseok tinha sido ferido e sabe-se lá o que mais.
O Min manteve a postura até voltar para o lugar de onde falaria a multidão, sentiu o peito quente com a visão das feições preocupadas de seu povo. Essa era uma das coisas que o rei mais admirava naquela nação. Não importa se era um nobre ou um plebeu, se alguém fosse atacado, ferido ou ameaçado por um inimigo toda a nação se sentia atacada e se mobilizava como uma só, era como se fossem um enorme organismo e agora esse organismo estava sentindo a dor de Hoseok.
— Eu gostaria de fazer esse discurso diferente, gostaria de poder apenas festejar — Começou Yoongi escutando a própria voz se estender pelo povo — Mas fomos gravemente feridos e não posso fazer nada que nos tire essa lembrança! Hoje nosso comandante real voltou ao lar. Depois de cinco meses achando que um dos nossos tinha morrido, tivemos a graça de o ter de volta, mas não como gostaríamos! Jung Hoseok foi atacado e com ele nossa nação! Alguém teve a audácia de levantar-se contra um dos nossos e é por isso que darei hoje minha primeira ordem como rei a todos os membros do exército real: Cacem o desgraçado que fez isso e o tragam a mim.
Todo o povo ecoou a revolta que o discurso enérgico de seu rei tinha e por isso ninguém prestou atenção nas mãos fechadas em punho que tremiam e no rosto fechado de cólera de Yoongi.
Com toda a nação ainda ecoando sua cólera o Min se dirigiu para interior do Palácio a passos firmes sentindo o olhar dos funcionários e guardas cravados em sua figura transtornada e agradeceu ao chegar em seu quarto e poder fechar a porta dando lugar a fúria que borbulhava em seu interior
Por um tempo que Yoongi não soube contar, a raiva saiu em forma de gritos, socos e chutes pela mobília. Os rugidos raivosos ecoando pelos corredores e os barulhos de objetos quebrando assombrando os ouvidos daqueles que andavam em direção aos aposentos destinados a Hoseok.
Apenas depois de todos os vidros do quarto se tornarem cacos foi que o rei abriu a porta e saiu. Enquanto se dirigia ao local para o qual tinha ordenado que levassem o comandante todos desviam o olhar de si. Yoongi não parecia o homem com o qual estavam acostumados, ele sequer parecia um homem, aquela face e aquele olhar pertenciam a uma fera, uma fera que estava sendo contida por apenas uma força nessa terra, mas que estava a poucos passos de se libertar.
Quando chegou a porta do quarto o rei respirou fundo e fechou os olhos, não era exatamente algo fácil entrar naquele lugar, não quando ele sabia exatamente o que o esperava.
— Abram — A voz rouca deu o comando antes mesmo que ele abrisse os olhos de fato
Quando os guardas obedeceram a ordem foi que Yoongi permitiu que sua visão ganhasse o local.
Os aposentos eram grandes, a janela enorme deixava que a luz do sol banhasse todo o recinto, pelo lugar várias pessoas se distribuíam. Na cama o corpo desacordado de Hoseok que recebia atendimento da médica real, alguns funcionários auxiliavam a mulher, outros amparavam a mãe chorosa do comandante e bem de frente para a cama estavam os antigos rei e rainha.Os passos do Min tomaram a maioria da atenção, mas como o esperado ele nem ao menos desviou o olhar do corpo magro do Jung, não pronunciou sequer uma palavra, em vez disso se dirigiu ao outro lado da cama e lá ficou.
Durante mais ou menos duas horas o rei ficou no mesmo lugar, sem falar, sem desviar o olhar e sem nem ao menos mencionar que estava ciente das outras pessoas que entravam e saiam do quarto, apenas quando a medica finalmente se levantou dando como finalizado o trabalho foi que ele desviou o olhar.
— O que aconteceu? — Todos pareceram segurar a respiração quando a voz baixa e grave ressoou
— Tudo indica que foi privado de comida e água por um bom tempo — A médica iniciou com cautela — Provavelmente foi agredido e pelas marcas parece ter ficado preso, no mais, o que posso deduzir é que foi ferido à espada a pouco tempo, talvez alguns dias, e perdeu uma quantidade de sangue considerável para alguém nas condições que ele estava.
O silêncio se estendeu dando tempo para que as palavras fossem absorvidas por todos.
— Quero que o coloque no corredor principal da ala leste — Disse Yoongi sem desviar o olhar do rosto desacordado de Hoseok — Será responsável por ele, tudo que precisar lhe será concedido, não importa o que for.
— Sim, senhor. — A mulher se curvou.
— Todos devem estar presentes no pátio do Palácio após as refeições noturnas — O rei continuou — Menos a senhorita — Apontou para a médica — Façam o que pedi agora, por favor.
O loiro se virou indo em direção a porta e sendo parado pelo pai que o olhava sério.
— O que está pretendendo fazer, Min Yoongi?
— O necessário — Respondeu sucinto — Os encontro no salão de reuniões — Inclinou a cabeça aos pais e deixou o recinto.
Enquanto de encaminhava para o escritório o rei não pode deixar escapar o pensamento de que, por mais que odiasse torturas, execuções e violência demasiada, não teria piedade com quem quer que fosse o babaca responsável por deixar Hoseok desacordado naquela maldita cama.
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The King's Commander
FanfictionYoongi acabava de ser coroado rei quando um cavalo negro entra correndo pelos portões abertos do enorme Palácio com ninguém mais ninguém menos que Jung Hoseok, o comandante do exército Real e amor de sua vida, que tinha desaparecido a cinco meses, d...