◇ Fifth Chapter ◇

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A noite já tinha caído novamente quando o grupo de soldados do Palácio adentrou a cidade do Porto de fronteiras. O caminho que tinham feito os levava diretamente para uma das ruelas laterais que serpenteavam se encontrando com outras até chegar ao núcleo da vida miserável da cidade.

O comandante da missão fez sinal para que os homens permanecessem escondidos entre as folhagens e desceu de seu cavalo com rapidez.

— Irei entrar e fazer o comunicado, fiquem aqui até que eu volte. — Ditou Jungkook com tranquilidade.

— Devemos nos mover caso não volte, senhor? — Um dos homens, o mais jovem, perguntou.

— Esperem cerca de doze horas, depois disso se eu não retornar quero que voltem e informem o rei — Jeon sentenciou e rapidamente se encaminhou em direção a rua.

O lugar era, bem como toda a cidade, como uma pintura de desgraça. A rua era estreita, escura e mal cheirosa, as portas das casas não impediam o barulho das vidas tristes de saírem pela noite. Não demorou nem um minuto para que o Comandante cruzasse com o primeiro moribundo desacordado na própria urina e agarrado a uma garrafa de álcool barato.

Com agilidade Jeon chegou ao fim da viela dando de cara com uma frágil ponte de madeira.

Outro aspecto singular do Porto de Fronteiras eram os canais que serpenteavam pela cidade, fazendo com que pontes mal feitas de madeira fossem comuns, principalmente nos limites da cidade. Quanto mais próximo do centro, e consequentemente do porto, menos horrenda a cidade ficava.

O moreno se equilibrou na madeira fraca e atravessou o canal lamacento com rapidez se vendo numa via maior e mais bem iluminada. Obviamente a iluminação e o tamanho não a faziam menos caótica e miserável, pelo contrário, as portas das tavernas estavam escancaradas jogando o cheiro de fumo barato e álcool para a rua, por baixo das janelas bêbados pediam por qualquer gota de álcool, isso quando não estavam apagados em meio a própria sujeira, já nas portas o que se via eram mulheres, de diversas idades, com sorrisos lascivos e maquiagem forte se jogando de forma quase sutil em qualquer babaca que lhes olhasse e arrancando do idiota tudo que pudesse trocar por alguma comida.

Jungkook não fez questão de observar o local, apenas apressou os passos rumo à parte mais iluminada e tumultuada da cidade, a ele não interessava espiar o Porto de Fronteiras, tinha ido lá uma vez, ainda na pré-adolescência, quando estava em treinamento para sentinelas e soube na hora que jamais iria querer retornar.

Depois do que deve ter sido quinze minutos o jovem chegou até o centro da cidade. O lugar era caótico, o barulho de música, vozes embrulhadas pelo álcool e de marujos se divertindo depois de meses no mar era tudo que chegava aos ouvidos do comandante. O cheiro era de maresia, álcool, fumo e urina. Com rapidez Jeon se encaminhou para um grande e antigo prédio cor de areia, o único lugar com algum tipo de dignidade e que ostentava dois homens armados logo abaixo de um antigo e enferrujado letreiro com o nome da cidade.

— Preciso ver o Líder, trago uma mensagem do Rei Min — Disse se esforçando para ser ouvido em meio ao barulho.

Os homens se olharam e um deles entrou pela porta velha e caquética, Jungkook olhou ao redor e reparou num homem sentado em uma mesa de taverna a alguns metros, ele tinha as mangas encardidas arregaçadas e vestia uma roupa tipicamente estrangeira, algo como uma bata, sua mão direita repousava na cintura de uma mulher qualquer, mas foi o braço esquerdo, levantado para levar um copo de bebida a boca, que chamou a atenção de Jeon, nele estava a marca queimada do Império Ascendente, duas espadas se tocando na ponta com três estrelas logo acima, ao menos era o que aquilo deveria parecer, afinal a queimadura cicatrizada ficava pouco detalhada, fazendo parece que eram dois riscos grossos se encontrando abaixo de três pontos, dois menores nas laterais e um maior no meio.

The King's CommanderOnde histórias criam vida. Descubra agora