Harry pov.
Pânico.
Eu sabia como era ter um ataque de pânico.
Não era algo que eu gostava de dizer, mas eu já havia me acostumado, afinal, eu já tinha minha cota de surtos involuntários, minha mente sempre me prendendo naquela sensação terrível e arrepiante que eu odiava e perdia dias tentando me recuperar da situação.
Uma vez eu pesquisei sobre ataques de pânico, lendo que dizia ser um episódio súbito de medo e ansiedade intensos e sintomas físicos baseados em uma ameaça imaginária, quando não havia um perigo iminente, como se sua mente fizesse todo o seu corpo acreditar que aquela era uma situação de vida ou morte e você reagia de acordo, sentindo tudo tão intensamente como se de fato estivesse correndo risco de vida.
Remus havia me dito uma vez que os meus ataques pareciam vir quando minha mente se sentia sobrecarregada, quando algo me afetava de forma tão intensa que minha mente pensava que não iria aguentar, fazendo meu corpo reagir a esse instinto e tentar me proteger.
Toda a situação era um problema, porque um ataque de pânico indicava muitas coisas, uma delas sendo o problema que eu estava sendo jogado para enfrentar de forma corajosa sendo que eu não podia pensar em mais nada a não ser na preocupação que me invadia.
Tudo começou quando Dumbleodore pegou meu nome.
Meu nome, que havia sido cuspido do cálice de fogo após ter dito os 3 primeiros campeões, me transformando no quarto campeão indesejado e fazendo a todos questionarem o tal imenso poder do artefato.
Mas quando ele disse o meu nome, tudo o que passou na minha mente foram os últimos anos da minha vida e o episódio da morte dos meus pais.
Meus pais haviam sido mortos por um lunático que dizia acreditam em supremacia de sangue mesmo sendo um mestiço, um grande psicopata hipócrita que fez do mundo bruxo um inferno e matou milhares de inocentes, suas marcas sendo deixadas no mundo até hoje e o medo de nome aumentando o medo da própria coisa.
Todos os anos vivendo com meus tios, a escravidão que foi jogado sobre meus ombros fracos, a falta de amor sendo compensada com um caminhão de ódio e repulsa, sendo obrigado a fazer as mais diversas tarefas perigosas para uma criança, como cozinhar e limpar coisas estranhas, sendo a Cinderela dos contos trouxas sem uma fada madrinha e um príncipe para me salvar.
Em hogwarts, meus anos foram todos perturbados pela aparição constante daquele mesmo psicopata que matou meus pais, meu primeiro ano sendo recheado de mistérios ao redor de sua possível volta e todo o problema que tive com a pedra filosofal, meu segundo ano sendo ainda pior, com aquele louco usando Gina para aliciar um basilisco para que matasse alunos nascidos trouxas. No terceiro havia perturbado nossa paz através de um anel que fora da mãe de Tom Riddle, deixando nosso diretor debilitado e muito curioso sobre a quantidade de objetos com a alma daquele ser o impregnando.
E no ano passado, quando ele finalmente deu um sossego, minha vida começou a seguir o rumo que eu esperava que fosse o certo, uma paz por não ter corrido nenhum risco real de vida.
Mas ali estava.
Meu nome em um cálice para um torneio onde eu podia morrer.
Todo o caminho que fiz até o diretor foi em silêncio, não pelos alunos estarem praticamente mudos, porque havia um ou outro sussurrando bobagens sobre eu querer atenção e uns com medo por mim, mas porque eu não conseguia ouvir nada.
Sentia minha visão escurecendo a cada passo que eu dava, e quando eu estava próximo do diretor, tudo se tornou confuso.
Eu ouvia vozes, risadas, barulho de copos e pratos se partindo, mesmo sabendo que aquilo era fruto da minha mente, eu não conseguia controlar.
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Bless Yourself - DRARRY
FanfictionHarry acreditava que sua vida era como o conto de fadas trouxa da Cinderela, mas após Sirius ser liberto da prisão, ele percebeu que as coisas poderiam ser diferentes. Ele tinha uma família agora, e isso transformou sua vida por completo.