Rejeição

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Me espreguicei criando coragem para começar o dia. Meu colchão parecia tão duro e ao abrir os olhos rapidamente, pude perceber que meu quarto adquiriu uma cor e uma mobília diferentes. Eu estava na sala. No chão. Louis! Levantei com uma velocidade recorde e minha cabeça girou, fechei os olhos novamente e inspirei e expirei pela boca até que sentia a regularidade dos meus batimentos e aquele latejar nas têmporas que se dissipava aos poucos.

O lugar ao meu lado estava vazio, a casa silenciosa demais. Ergui-me com dificuldade e me dirigi a cozinha, pus a cafeteira para trabalhar e então comecei minha higiene diária. Enquanto a água quente relaxava meus músculos na banheira, minha mente estava cheia dele. Aquele rosto de traços únicos, os olhos acesos, o sorriso sincero, aquele corpo, Droga! Deixei-me afundar na água por alguns segundos, quem sabe alguma clareza retornasse aos meus pensamentos, o problema era que aquele rosto estava entranhado em meu consciente. Ele me beijou novamente ou fora só um sonho? Talvez um desejo reprimido que se materializou em meu estado de sonolência, eu poderia ficar aqui arrumando mil desculpas e direções para o que aconteceu, mas eu sabia da verdade, sabia que estava deixando as coisas irem longes demais.

Eu o desejava, sentia ciúmes e agora sentia o quê? Sua falta? Acho que é cedo demais pra isso, talvez a companhia de Louis me agradasse ao ponto de confundir meus sentimentos, talvez o fato dele ser absurdamente lindo e de nossa recente proximidade, contribuísse para que as coisas embaralhassem mais em minha cabeça. Apesar de tudo, decidi vê-lo, iria agradecer pelos cuidados, iria agir com indiferença, algo que modéstia a parte sei fazer bem. E depois o mundo real me espera, com o meu sei lá o quê e assim poderia preservar a amizade que estávamos construindo.

Hoje fazia quatorze graus, e acreditem, isso era motivo suficiente para usar aquelas roupas lindas e leves que ficam mofadas de tanto tempo enfurnadas no guarda roupa. Pus um jeans escuro e uma blusa de manga em um tom de pêssego que combinava com a cor de minhas bochechas, busquei um tênis simples de cadarço, na cor branca com detalhes pretos, e um coque resolveu os problemas de meus cabelos, tomei um gole do café preto e antes que a ansiedade terminasse por me fazer vomitar, corri até a casa dos Tomlinson, ignorando minha metade racional que dizia para ficar quietinho em casa.

Depois de algumas batidas, Johannah abriu a porta toda sorrisos, não porque me viu, ela já parecia estar contente e seus sorriso só alegrou um pouco mais quando me avistou.

— Harry querido.

— Olá Johannah. - Minha voz estava uns três tons mais aguda.

— Entre, acabei de prepara um chá, me faça companhia. - Ela me deu passagem e entrei me sentindo acanhado.

— Está sozinha? - Comentei, revirei os olhos para mim mesmo, repreendendo-me por não conter minha curiosidade.

— Ah sim, ao menos Louis almoçou comigo. Sente-se.

Almoço? Eu e minha mania estúpida de não verificar as horas. Saquei discretamente o celular de meu bolso e esse marcava exatas uma e vinte e cinco da tarde. Fiz uma careta para tela.

— Algum problema? - Ela pôs uma xícara fumegante na minha frente, balancei a cabeça com um sorriso afetado. — Então, como foi a noite?

— Como? - Meu coração disparou, ela sabia de alguma coisa? Aí Deus, queria ser uma Ema e enfiar a cara num buraco nesse exato momento.

— Não precisa ficar assim Harry, sua mãe me contou da brincadeira de mal gosto que estão fazendo com você, por isso pedi ao Louis para dormir lá. Só quero saber se foi tranquilo, fiquei preocupada.

— Foi... Tudo bem, nem vi ele sair pela manhã. - Desconversei.

— Ele chegou bem cedo em casa. - Tomei um gole de chá para me acalmar. — Ele me disse que tudo tranquilo, mas, Louis dorme igual uma pedra, então...

Born To Me 》Larry Adaptation Onde histórias criam vida. Descubra agora