Trouble

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— Hazz, o que fez com seu cabelo? Está usando o sapato que eu te dei? E porque está chorando? - mamãe jogou tudo de uma vez, limpei meus olhos.

Não queria falar sobre nada, mas o fato de ela ter visto Louis saindo daqui e batendo a porta de sua casa com mais força do que o habitual, me fez pensar que seria melhor falar, em termos claros.

— Primeiro, queria mudar meu cabelo sem graça. Segundo, estou usando o sapato, claro, terceiro, um cisco caiu nos meus olhos. - Gracejei, respirando fundo para empurrar aquela sensação idiota pra dentro do peito.

— Tem haver com Louis? - Ela perguntou. Eu tossi, engasguei, quase vomitei e uma pontada se fez na boca do estômago, não creio que ela percebeu alguma coisa.

— O que quer dizer? - Perguntei com a voz tremida, pigarreando demais pro meu gosto.

— Ele saiu bem irritado daqui. - Ela disse, indiferente, no fundo estava preocupada.

— Preciso lhe dizer algo. - Sentei no sofá e descansei os cotovelos em minhas coxas, pondo o rosto entre as mãos. Ela esperou de braços cruzados, seu rosto não denunciava nada. — Alguém me ligou e foi por isso que ele se irritou, o mesmo idiota que me mandou as mensagens, agora me ligou dizendo que está me vigiando e Louis estava tentando me convencer a ir na polícia. - Menti, mas não poderia fazer outra coisa, ainda mais agora com essa situação delicada.

— Meu Deus do céu, isso está ficando cada vez pior, isso tem que parar Hazz, vamos a delegacia sim. - Minha mãe sentou ao meu lado, consolando-me. — Você está com medo, não está? - Ela limpou meu rosto delicadamente e assenti.

Não estava com medo de verdade, deveria, mas não. Meu medo nesse momento era outro, meu medo era não ficar mais perto dele, não olhar naqueles olhos incríveis, meu medo era vê-lo com outro alguém. Mas você já viu droga! Meu subconsciente gritou, chacoalhei a cabeça para espantar aquele pensamento.

— Ok, lave o rosto e vamos agora mesmo, se chegou a esse extremo, então precisamos correr.

Tirei aquelas botas que estavam um pouquinho desconfortáveis e calcei meus vans puídos e confortáveis. Lavei ligeiramente o meu rosto e entrei no carro com Anne. Nesse momento enxergamos Louis no pátio, ele estava cabisbaixo e quando nos viu, estranhou a saída aquela altura da noite. Ele correu até o carro e mamãe o freou, não olhei em seu rosto, atinha-me em minhas mãos inquietas.

— Anne, o que houve? - Sua voz era preocupada, ele estava com o rosto do meu lado, mamãe abaixou totalmente a janela e senti a respiração quente dele fomigando e eriçando meus pelos.

— Estamos seguindo teu conselho Louis, iremos a delegacia. - Ela respondeu.

Levantei a cabeça rapidamente e lhe dei um olhar sugestivo, lembrando que ele não sabia de nada, pois não havia lhe contado ainda sobre o telefonema, ele me fitou inquisitivo.

— Delegacia? - Ele não quis soar como uma pergunta, mas foi exatamente assim, todavia, ele entendeu meu recado. — É claro que sim, bem, posso acompanhar vocês?

— Não. - Respondi de forma grosseira, Anne meu deu uma olhada incrédula. — Quer dizer, não precisa. - Dei um toque mais leve a frase.

— Se quiser, será sempre bem vindo querido.

Ela me deu uma cotovelada e eu o olhei zangado. Louis não entrou no banco de trás, ele foi até seu carro e nos seguiu.

Quando chegamos na delegacia, ela estava consideravelmente cheia, com casos bem mais graves que o meu e então tivemos que esperar. Louis parecia impaciente e Anne aflita.

— Hazz, vou lá falar com alguém, ver se adianto alguma coisa, ou ao menos saber quanto tempo teremos que esperar, assim qualquer coisa voltamos amanhã. - Balancei a cabeça, ela mirou em Louis que estava mortalmente calado encostado na parede. — Ainda bem que veio, obrigado.

Born To Me 》Larry Adaptation Onde histórias criam vida. Descubra agora