Born To Me 》Larry Adaptation

Memórias

Narrador

Anne preparava o café da manhã na cozinha, havia comprado granola e iogurte para Hazz, lembrou que o filho andou reclamando das últimas refeições matinais tão gordurosas. Porém, não conseguiria entrar naquela dieta saudável, decidiu por fazer waffles e uma porção pequena de ovos mexidos e bacon para ela mesma. Mal os ovos estalaram na frigideira com óleo quente, ouviu barulhos vindos do andar de cima, olhou com uma careta para o teto, como se aquilo fosse fazê-la adivinhar o que estava acontecendo.

Uma pancada alta, Anne se encolheu como se o teto fosse ruir em sua cabeça, largou os talheres e tudo mais, correu escada acima, o único corredor parecia extenso demais. Mais algumas batidas, seu coração acelerou ao perceber que aqueles sons eram do quarto de Harry. A mulher tremeu nas bases, abriu a porta com um cuidado maior que o normal, e quando a fresta se fez, ela pode enxergar a sombra de seu filho na penumbra do quarto.

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— Mãe? - Louis estava apressado para o trabalho, catando suas coisas ao longo do percurso, ao mesmo tempo em que ajeitava a gola da camisa um tanto amassada.

Um bilhete na geladeira lhe dizia que Johannah não almoçaria em casa, aliás isso andava acontecendo com muita frequência, ele já estava começando achar aquilo suspeito. Deu um suspiro forte antes de engolir seu café em pé mesmo, Stanley ainda dormia e ele não fez questão de acordá-lo, o humor de seu namorado não era um dos melhores ultimamente. Voltou seus pensamentos para a mãe, já nem sabia qual a última vez que sentaram juntos à mesa. Um baque alto lhe fez balançar a xícara em suas mãos, ele olhou pela janela da cozinha, mais alguns barulhos se seguiram e ele tinha quase certeza que eram advindos da casa ao lado.

Deixou a refeição intocada e correu para casa vizinha.

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Anne cobriu a boca com uma das mãos ao ver o filho.
Harry arrancava o papel de parede com violência, respirava tão forte que era perfeitamente audível para Anne. Harry não pareceu notar a sua presença, ele pegava tudo e qualquer objeto pelo caminho e o atirava na sacada, a gastura da parede aparecia por entre os rasgos do papel cor verde com listras brancas, Anne deu alguns passo desajeitados até o garoto, não se conteve quando Harry pegou dois livros que o pai havia lhe dado quando criança. A mulher segurou seus ombros, Harry tinha os olhos injetados, olheiras roxas eram visíveis, Anne ficou apavorada com a fúria nunca vista antes naquele olhar.

— Harry? - Ela perguntou trêmula.

— Eu lembro. - Anne bombeou, seu corpo perdeu as estruturas. — De tudo. - Os olhos do filho estavam saltados, as sombrancelhas franzidas.

Anne soltou o garoto com espanto repentino, enquanto Hazz atirava mais coisas pela varanda, desvairado, desnorteado demais com o que havia em sua mente.

Anne correu aos prantos para o quarto, sabia que um dia isso poderia acontecer, mas não estava preparada para tal. Pegou o telefone e saiu de casa olhando para as teclas, ao lado da casa as coisas voavam do quarto de Hazz, Anne deixou o telefone cair, na segunda vez que ele foi ao chão, um par de mãos masculina o juntou depressa.

— Ah meu Deus Louis, muito obrigado. - Anne discou algum número, tendo que apagar e rediscar por conta do nervosismo.

— Anne o que é isso? - Louis observava aquilo sem entender, ele sabia que aquele era o quarto de Harry, mas sempre achou o garoto tão calmo e centrado.

— Só um momento. - Sussurou para o rapaz, que mantinha o olho focado na pilha de coisas que se acumulavam na lateral de ambas as casas. — Milena? Sim, Anne Styles. - Louis ouviu atentamente a conversa. — Ele lembrou. - Um tempo curto de silêncio, Louis se perguntou, quem lembrou o quê? - Sim, por favor.